segunda-feira, 29 de junho de 2015

Reunião no Médio Oeste conta presença do presidente do PT/RN e de gestoras estaduais




Presidente do PT/RN, Eraldo PT, Secretária Estadual da Juventude Divaneide Basílio e Maíra Almeida adjunta da SETHAS participou da atividade do pólo do PT do Médio Oeste.

O pólo do PT do Médio Oeste esteve reunido no último domingo (28) com a presença do presidente do PT/RN, Eraldo Paiva, da Secretária de Estado Especial da Juventude Divaneide Basílio e da Secretária adjunta da SETHAS, Maíra Almeida.
A atividade reuniu dirigentes e militantes da região na Câmara Municipal de Itaú e teve como tema “O PT, a juventude, as mulheres e as políticas sociais no RN”.
O encontro serviu para debater, propor ações e ouvir os gestores sobre as temáticas citadas. Via http://ptrn.org.br/?p=3529#prettyPhoto
Fotos Giu Lobato.

Mais Médicos: Bahia recebe 35 profissionais brasileiros

Trinta e cinco médicos brasileiros formados no exterior desembarcaram, neste domingo (28), na Base Aérea de Salvador, para atuar no programa Mais Médicos na capital e em diversos municípios no interior da Bahia. Eles foram recebidos pelo secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas.
Até o dia 3 de julho, os profissionais ficarão na capital realizando atividades sobre o quadro epidemiológico local. Com o reforço, o número de profissionais pelo programa no estado já ultrapassa 1.100.
FONTE: Ascom/Sesab FONTE: http://www.ptbahia.org.br/noticias/item/4051-mais-m%C3%A9dicos-bahia-recebe-35-profissionais-brasileiros.html

O RAULZITO HOJE FARIA 70 ANOS/1: A TEIMOSIA BRABA DO GUERREIRO.

Dupla homenagem ao Raulzito: o documentário Raul - o início, o fim e o meio (a janelinha para você vê-lo no blogue está lá embaixo...) e dois dos meus textos  a seu respeito, começando com esta entrevista que fiz em 1980, para a revista Música. Via http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/

Ele gostou tanto  que ligou para a redação e me convidou para uma  boca livre  da gravadora CBS. Foi o início de minha fugaz amizade com o maluco beleza, com direito a papos filosóficos e etílicos.

E, em termos jornalísticos, tratou-se de um dos poucos textos que fiz macaqueando explicitamente a postura do Norman Mailer de se colocar como parte do evento retratado. Hoje me parece artificial essa referência a mim mesmo na 3ª pessoa, como "o repórter". Naquele tempo achei o máximo. Quem disse que a idade não traz sabedoria?

A referência, no 2º parágrafo, a um "jornaleco colorido que pras gravadoras é uma canja" dificilmente será entendida atualmente. Trata-se do jornal Canja, uma picaretagem que não vingou. Era realmente uma publicação que só mostrava o lado positivo dos artistas, banindo até o mais remoto resquício de distanciamento crítico. Nem as gravadoras prestigiaram essa bajulação oportunista.

A Kika a que me refiro no texto foi a última namorada do Raul e a musa por ele homenageada na canção "Ângela", uma das mais bem-sucedidas que conheço no tratamento poético do erotismo.

Mas, chega de papo furado e vamos ao artigo.

O repórter era o compromisso das onze e meia da  matina  na agenda do Raul Seixas; aliás, da agenda que fizeram para ele e que se encarregaria logo, logo, de rasgar e transformar em aviãozinho de papel...

[O Raul foi primeiramente num jornaleco colorido que pras gravadoras é uma canja: encarrega-se ele mesmo de fazer o press-release. Não tem críticos, portanto não tem opinião, portanto apenas ecoa o que as gravadoras querem passar sobre seus artistas e o que estes querem passar sobre si mesmos. Antes os house-organs: são de graça.]

E o Raul chegou ao meio-dia, muito discreto com sua jaqueta vermelha e seus óculos alaranjados. Ele, a Kika -- sua companheira -- e o Luís da CBS. O repórter tinha sido colocado numa brecha entre aquele matinal fornecimento de matéria-prima para divulgação (liquidação de primavera: duas páginas de entrevistas por uma de anúncio, quem vai nessa?) e um encontro mais sério, no Folhão, às duas da tarde. Sobrou o almoço. Mas, antes, um papo rápido, enquanto o fotógrafo trabalha.

Começamos. Por que o sarro com o presidente da WEA, André Midani ("André Ledani só faz confusão/ Sonhei com ele e mijei no colchão"), na faixa "Conversa Para Boi Dormir"? 
"Bom, quando ele saiu da Philips e quis me levar junto, pensei que reconhecesse meu valor. Mas, não sei por que, a WEA praticamente nem divulgou meu penúltimo LP, Por Quem os Sinos Dobram. Você ouviu falar nele? Alguém ouviu? Daí, achei que era hora de levantar acampamento. E agora estou na Columbia Broadcasting System. Very good!" [Dá um sorriso moleque e aponta com o olhar um diretor da CBS.]
O Raul parece o tempo todo interessado nas peripécias do fotógrafo, que tenta achar o melhor ângulo. "O que é que há, Raul, está estranhando?" Ele: "Sei lá, vai ver que sou meio tímido. Fico sempre inibido". O repórter se espanta, tenta captar se ele estava falando sério. Estava.

