Enviado em 16 de outubro de 2010, às 05h39min
A nova pesquisa do Datafolha aponta estabilidade na corrida presidencial. José Serra (PSDB) parou de crescer, e Dilma Rousseff (PT) parou de cair. Seguem com os mesmos 54% a 46%, em favor da petista, medidos pelo instituto na semana passada.
O tucano deu um salto na pesquisa anterior porque serviu de receptáculo para a maioria dos votos que foram para Marina Sila (PV) no primeiro turno. Passada essa primeira onda, ele perdeu impulso. Como o Ibope apontara, o Nordeste serviu de freio para a queda de Dilma.
As oscilações do eleitorado tendem a ser menos dramáticas e mais graduais do que foram até agora. A grande maioria dos eleitores de Marina já se acomodou. Não esperou a orientação de ninguém.
A definição da eleição se dará em torno de dois grupos, parecidos entre si. Os indecisos, que são 8% para o Datafolha e 3% para o Ibope, e aqueles eleitores que não morrem de amores nem de ódio por Dilma ou Serra.
É o mais próximo que se poderia chegar dos “swing voters” norte-americanos e ingleses, o eleitorado que oscila entre candidatos ao longo de uma campanha, ou de uma eleição para outra.
Os “eleitores vaivém” brasileiros não têm um perfil demográfico único e são difíceis de quantificar, mão não chegam a 20% do eleitorado total. Têm em comum um voto sem entusiasmo. Optam pelo “menos pior”.
São diferentes daqueles que não votarão em um candidato, mas “contra” aquele que não querem ver eleito. Este é o caso da eleitora religiosa de Marina, que descartou Dilma por causa da legalização do aborto, e dificilmente voltará a votar nela.
Como a distância entre Dilma e Serra é muito pequena, qualquer assunto ou grupo de eleitores (como o aborto/religiosos no primeiro turno) pode fazer diferença, por menor que possa parecer.
Promessas de ações ou obras regionais que cativem o interesse de comunidades específicas também podem, somadas, produzir pequenos mas cruciais ganhos de votos nesta reta final. Brasília Urgente.
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Marcos Imperial