Na Folha de S.Paulo desta quarta-feira, o deputado norte-rio-grandense Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara, um dos principais operadores do partido na indicação de nomes para o ministério da presidente Dilma Rousseff e candidato à presidência da casa em 2013, ganha espaço com uma notícia ruim e uma lembrança pior ainda.
Breno Costa, repórter do jornal, conta que o parlamentar potiguar "reservou R$ 400 mil de sua cota de emendas no projeto de Orçamento para 2011 para ONG ligada a um de seus principais aliados políticos no Rio Grande do Norte" e lembra a denúncia de uma fortuna em paraísos fiscais que lhe custou, em 2002, a indicação de vice para o então candidato à Presidência da República José Serra.
A ONG premiada com emendas de Henrique é o Instituto Potiguar de Desenvolvimento Social (IP) que tem como responsáveis legais quatro assessores parlamentares do vereador Hermano Morais (PMDB-RN), presidente do diretório municipal do partido em Natal. "Além disso", conta o jornalista, "outras duas pessoas ligadas a ele fazem parte do comando do instituto."
O jornal procurou o vereador, que negou relação com o IP. "No entanto, o próprio Eduardo Alves afirma ter recebido de Morais o pedido de emenda para a ONG. "[O pedido] foi solicitado pelo vereador", afirmou o deputado.
"A emenda foi proposta aos recursos do Ministério do Turismo, que deverá ficar sob o comando do PMDB no governo de Dilma Rousseff", escreveu o repórter.
Breno Costa vai além, lembrando que em 2006 "um integrante do IP chegou a ser detido com material irregular de propaganda do então candidato ao Senado Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), primo de Henrique Eduardo", e que no Orçamento de 2010 "o deputado Henrique Eduardo Alves já havia apresentado uma emenda de R$ 200 mil para o mesmo instituto, também via o Ministério do Turismo."
A ONG potiguar, conta ainda o repórter, deixou de funcionar em 2007, foi reativada no ano passado e "é a única entidade beneficiada diretamente por emenda de Henrique Eduardo Alves no relatório apresentado por ele, no fim de novembro, à Comissão Mista de Orçamento no Congresso."
Henrique nega irregularidades, diz que a ONG é muito "respeitada" e "reconhecida" no Rio Grande do Norte, e dispara: "Não vou apresentar [emenda] para meu adversário, né?"
Na reportagem, que pode ser lida aqui e aqui por assinantes da Folha ou do portal Uol, o jornalista lembra que o deputado do Rio Grande do Norte "teve sua indicação a vice-presidente na chapa de José Serra na eleição de 2002 descartada depois que reportagem divulgou que ele mantinha contas em paraísos fiscais." Segundo ele, e de acordo com o que publicou na época a revista IstoÉ, Henrique "teria movimentado, em contas de três paraísos fiscais, US$ 15 milhões, quantia superior a seus rendimentos declarados à Receita Federal."
A história de 2002 veio à tôna por conta do processo de separação litigiosa de Henrique com a sua ex-mulher, Mônica Infante de Azambuja Alves. "Durante o litígio, Mônica teria entregue a seus advogados extratos bancários, contas telefônicas, comprovantes de despesas de cartão de crédito e bilhetes escritos pelo deputado revelando a existência das contas. Essas informações não constavam das últimas quatro declarações de renda do deputado até 2002, segundo a revista. Os advogados de Mônica queriam um aumento em sua pensão, a partir do patrimônio extra-oficial de Alves, que supostamente teria também laranjas para encobri-lo. Ele divulgou, na época, nota em que negava os dados publicados -que chamou de "delirantes".
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Marcos Imperial