NOSSOS COMERCIAIS, PLEASE! 

Começo de entrevista é sondagem de parte a parte. Então, pintam os lances mais formais, tipo:
"Desde o tempo de 'Ouro de Tolo' até hoje, continuo fazendo o mesmo trabalho, dentro das mutações da civilização, como observador, contador de histórias, gostador de música..."
Ou: 
"Hoje é uma época caótica, não temos nada. Existiram duas décadas com ídolos saídos da terra, enraizados na terra -- a de Elvis e James Dean, depois a dos Beatles. E aconteceram todas aquelas mudanças de comportamento.

Agora não há nada, não está acontecendo nada. Os anos 80 são isto: nada. Então, se no atacado a coisa dançou, a gente tenta salvar algo no varejo. O rock dos outros pode estar morto, mas o meu rock está vivo e com força total".
Além disso, há propostas, projetos: lançar seu atual LP, Abre-te Sésamo, não numa coletiva de imprensa, mas numa mesa-redonda sobre os anos 80, com a participação de Lula, D. Helder, Walter Clark e alguns jornalistas escolhidos a dedo ("Quero sentar-me e ficar ouvindo, para variar"); dar um show com sinfônica no Anhembi, marcando "my great come back"; gravar um LP nos EUA, chamado Opus 666, uma transa místico-poética em torno de uma visão atual do Diabo ("Depois esse disco chega como importado no Brasil e todo mundo compra. Santo de casa não faz milagre").

A ENTREVISTA DE VERDADE 

Corte para um restaurante chinês. O Raul se descontraiu por completo depois de uma confissão do repórter. Estavam atravessados em sua garganta os necrológios infames que a grande imprensa cometeu por ocasião dos dez anos do maio francês, da Primavera de Praga e de tudo que iluminou sua mocidade no longínquo 68, então saiu o disco O Banquete dos Mendigos [registro de um magnífico espetáculo em prol dos direitos humanos, que passou muito tempo proibido pela censura] e o repórter se arrepiou todo quando ouviu o Raul cantar a já esquecida "Cachorro Urubu": 
"E todo jornal que eu leio/ Me diz que a gente já era,/ Que já não é mais primavera/ o baby, a gente ainda nem começou".
Então, Raul sentiu-se entre amigos. E a conversa deixou de ser oficial. Para começar, ele fez aparecer, num passe de mágica, uma garrafinha metálica cheia de uísque. Despejou-a inteira em seu copo, tomou um longo gole e depois passou-o adiante. O proprietário (um chinês velhinho, de cabelos brancos) notou a garrafa trazida de fora, veio olhar: "Que engraçada, essa amostra..."

O Raul não deixou por menos, caricaturizou: "Essa não vai na conta, no?!". Mais tarde explicou que o velho estava tirando uma com a cara dele. "Se é para ser filho da p..., então eu vou ser o maior de todos!"

A Kika quis saber: "Como é, vocês não vão acabar a entrevista?". O repórter se espantou: "Ora, mas é agora que nós estamos fazendo a entrevista de verdade". O Raul completou: "E ai de nós quando acabarmos!".

Traçando um frango xadrez e bebendo muito saquê, o Raul começou a mostrar a mesma irreverência de suas músicas:
"Já que estão falando de abertura, então vamos ver até onde vai. Por isso eu fiz 'Abre-te Sésamo,' exatamente para questionar, porque o que está aí não é abertura nem nada. Depois, em 'Aluga-se', eu dou um bom conselho pro Delfim: se eu fosse ele, alugava o Brasil".
SERÁ QUE EU FALEI BOBAGEM?  

Lá pelas tantas, o Raul colocou todo o resto de comida numa travessa só e nos convidou a comermos diretamente dali, como irmãos. O repórter ainda mandou ver umas garfadas, os outros já haviam encerrado. Os assuntos iam e vinham. A Kika falou de um germe recém-descoberto que comia ferrugem. O Raul aproveitou: "É, o bichinho come tudo que há de ruim nesta sociedade industrial -- o petróleo, a ferrugem, até os edifícios. Quando é que ele vai chegar no Figueiredo?" Aí, fingiu-se de assustado: "Será que eu falei bobagem, heim?".

A cada instante, a Kika e o Luís lembravam que estava ficando tarde para a entrevista na Folha. O Raul acabou desabafando: "A maioria dessas entrevistas é um saco, principalmente as coletivas!". O repórter comentou que as coletivas têm meia hora de papo formal sobre o disco ou o show que o artista está promovendo, depois fica tudo mais descontraído e até saem conversas interessantes; só que ninguém anota, pois os jornalistas de hoje só sabem trabalhar com o lado promocional. O Raul faz um gesto de "olhaí, eu não disse?". E interrompe: "Não precisa falar mais nada. A gente já se entendeu".

