sábado, 2 de abril de 2011

PeduBreu concede entrevista exclusiva para o Blog Marcos Imperial



1. Como surgiu a banda?  E o nome PeduBreu?

São Gonçalo do Amarante berço da cultura popular do estado que têm em suas veias, cancioneiros, músicos, artesãos, atores, artistas, poetas, pessoas simples que tornam a vida, que transformam em realidade através de suas mãos, corpo e espírito. Gente que arranca de dentro de si mesmo razões profundas e verdadeiras de sua natureza

Partindo destas influencias étnicas, folclóricas e culturais que permeiam toda nossa região é que surge em 22 de novembro de 2002 o Projeto Cultural PeduBreu TecnoCoco. Fruto de conversas e idéias destes e de outros artistas do cenário São-Gonçalense. Formado por Gláucio Teixeira da Câmara, (Vocal e Teatro), Paulo Sérgio de Menezes (Percussão), Valdinei Teixeira Feitosa (Percussão), aonde mais tarde vieram complementar e engrossar o caldo o violinista Edmilsom Torquato (Didi) ex integrante do Songa Também da Coco, o DJ Alécio Nogueira com influência dos movimentos Hip-Hop, e o design Otávio Augusto (cenógrafo e ambientador) Todos com o objetivo de mostrar e cantar para o mundo nossa cultura de raiz. Aprofundamo-nos em estudos e pesquisas dos mestres e saberes populares, na arte na música, no artesanato, no boi de reis, no Bambelô, nos Congos de Calçola, no pastoril, no cordel, em fim em toda beleza e pureza do imaginário popular que existe e emana deste manancial rico e belo. Vindo a concluir este trabalho no dia 22 de agosto de 2003 na inauguração do Teatro Municipal Poti Cavalcanti.

Etimologicamente, PeduBreu explicasse assim: a escrita acompanha o modo como as pessoas na maioria das vezes pronunciam em sua oralidade. PEDU: quer dizer Pedro, pronunciado e escrito sem o R O no final da mesma é uma singela e simples homenagem ao mestre criador do boi de Reis Pintadinho de São Gonçalo Pedro Guajirú e a tantos outros Pedros e pedras que sustentam este mundo. BREU: lugarejo rico em matéria prima, próximo à cidade de São Gonçalo, é onde se deu os primeiros sinais de manifestações folclóricas do município, nas décadas de 40 e 50. Geralmente as brincadeiras (apresentações) ocorriam nos terreiros das casas, lugar único e mágico que em noites de lua cheia seus brincantes e moradores ascendiam candeeiros e ecoavam cânticos, tambores, maracás e danças pela noite adentro enchendo de luz e som todo o breu (escuro) existente ali. Daí a origem do nome 

Pedubreu.
2. A banda hoje é composta por quantos componentes? Houve alguma mudança? E na sonoridade? 

No decorrer do tempo as mudanças são inevitáveis, seguimos um processo natural da vida. Só que estas coisas nos Objetivou assim amadurecimento e compromisso com a proposta hoje PeduBreu é formado por Cinco músicos da seguinte forma: Vocal/percussão/teatro – Gláucio Câmara – Baixo/vocal:Lula Borges – Guitarra/vocal:Kiko Mosca - Percussão/vocal:Dinei Teixeira – Bateria:Jimmy DuBreu. É importante ressaltar que todas as pessoas que passaram levaram e deixaram um pouco de si, e fazemos destes momentos a válvula mestre para e conexão entre povo e arte, Mantendo e originalidade de sempre.

3. O Pedubreu é uma mistura de ritmos, quais são as suas maiores influências musicais? 

O popular misturado em suas várias vertentes. Este é o aporte rítmico do grupo, uma espécie de "TecnoCoco", um movimento, que se apóia na promoção primitiva dos costumes e tradições populares, aliando ritmos típicos como Bambelô, capoeira, cocos, poesia, teatro, romances, folguedos e cordéis, fundidos com a musicalidade Techno.
  Com essa mistura de ritmos, cores e movimentos, um caldeirão de influências étnicas surge. "PeduBreu" que promove a difusão arte-popular e as características culturais de nossa gente.
  Este é o resultado peculiar produzido pelo grupo "PeduBreu", que traz as raízes de onde vivem as raízes da cultura popular.

4. Essa linha musical (alternativa) dificultou de alguma forma a expansão do trabalho do grupo?

Quando se trata de Música não vemos dificuldade, pois nossa linguajem atinge a todos os públicos e formas, mais do lado comercial ainda sim encontramos algumas resistências, nossa música ainda não está nas rádios comerciais, e isso até certo ponto não nos frustra porque conseguimos encarar com muita propriedade e determinação nosso trabalho, temos um bom público no estado, as pessoas sabem e gostam de nosso som e propagam. A internet tem sido ao longo do tempo um bom instrumento de trabalho que contribui na divulgação.

5. Há algum objeto central ou temas de inspiração na hora de compor? Como se dá o processo de composição das canções?

Não nos preocupamos num objeto central, muitas das vezes como na maioria delas surge da interação com o meio sócio-cultural em que o indivíduo está inserido, e deste pressuposto nasce todas as idéias e canções, além de também cantar-mos autorias de músicos e mestres populares, tais como: França D´Lima, o cordelista Hailton Mangabeira, D. Militana tantos outros

6. Como é ter uma banda em São Gonçalo do Amarante? Existem muitos espaços para bandas na cidade? Como vocês encaram isso? 

Como bem falou um dia o Jornalista Yuno Silva (Tribuna do Norte) em um de seus artigos publicado, PeduBreu se tornou filosofia de vida para os jovens da região. E é mais ou menos isso, fazer arte em uma cidade como São G. Amarante (Songa) não é diferente de nem um lugar do mundo. Sofremos do mesmo mal popular administrativamente enraizado no descaso e pouco caso com os fazeres e saberes artísticos, então é preciso fazer perceber e discutir nosso papel. Somos criadores de nossa própria história, então façamos o que ninguém fará por nós. Propomos assim nossos projetos como: Feioarte – Musimagem – Cultivando Arte – Tudo voltado para a promoção cultural

7. Qual o meio facilitador na divulgação do trabalho de vocês?

Com o advento da internet, hoje já está bem mais fácil divulgar nosso produto, você pode encontrar nossos vídeos, musicas, fotos, textos e muita coisa sobre o PeduBreu, no facebook, Orkut, myspace,somos a favor e contribuímos para este tipo de mídia livre.

8. Hoje em dia como vocês vêem a cultura sãogonçalense? E qual o papel do Pedubreu nesse meio cultural? 

Sabe-se bem em todo estado do Rio Grande que, São Gonçalo é berço da cultura popular, mais há tempos que este está quebrado. Temos que olhar a cultura pelo o todo e não por uma janela estreita, provinciana e individual, em nosso solo encontramos todas as expressões artísticas necessárias e fundamentais, mais não temos uma política de cultura voltada para a valorização, reconhecimento e incentivo. Trabalhamos com o PeduBreu nesta perspectiva de fazer a fomentação, mobilização e propor as alternativas, ouvindo cada um assim procuramos nos envolver em todas organizações dentro e fora do estado, ocupando espaços como: Ponto de Cultura Agregarte – Comissão Norte Rio Grandense de Folclore – Grupos de Teatro – Rede Potiguar de Musica – Conselho Municipal de Juventude – Fóruns de discussões – Redes de articulações em grupos.

9. Sabe-se que, no Rio Grande do Norte, de maneira geral, não é fácil fazer cultura, e conseqüentemente, ser reconhecido por este trabalho. O Pedubreu enxerga essa dificuldade, mesmo já tendo 8 anos de estrada? 

Dificuldades sempre existirão em todas as fases da vida, o que não se pode deixar ser engolido por ela, é importante está atento e produzindo, criando, reformulando os módulos comuns, rompendo os paradigmas. O reconhecimento se dá por muito trabalho e persistência naquilo que sabemos e gostamos de fazer. Não é fácil, como disse o poeta “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”..

10. Vocês foram os grandes vencedores do último Festival da Canção da Assembléia Legislativa e do MADA. Mas esse não foi o primeiro prêmio alcançado pela banda?

Participar deste festival foi um marco para nós, uma vez que concorríamos entre doze bandas e outras tantas do estado que seriam escolhidas por votação de um júri e só então se apresentariam na grande fina em Natal, ficamos classificados com a Música Coco da Moçada. Autoria França D Lima. Este reforça ainda mais nossa história, pois no ano de 2005 fomo contemplados com o projeto Cosern Musical – Casa da Ribeira – Em 2008 ficamos classificado na final do FUC – Festival Universitário da Canção, com a musica-cordel “Berço da Cultura Potiguar” do cordelista Haiton Mnangabeira - Em 2009 no mesmo festival ficamos na final entre as 10 que irá compor o CD e DVD do Festival. E também para o MADA – Música Alimento da Alma no ano de 2010. Para este ano encaminhamos nosso material para o Festival de Música do Ceará 2011.

11. A banda já pode ser considerada um grupo de destaque no cenário potiguar. Vocês atribuem isso a quê? Alguma coisa mudou nestes últimos anos de carreira? 

PeduBreu já é um grupo de referencia no estado, atribuindo esse reconhecimento por parte do público e critica como uma expressão fortemente cultural, enraizada no fazer, e sustentada na força da arte, muita coisa melhorou nos últimos anos,as experiências vividas, as músicas tocadas, as danças embaladas por nosso som, esteticamente mantivemos a mesma idéia, Música – Teatro Cores – Movimentos, como bem dizemos: Um caldeirão de influências, isso não mudará pois está em nós, em nossas aspirações e desejos, e a todo momento afloram e recriam. De fato o som do PeduBreu não tem denominação concreta, mais sigamos neste TecnoCoco de ritmos e vida. 

Do Blog: Nossos governantes precisam valorizar mais esse grupo que eleva a cultura são-gonçalves por onde passa.

Contato para Show: (84) 8809-0452 Gláucio Câmara.
www.myspace.com/pedubreu

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Marcos Imperial

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