A candidata Dilma Rousseff foi entrevistada hoje pelo Jornal Nacional e apontou uma grande diferença entre o tratamento dado à corrupção no governo Lula e a atitude do seu adversário, José Serra, em relação aos desvios sob sua responsabilidade.
Dilma explicou que não há como saber se as pessoas irão ou não cometer erros e desvios antes que isso aconteça. O bom governo, segundo ela, ao tomar conhecimento de erros investiga e pune. O mau governo acoberta erros e cria impunidade.
“A gente tem que ser muito claro com o eleitor e não tentar enganá-lo. Erros e pessoas que erram acontecem em todos os governos. O que diferencia um governo de outro é a atitude em relação ao erro”, disse.
Ela usou dois exemplos recentes para mostrar a diferença entre os projetos que estão em disputa no país hoje. No caso Erenice, a petista contou que já foram ouvidas 16 pessoas pela Polícia Federal que investiga se houve ou não tráfico de influência na Casa Civil. Nos poucos casos de nomeação de parentes no serviço público eles foram demitidos.
Caso Paulo Preto
“Veja que há uma diferença em relação ao meu adversário. O meu adversário tem uma acusação gravíssima que o Paulo Vieira de Souza [conhecido como Paulo Preto], que está sendo investigado na operação da Polícia Federal chamada Castelo de Areia por propina e era diretor do departamento de estradas e cuidava as obras mais importantes do governo de São Paulo. Até agora não houve uma investigação e não houve nenhum processo. Pelo contrário, há uma diferença entre quem investiga e quem acoberta e não pune. Quem acoberta cria a impunidade”, comparou.
Dilma concluiu dizendo como agirá com os eventuais irregularidades: “No meu governo, eu serei implacável com essa questão de nepotismo, com trafico de influência ou com o conhecimento de qualquer malfeito relacionado a propina e outras variantes disso”.
Aborto
Dilma reafirmou que não mudou de posição em relação ao aborto. Ela sempre foi, pessoalmente, contra a prática, que caracteriza como uma violência contra a mulher.
Segundo ela, não haverá qualquer modificação na legislação atual, regulamentada no governo Fernando Henrique Cardoso, e que permite o aborto em caso de risco de morte para a gestante ou para mulheres que foram vítimas de estupro.
A petista afirmou que, nesse tema, o Estado precisa proteger as milhares de adolescentes que estão grávidas e que muitas vezes não têm a família por perto para dar apoio.
A candidata pediu o voto dos brasileiros para continuar avançando o projeto iniciado por Lula. “Quero fazer um apelo humilde. Peço o voto e o apoio de vocês que me assistem porque eu represento um projeto que permitiu que o Brasil distribuísse renda, criasse um grande mercado consumidor e pagasse a dívida com o FMI [Fundo Monetário Internacional]. E, sobretudo, porque ficamos respeitados lá fora. Quero contar com seu voto para, se Deus quiser, ser a primeira presidente da Brasil”, afirmou.
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Marcos Imperial