Bota-fora. Raul chama um último saquê, o repórter lamenta: "O diabo vai ser passar o resto da tarde na redação, escrevendo". O Raul não quis ouvir: "Não fala isso, irmãozinho, não fala isso! Eu fico muito triste". O repórter novamente estranhou e quis ver se havia algum traço de ironia no rosto dele. Nenhum.

PODE NÃO CANTAR NADA, MAS QUE COXAS!  

Bêbados em pleno começo de tarde, na rua Teodoro Sampaio. Luís e Kika já estão longe, ansiosos por apanhar depressa o carro. Raul atrás, abraçado ao repórter, admirando os traseiros de quatro garotas que passam despreocupadas. "É demais! É demais!" Pergunta ao repórter o que acha de uma cantora da moda, bem medíocre. "Sei lá. Em que sentido?" Ele dá outro sorriso maroto e aponta as meninas: "Nesse mesmo. Eu vi na TV e não me aguentei. Pode não cantar nada, mas que coxas!"
[E o repórter se dá conta que, ao contrário de quase todos os artistas que conheceu, Raul Seixas é sincero. Tanto nas suas esculhambações políticas como no clima sensual de suas músicas. No deboche bem humorado do 'Rock das Aranhas'. 

No conselho a uma baby de treze anos, de que se "quer deitar/ Não dar ouvido à razão, não/ Quem manda é o coração". Nos versos de sexo quase explícito de Ângela: "Rouba do meu leite agora/ O gosto da minha vitória" e também "Minha espada erguida para a guerra/ Com toda fúria que ela encerra". De forma alguma idéias tomadas de empréstimo a bons letristas como Paulo Coelho e Cláudio Roberto. Mas verdades, também para si. Principalmente para si.]

O Raul disse que estava há quatro noites sem dormir. Saiu bem atrasado para a Folha. Chegando lá, capotou. Desistiu de todas as entrevistas marcadas para a tarde. Foi para o hotel descansar.

* * *

O repórter só escreveria esta matéria alguns dias depois. Típico trabalhador da indústria cultural: salários aviltados, necessidade de fazer toneladas de matérias para sobreviver. Despersonalizando o estilo, prostituindo um dom.

No entanto, calou fundo nele a "teimosia braba do guerreiro", a imagem desse admirável guerreiro que insiste em manter a loucura dos anos 60 em meio ao marasmo e calculismo dos 80. E as sucessivas audições de Abre-te Sésamo lembraram-lhe tudo que a música era e ultimamente deixou de ser: alegria, revolta, paixão, coragem.

Então, o repórter resolveu, ao menos desta vez, fazer a matéria que tinha vontade de fazer, ao invés do texto bem comportado que as escolas ensinam e os editores recomendam. Saiu assim.

PT e ministros reafirmam legalidade de doações recebidas

Em notas divulgadas nesta sexta, Aloizio Mercadante e Edinho Silva negaram qualquer irregularidade em valores recebidos para campanhas.

Os ministros da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, esclareceram, em notas divulgadas nesta sexta-feira (26), que todas as doações feitas pela empresa UTC às campanhas ao governo de São Paulo, em 2010, e à campanha da presidenta Dilma Rousseff, em 2014, ocorreram dentro da legalidade.
Também por meio de nota, o Partido dos Trabalhadores informou que todas as doações recebidas pela legenda aconteceram dentro da legislação em vigor e foram declaradas à Justiça.
Leia a nota do PT, na íntegra:
“A Secretaria de Finanças do PT informa, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legislação vigente e foram posteriormente declaradas à Justiça”.
Leia a nota de Edinho Silva, na íntegra:
“O Ministro Edinho Silva esteve com o empresário Ricardo Pessoa por 3 vezes para tratar de doações de campanha. A primeira, quando o conheceu, foi quando o empresário esteve no comitê da campanha em Brasília. O empresário, após o primeiro contato, organizou o fluxo de doações em 3 parcelas que totalizaram 7,5 milhões de reais.  O Ministro Edinho jamais tratou de assuntos relacionados a qualquer empresa, ou órgão público com o referido empresário. As contas da campanha presidencial de Dilma Rousseff foram auditadas e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Assessoria de Imprensa do Edinho Silva”
Leia a nota de Aloizio Mercadante, na íntegra:

“NOTA
Tendo tomado conhecimento, nesta sexta-feira, 26, por meio de veículos de imprensa, sobre suposta citação ao meu nome em delação premiada do senhor Ricardo Pessoa, presidente da UTC, tenho a esclarecer que:
1.    Desconheço o teor da delação premiada do senhor Ricardo Pessoa;
2.    A empresa UTC, por ocasião da campanha ao Governo do Estado de São Paulo, em 2010, fez uma única contribuição, devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em minha prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 27 de agosto de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092079.
3.    A empresa Constran Construções, que pertence ao mesmo grupo, fez uma contribuição, também devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 29 de julho de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092017.”
Da Redação da Agência PT de Notícias

Termina prazo para convocado na primeira chamada do ProUni comprovar informação

Casual group of college students smiling - isolated over a white background


Termina hoje (29) o prazo para os estudantes pré-selecionados na primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni) comprovarem nas instituições de ensino as informações prestadas no momento da inscrição. A perda do prazo ou a não comprovação das informações resulta na reprovação do candidato. O resultado da primeira chamada foi divulgado no último dia 22, no site do ProUni.

