Homem é visto em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires
O corpo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner foi transferido na madrugada desta quinta-feira da cidade de El Calafate para Buenos Aires, para ser velado na Casa Rosada, sede do governo.
O corpo de Kirchner chegou ao aeroparque de Buenos Aires à 1h50 local (2h50 de Brasília) em um avião no qual também viajou a presidente Cristina Kirchner e o filho mais velho do casal, Máximo. O ex-presidente será velado a partir das 10h local (11h de Brasília) no Salão dos Patriotas Latino-Americanos, na Casa Rosada.
Enquanto isso, milhares de pessoas se concentram em frente à sede do governo com cartazes, flores, bandeiras e fotografias em homenagem a Kirchner. "Néstor, tua luz brilhará para sempre" e "Força Cristina" são algumas das mensagens escritas nos cartazes e nas bandeiras que, entre canções e lágrimas, foram depositadas na Praça de Maio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá à cerimônia, assim como os líderes da Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
A polícia organizou uma operação de segurança que inclui o fechamento de várias vias de acesso à Casa Rosada, localizada no centro de Buenos Aires, para facilitar a concentração na área. Fontes oficiais anteciparam que não será admitida a entrada de bandeiras, câmeras ou cartazes à sala do velório. Coroas de flores e outros adornos fúnebres serão recebidos em uma dependência governamental anexa à sede do Executivo.
O funeral vai até sexta-feira, quando o corpo de Kirchner será transferido a Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz (sul), onde Kirchner nasceu.
Trajetória
Néstor Kirchner morreu nesta quarta-feira, aos 60 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Kirchner e sua mulher estavam desde o fim de semana em sua casa em El Calafate. O presidente teve de ser internado às pressas no hospital na cidade.
Com problemas cardíacos, Kirchner já havia sido submetido a duas cirurgias de urgência neste ano, em fevereiro e setembro, após serem detectadas obstruções em artérias coronárias.
Leia também:
- Lula viajará sexta-feira a Buenos Aires
- Morre o ex-presidente Néstor Kirchner
- Morte deixa Argentina com futuro incerto
- Lula decreta luto oficial de três dias
- Líderes latino-americanos lamentam morte
- Morte de Néstor Kirchner surpreende argentinos
- Vice rival de Cristina lamenta morte de Kirchner
- Casal Kirchner: ideias iguais em estilos diferentes
Kirchner foi presidente da Argentina entre 2003 e 2007. Atualmente, era secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Ele começou sua vida política em 1987, quando foi eleito prefeito da cidade de Río Gallegos, na Provícia de Santa Cruz. Ele conheceu a esposa, Cristina, durante a juventude e em 1975 os dois se casaram. O casal tem dois filhos, de 34 e 21 anos.
Enquanto Cristina já seguia carreira política em Buenos Aires, Kirchner foi eleito prefeito de Río Gallegos e depois, em 1991, foi eleito governador de Santa Cruz. Kirchner governou a província até 2003, após duas reeleições consecutivas, e foi esse cargo que impulsionou sua candidatura à presidência no mesmo ano.
Eleito presidente em 2003, Néstor Kirchner desistiu de concorrer à reeleição em 2007, apesar de estar em fim de mandato com uma popularidade de 50% - o mais alto nível de aceitação desde a restauração democrática, em 1983.
Na época, analistas políticos especulavam que ele havia favorecido Cristina Kirchner, que então ocupava uma cadeira no Senado, com a perspectiva de voltar ao poder em 2011 e garantir ao clã pelo menos 12 anos consecutivos no poder. Mas as chances de o plano dar certo diminuíram com a queda da popularidade de Cristina, que se elegeu em 2007 com a maioria de votos em todas as regiões da Argentina, com exceção de Buenos Aires, a área mais rica e populosa do país.
Os bons índices de popularidade do início do mandato caíram pelas denúncias de corrupção contra o casal, pela incapacidade de controlar a inflação e pela tentativa de cobrar um imposto agrícola que desatou um conflito de meses com os ruralistas em 2008. Como é considerada marionete do marido, os desacertos do governo Cristina acabaram manchando a reputação de Kirchner.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial