quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A morte não melhora ninguém

Morto ontem aos 79 anos de idade, o senador paulista e delegado aposentado da Polícia Federal Romeu Tuma ganhou de gregos e troianos homenagens póstumas e algumas vezes hipócritas.

Alguns chegaram a dizer, como o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que Tuma foi "um exemplo de homem público".

Não foi, não.

Especialmente quando começou a sua carreira policial, em 1969, no auge da ditadura militar, ao lado do delegado e torturador Sérgio Fleury Paranhos - o temido e facínora diretor do Dops, uma casa de horrores e de atentados contra a democracia e os direitos humanos.

E principalmente quando passou a colaborar com o SNI, o Serviço Nacional de Informações criado pelos militares com o único objetivo de perseguir e neutralizar quem combatia o golpe de 1964.

Eleito senador da República pela primeira vez em 1994, de lá para cá Tuma se transformou em defensor do Estado de Direito que transgrediu e desrespeitou como delegado policial.

Mesmo assim, não conseguiu apagar o seu passado torto.

Porque a história não se muda, nem pode ser recontada. Brasília Urgente.

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Marcos Imperial

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