É responsabilidade do estudante verificar nas instituições de educação superior os horários e o local onde deve comparecer. Entre os documentos a serem apresentados estão identificação, comprovantes de residência, de rendimento dos estudantes e de integrantes do grupo familiar e comprovante de conclusão do ensino médio.


O resultado da segunda chamada será divulgado no dia 6 de julho. Quem não for pré-selecionado em nenhuma das chamadas pode participar da lista de espera a partir do dia 17 de julho. Para isso, é preciso aderir à lista no site do programa.

A segunda edição de 2015 do ProUni oferece 116.004 bolsas em 856 instituições de ensino superior. Desse total, 68.971 são integrais e 47.033 integrais.
O ProUni concede bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em instituições privadas de ensino superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros, sem diploma de nível superior.

As bolsas integrais do programa são para os estudantes com renda bruta familiar mensal, por pessoa, até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são destinadas aos candidatos com renda bruta familiar mensal até três salários mínimos, por pessoa.

Pode se inscrever quem fez a prova da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e obteve no mínimo 450 pontos na média das notas. Além disso, não pode ter tirado 0 na redação. 

Yara Aquino -Repórter da Agência Brasil

Janot pode pedir afastamento de Cunha

:
Procurador-geral Rodrigo Janot sinaliza reviravolta nas investigações que envolvem Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Operação Lava Jato, e pode pedir seu afastamento da presidência da Câmara; o peemedebista foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de receber recursos do grupo Mitsui e foi alvo de um mandado de busca e apreensão em seu gabinete, a mando de Janot.

247 - Procurador-geral Rodrigo Janot sinaliza uma reviravolta nas investigações que envolvem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Operação Lava Jato.
O peemedebista foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de receber recursos do grupo Mitsui e foi alvo de um mandado de busca e apreensão em seu gabinete, a mando de Janot.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, o procurador pensaria até em apresentar medida cautelar pedindo o afastamento de Cunha da presidência da Casa.
A defesa do parlamentar questiona ‘as investidas’ de Janot no caso. “Ele escolheu a mim e está insistindo na querela pessoal porque eu o contestei. Virou um problema pessoal dele comigo", afirmou. "[Janot] insiste e me escolheu para investigar. Ele coloca as situações que não fazem parte do objeto inicial do Ministério Público baseado em matérias jornalísticas para criar qualquer tipo de constrangimento. Não vai me constranger. Estou absolutamente tranquilo", garantiu.

Lula denuncia apuração tendenciosa da revista Época

Lula, por meio de nota, rebateu manipulação do semanário

Lula, por meio de nota, rebateu manipulação do semanário. Foto Instituto Lula.

O Instituto Lula denunciou a forma como a revista Época tem apurado informações para produzir matérias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nota divulgada nesta sexta-feira (26), o instituto afirma que a reportagem apenas procura a assessoria às vésperas do fechamento e por email. Ainda assim, a publicação insiste em divulgar inverdades.


Em vias de ter o nome do ex-presidente novamente estampando a Épocaneste final de semana, a entidade se adianta e divulga o conteúdo dos emails trocados com a reportagem.

Em tom de aviso, o Instituto Lula diz que dará o mesmo “tratamento reservado à Veja”, diante das “reiteradas práticas de parcialidade e falta de isenção jornalística”.

“É a última vez que perderemos tempo com a Época, que agora receberá o mesmo tratamento reservado à Veja pela assessoria de imprensa, após reiteradas práticas de parcialidade e falta de isenção jornalística”, escreve.

Leia a nota na íntegra:

Recebemos hoje (26), às 9h55, um e-mail da reportagem da revista Época com questionamentos a respeito das viagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Faz quase dois meses que a Época tem essa prática de mandar e-mails perto do fechamento em vez de fazer entrevistas cara a cara sobre as atividades do Instituto. É a última vez que perderemos tempo com a Época, que agora receberá o mesmo tratamento reservado à Veja pela assessoria de imprensa, após reiteradas práticas de parcialidade e falta de isenção jornalística. Mediante os questionamentos da publicação, fazemos os seguinte esclarecimentos a respeito das viagens realizadas pelo ex-presidente:

Sim, o Instituto Lula tem como política divulgar as viagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao exterior.

Desde abril de 2011, quando se constituiu a assessoria de imprensa do então Instituto Cidadania, hoje Instituto Lula, todas as viagens do ex-presidente foram divulgadas à imprensa por e-mail, e desde o segundo semestre de 2011, quando o Instituto Lula criou seu site, também por esse canal. E desde 2012 também por Facebook. E também por Twitter. Embora o ex-presidente não ocupe cargo público e, por isso, não tenha nenhuma obrigação de divulgar viagens para o exterior, elas foram divulgadas.

As viagens anteriores a abril de 2011 também foram registradas no site do Instituto Lula. Bastaria aos jornalistas da revista pesquisarem no site para encontrar a relação de viagens.

As viagens do ex-presidente Lula ao exterior não foram a turismo ou passeio. Foram para dar palestras, falando bem do Brasil no exterior para investidores e autoridades estrangeiras, estimulando a participação de jovens na política e divulgando políticas sociais de combate à fome em eventos na África, América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia.

Os principais destinos do ex-presidente ao exterior não foram, como já publicou erroneamente Época, Cuba, República Dominicana e Gana. Como o Instituto já respondeu para a revista, no texto “As sete mentiras da capa de Época sobre Lula” (http://www.institutolula.org/as-sete-mentiras-da-capa-de-epoca-sobre-lula/), os principais destinos foram os Estados Unidos, com 6 viagens, e depois México e Espanha, cada um com 5 viagens.

Como já também foi respondido para a Época, quase dois meses atrás. “No caso de atividades profissionais, palestras promovidas por empresas nacionais ou estrangeiras, o ex-presidente é remunerado, como outros ex-presidentes que fazem palestras. O ex-presidente já fez palestras para empresas nacionais e estrangeiras dos mais diversos setores – tecnologia, financeiro, autopeças, consumo, comunicações – e de diversos países como Estados Unidos, México, Suécia, Coreia do Sul, Argentina, Espanha e Itália, entre outros. Como é de praxe, as entidades promotoras se responsabilizam pelos custos de deslocamento e hospedagem.”

Ao contrário do que já publicou Época, e já foi rebatido pelo Instituto Lula, a maioria das viagens do ex-presidente ao exterior não foram pagas pela Odebrecht, que contratou palestras para empresários e convidados em países onde a empresa já atua. Uma pergunta da revista contém um equívoco porque a LILS não recebe doações. A LILS é uma empresa de palestras. Ela recebe pagamentos por serviços prestados. O Instituto Lula é uma entidade sem fins lucrativos que recebe doações para a manutenção das suas atividades. O ex-presidente não recebe pagamentos do Instituto Lula. Dezenas de empresas, de diferentes setores, doaram para o Instituto Lula. Os institutos de ex-presidentes, não só o do ex-presidente Lula, vivem de doações privadas. Sobre esse assunto de doações e contratações, como já foi respondido para a Época semana passada:

“O Instituto é uma entidade sem fins lucrativos, e as doações de indivíduos, fundações e empresas privadas de vários setores, entre elas a Odebrecht, assim como as parcerias com organismos multilaterais são para a manutenção do Instituto e realização das suas atividades.

A Odebrecht já falou sobre o seu apoio às atividades do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também de outros ex-presidentes, entre outras notas e declarações para a imprensa, no artigo ‘Viaje Mais, presidente’, de Marcelo Odebrecht, em 7 de abril de 2013, na Folha de S. Paulo. Ou seja, mais de dois anos atrás.

Todas as doações ao instituto estão contabilizadas e foram pagos todos os impostos correspondentes. Nem o apoio feito ao Instituto pela Odebrecht, nem as palestras profissionais do ex-presidente contratadas pela empresa são objetos de sigilo. O Instituto Lula nunca negou ter recebido doações da Odebrecht e a empresa nunca negou ter concedido este apoio. Aliás, como o próprio artigo de Marcelo Odebrecht mencionado acima deixa explícito.”

Temos em nosso site uma lista respondendo a dúvidas frequentes sobre o Instituto.”  Fonte: Agência PT de Notícias.

"O governo sofre um cerco sem similar na história recente

O governo sofre um cerco sem similar na história recente, hostilizado pelos meios de comunicação, hostilizado pelo mais poderoso partido político da República (que participa do governo e comanda sua política...), hostilizado pelo Congresso (presidido pelo mesmo partido), finalmente, e por tudo isso, hostilizado na ruas. Esse quadro ensejou a realização de um ‘especioso golpe branco’ de que resultou a instalação, em pleno presidencialismo, de um ‘parlamentarismo de fato’, presidido por um premier comprometido com o atraso fundamentalista de origem evangélico-pentecostal.
Por Roberto Amaral: http://bit.ly/1J9ZYM0

EM DEFESA DO PT

No documento, a legenda critica a "ofensiva conservadora" da oposição, da mídia monopolizada e de agentes públicos com o nítido objetivo de enfraquecer o governo Dilma, criminalizar o PT e atingir a popularidade do ex-presidente Lula.

Leia mais na Agência ‪#‎PT‬ de Notícias http://goo.gl/rPYLBu

#LoveWins



ACAMPAMENTO NA CÂMARA DOS VEREADORES ‪#‎COMPARTILHE‬M

Hoje é dia de descanso, mas amanhã contamos com a presença de todos na Câmara Municipal de Natal, no nosso acampamento com feijoada. Mobilize e compareça!



POPULAÇÃO DE SÃO GONÇALO PAGA SEUS IMPOSTOS MAS NÃO TEM RETORNO


Um absurdo essa situação do serviço público de limpeza de São Gonçalo

O INTERNAUTA Ailton Carvalho desabafa, fraga e denuncia o descaso, despreparo e falta de comprimento da Prefeitura com os  moradores da Rua PiuXII, que tomam a iniciativa de fazer a limpeza da rua ,pela falta dos serviços da Secretaria de Serviços Urbanos. Via Face de Ailton Carvalho.



sexta-feira, 26 de junho de 2015

A Secretaria de Política para as Mulheres realizará amanhã sua primeira ação externa, nos bairros da cidade.

A Secretaria de Política para as Mulheres realizará amanhã sua primeira ação externa, nos bairros da cidade.

A Vila de Ponta Negra receberá uma oficina de enfrentamento à violência contra a mulher, com o objetivo de levar mais conhecimento e informação às habitantes da região.

Ministrada pela também moradora do bairro, Graça Leal, e pela coordenadora da SPM/RN, Melayne Macêdo, a ação conta com o apoio do Projeto Fórum Vila em Movimento, Conselho Tutelar do RN, Conselho Comunitário do bairro, Centro Pastoral de Ponta Negra, Coletivo das Dez Mulheres, Escola São Jose, Centro de Referência da Assistência Social e outros apoiadores. 

Para participar, basta chegar! 
Local: Centro Pastoral da Vila de Ponta Negra
Horário: 08h00.

Hugo Manso participa da primeira edição da SPM no bairro

O vereador Hugo Manso (PT) participou na manhã desta sexta (26), do evento realizado pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres do RN (SPM-RN) No bairro da Vila de Ponta Negra.

A Vila de Ponta Negra foi à escolhida para essa primeira edição realizando com uma oficina de enfrentamento à violência contra a mulher, ministrada pela também moradora do bairro, Graça Leal, e pela coordenadora da SPM/RN, Melayne Macêdo. 

O evento contou com o apoio e participação do Projeto Fórum Vila em Movimento, Conselho Tutelar do RN, Conselho Comunitário do bairro, Centro Pastoral de Ponta Negra, Coletivo das Dez Mulheres, Escola São Jose, Centro de Referência da Assistência Social e outros apoiadores.

PT do Médio Oeste realiza plenária com o tema “O PT, a juventude, as mulheres e as políticas sociais no RN”


A Coordenação do Polo PT Médio Oeste, CONVIDA os (as) companheiros (as) para a reunião ordinária do mês de JUNHO que acontecerá dia 28/06/2015 das 09:00 às 12h00 na Câmara Municipal de Itaú, dando continuidade a nossa agenda de atividades do polo, oportunidade em que estará também ocorrendo a Plenária: O PT, a juventude, as mulheres e as políticas sociais no RN, com a presença das companheiras petistas que assumem cargo no Governo do Estado:

- Divaneide Basílio (Secretária de Estado Especial da Juventude);
- Tereza Freire (Secretária de Estado de Políticas para as Mulheres);
- Maira Almeida (Secretária adjunta da SETHAS).
Aguardamos vossas presenças e deixamos nossas saudações PeTistas. Coordenação do Pólo PT Médio Oeste, informações: 99686.2902.

Bolsa Família: O homem pobre e o vagabundo


EBC
As leis que provêm o socorro dos pobres tendem a destruir a harmonia e a beleza, a ordem e a simetria desse sistema que Deus e a natureza estabeleceram no mundo.

Tem gente que ainda crê que o Bolsa Família incentiva os pobres a terem filhos e que aumenta a vadiagem: mentiras alimentadas por um imaginário capitalista



[Rev. J. Townsend]
 
No final de março, o Ministério do Desenvolvimento Social anunciou os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística entre 2003 e 2013 sobre natalidade no país. De acordo com a Pnad, a média de filhos por família no Brasil caiu de 1,78 em 2003 para 1,59 em 2013, algo em torno de 10%. Entre os 20% mais pobres do país, a queda foi ainda mais acentuada, de 15,7%. No Nordeste, os 20% mais pobres reduziram a taxa de natalidade em 26,4%.
 
Os números expõem a fragilidade do discurso que sustentou grande parte da rejeição a programas assistenciais do Planalto, sobretudo o Bolsa Família. Especialmente nos últimos anos, os seus beneficiários tornaram-se vítima da fúria meritocrática que ancorou seu discurso em sentenças que atribuíram ao programa a responsabilidade pelo subsídio da preguiça. Além disso, caiu por terra a ideia de que há, entre os mais pobres, a tendência de procriar mais para receber mais subsídios do governo.
 
Apesar de meramente especulativo, o argumento pegou. E, ainda, com a batalha campal aberta nas redes sociais no entorno das eleições do ano passado, a máxima ganhou fôlego como nunca. Mas por que, mesmo ausente de quaisquer indícios, a retórica funcionou tão bem?
 
Em Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza, Maria Stella Bresciani escancarou os limites do progresso técnico-científico trazidos pela industrialização no centro do mundo capitalista. Os méritos deste texto não são poucos: pequeno mas profundo, o livro é tão sensível quanto preciso nos apontamentos das contradições que norteiam a modernidade, onde o luxo convive com a insalubridade numa mesma paisagem de contradições explícitas.
 
Um elefante na sala, a miséria precisou de um álibi, tal como a escravidão enquanto durou. Com a possibilidade algo inédita de ascensão social por meio do trabalho, a pobreza tornou-se objeto de um imaginário que a justificou como resultado inequívoco da indolência. Sinal dos tempos em que se consolidou uma nova forma de ver a relação do homem com o trabalho, pautada até então pelo desprezo absoluto.
 
De acordo com Bresciani, foi a partir de Locke e Smith, nas portas da industrialização, que a positividade do trabalho fixou bandeira no mundo ocidental. Antes disso, predominaram os resquícios de uma concepção que associou o trabalho à ausência de virtudes intelectuais e à pobreza. Essa nova valoração descende do século XVI, quando os calvinistas trouxeram a moral burguesa como contraponto a essa ideia através da máxima do apóstolo Paulo, que sentenciou: "Se um homem não trabalhar, também não comerá".
 
Na prática, a atribuição de um juízo de valor positivo ao trabalho provocou um novo olhar sobre a pobreza. Se por um lado é verdade que a miséria passou a ser objeto de preocupação e debates, sobretudo com Rousseau, por outro o imaginário oitocentista alimentou uma brutal intolerância contra a vadiagem.
 
Sob a luz do imaginário religioso ou racional, a atuação do Estado é permitida mediante o pressuposto de que a terra e o que vem dela foram dados à espécie humana e, por isso, todos têm direito à vida. Como descende dele a apropriação dos recursos naturais, o trabalho tornou-se a fonte de todos os valores da humanidade. Considerando que a vida é um direito natural do homem, mas, também, que o trabalho de um indivíduo é propriedade sua, Locke justifica a apropriação individual da terra - originalmente doada por Deus para a humanidade em comum. Como todo homem é proprietário de si mesmo, lhe é facultado o direito de vender a sua força de trabalho por uma remuneração, o salário.
 
Mas há, em Locke, mais do que um direito constituído nesta retórica. Por entender que os pobres carecem de outra propriedade além do próprio corpo, o filósofo considera o trabalho uma obrigação moral. Neste sentido, vadiagem e desemprego aparecem explicadas não por fatores políticos ou econômicos, mas por algo como a degradação dos costumes e o relaxamento da disciplina.
 
Smith vai além. Pautado no princípio de que a divisão especializada do trabalho resulta na otimização do tempo nas fábricas, o economista também credita ao modelo industrial uma concentração que não apenas atribui responsabilidade individual do sujeito quanto ao trabalho, mas também coletiva. Quer dizer, a divisão do trabalho tornou-se a metáfora perfeita para explicar a função social do trabalho: todas as partes precisam funcionar a todo vapor para que a produção como um todo seja satisfatória.
 
Também por isso, a pobreza passou a ser vista como um "tumor", cuja nocividade atinge não apenas o sujeito miserável, mas também o seu entorno. Tal como o fenômeno da metástase, o risco é que se espalhe e contamine a porção saudável da sociedade.
 
A Inglaterra do século XIX tratou com rigor a vadiagem que proliferava no seu interior. Aliás, mecanismos legais eram costurados para tratar do problema dos que não trabalham desde os seiscentos, no que Marx classificou como "a legislação sanguinária contra os expropriados". Em 1660, os quakers chegaram a propor uma Bolsa de Trabalho para que não houvesse mais mendigos no país. A intenção era fazer com que os pobres trabalhassem o suficiente para a própria subsistência e ainda restasse algo para a comunidade. Locke sugeriu algo semelhante quando, através do "sistema de imposto do trabalho", pretendia forçar os pobres a trabalharem para os contribuintes o equivalente ao imposto pago por eles. A ideia de não permitir que fossem os pobres "uma carga para a nação" contribuiu para a transformação de asilos em manufaturas e a criação de estabelecimentos de trabalho forçado nas paróquias que recrutavam crianças de até 3 anos.
 
Em 1831, os vadios custavam algo em torno de 7 milhões de libras aos cofres ingleses. Sob os protestos dos contribuintes, o acordo entre proprietários que assegurava uma complementação ao salário das famílias, conhecido como Speenhamland System, foi abolido - com o incentivo tanto do partido conservador Tory quanto da classe trabalhadora. A Nova Lei dos Pobres, de 1834, apesar de manter o princípio de auxílio aos que não trabalham, criou condições para a sua moralização, como a de que os beneficiários se inscrevessem nas workhouses.
 
200 anos depois dos ingleses, com a nova onda de inclusão de pautas morais no discurso político, o Brasil tem enfrentado uma verdadeira guerra de valores que circundam programas assistenciais financiados pelo governo. Graças à dinâmica das redes sociais, os boatos das mais variadas espécies ganham forma e ajudam a alimentar a rejeição sistematizada por Locke no limiar da modernidade. Dentre outros axiomas, circulam correntes de que o Bolsa Família funciona como sistema de compra de votos; que pessoas fazem fortuna com o benefício; que quem recebe não trabalha; e que os mais pobres têm feito mais filhos para poder se beneficiar do recurso.
 
Durante a campanha presidencial, o Bolsa Família gerou um imenso paradoxo. Ao mesmo tempo em que a oposição oficial e publicamente reivindicava sua paternidade, boa parte de seus cabos eleitorais atribuía ao PT a criação de uma legião de vagabundos. Em 2004, o site oficial do PSDB chegou a lançar um editorial intitulado "Bolsa Esmola" para se referir ao programa. Já em 2011, o senador tucano Alvaro Dias disse que “o Bolsa Família não tira ninguém da miséria. Mantém na miséria porque estimula a preguiça. Inclusive, há gente que não quer trabalhar porque não quer ter carteira assinada e perder o benefício”.
 
Apesar de falsa, nunca sai de cena no Facebook a imagem de extrato de R$ 2.600 oriundos do Bolsa Família. A postagem é precedida por um "Bom dia a você trouxa que acorda cedo pra trabalhar, que gera empregos, que estuda pra concurso. Segue extrato fresquinho, desse mês mesmo".
 
Verdade seja dita, este é um fenômeno que surfa na onda anti-empírica que tomou conta do país nos últimos anos graças a uma profunda "limitação moral", como apontou Yara Frateschi, causada pela hiperindividualização da "cultura do condomínio", uma patologia social problematizada por Christian Dunker em Mal-estar, Sofrimento e Sintoma: uma psicopatologia do Brasil contemporâneo. Distante do real, essa é uma geração que vive apenas para alimentar as próprias fantasias que têm sobre o outro, invariavelmente pautadas pelos mais íntimos preconceitos.
 
Em abril, Matheus Pichonelli discutiu esta questão a partir da atuação pública de Rachel Sheherazade, em especial na sua última participação no programa Pânico no Rádio, da Jovem Pan. "Sheherazade é a prova material de que quanto mais olhamos o mundo de cima para baixo, mais perdemos de vista a sabedoria contida na poeira dos sapatos. Essa poeira contaria que é possível circular em segurança nórdica ou parisiense a depender de onde se nasce e se morre no Brasil. E que o país recordista de homicídios e encarceramento mata e encarcera apenas quem mora a quilômetros de nossos bolsões de dignidade. (A exceção nos choca, mas não faz arranhão às estatísticas, concentradas onde quem dá pitaco não circula)."
 
Além dos resultados anunciados pelo IBGE no início do mês, o economista Thomas Trebat, diretor do Columbia Global Center Latin America e professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, defendeu enfaticamente o Bolsa Família em entrevista à TV Folha: “Eu, como economista, vejo as evidências empíricas, vejo o gasto, vejo o resultado, e concluo que esses programas são razoáveis, têm um alto retorno social e econômico. Mas o debate no Brasil é muito envenenado, quem não recebe Bolsa Família acha que quem recebe deveria perder esse direito, que o dinheiro é dado em troca de nada, que estamos diminuindo o esforço e trabalho no setor mais pobre”.
 
O "debate envenenado" é inclusive responsável pelo desenvolvimento de uma rejeição algo burra ao programa. De acordo com o Ipea, a cada 1 real investido no Bolsa Família, R$ 1,78 retorna à economia. É dinheiro do Estado que serve para alimentar o pobre, mas também para abastecer o comerciante, o que não impede, por sua vez, que grande parte da rejeição ao programa venha justamente da classe média, que é quem mais se beneficia dele.
 
Bem por isso, o capitalismo é pouco para explicar o ódio no Brasil. No auge das polêmicas em torno dos "rolezinhos" nos shoppings centers, Renato Barreiros assinou um artigo publicado no Farofafá, de Carta Capital, chamado "capitalismo anticapitalista", que descreve parte deste cenário, em que as marcas preferem deixar de arrecadar para construir uma "identidade" de elite.
 
Em que pese ter sido responsável por 28% da queda da extrema pobreza no Brasil, contribuído para a manutenção do aquecimento econômico mesmo em tempos de crise econômica mundial e libertado milhares de mulheres da dominação masculina no sertão nordestino, o Bolsa Família é e aparentemente vai continuar sendo o maior objeto de delírio do Brasil que bebe de Locke.
 
Já desde 2013, sabe-se que 7 em cada 10 beneficiários do programa trabalham. E mais: 12% já abriram mão dele. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, o Bolsa Família é peça fundamental no enfrentamento ao trabalho infantil.
 
Enquanto isso, Hillary Clinton já afirmou que, se vencer as prévias e as eleições, pretende implantar programa similar nos Estados Unidos. Mas, é claro, já tem montagem no Facebook associando-a a Cuba.
 
*Murilo Cleto é graduado em História pela Universidade Tuiuti do Paraná, especialista em História Cultural e mestre em Cultura e Sociedade. Atua como coordenador municipal de Cultura, representante regional do Sistema Estadual de Museus de São Paulo e professor no Colégio Objetivo e no curso de História das Faculdades Integradas de Itararé. Escreve às segundas-feiras no blog Desafinado

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