Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O duelo que o PMDB trava com o PT por cargos do segundo escalão se repete em briga interna da legenda pela partilha e manutenção de postos do terceiro escalão.
Aliados pressionam a cúpula do partido pela definição das vagas regionais e usam a recondução de Henrique Eduardo Alves (foto) à liderança da Câmara como moeda de troca para lotear cargos da estrutura federal nos estados.
Pressionados pelos colegas a consolidar o domínio do partido em órgãos de capilaridade regional — como o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e as secretarias e superintendências do Ministério da Agricultura —, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estão sendo acusados de “jogar para a torcida” ao ameaçar retaliação e anunciar que o governo suspendeu a divisão do segundo escalão.
A estratégia funcionaria como argumento para frear a fúria de representantes da bancada por postos do terceiro escalão.
“Há uma profunda insatisfação em torno da maneira como o PMDB conduz a divisão dos cargos, pois 90% da bancada não indicou ministro e não está zangada. A bancada quer indicar nos estados. Então, usam a estratégia de dizer: ‘Vocês não estão sendo ouvidos, mas nós também não. É um grande jogo de latido’”, afirmou um parlamentar peemedebista.
Boa parte da bancada questiona o enfrentamento assumido pela cúpula, pois teme que o desgaste enfraqueça a interlocução do partido com o governo e a relação entre Dilma Rousseff
e Michel Temer. Um dos efeitos imediatos da falta de prestígio seria a redução de cargos do PMDB nos estados.
Henrique Eduardo Alves conta que está sendo assediado pelos colegas para tentar resolver pendências de nomeações e manutenção de postos em secretarias e superintendências.
A aplicação do líder peemedebista tem surtido efeito. Até agora, ele tem 60 assinaturas dos integrantes da bancada, de 88 deputados, para que o parlamentar potiguar continue à frente da liderança do partido.
“Acho que há mais (de 60 assinaturas). O princípio da bancada é renovar a liderança. No início da legislatura, o partido encaminhará à Mesa. Vou agradecer muito à bancada.”, disse Henrique.
A divisão dos cargos do terceiro escalão, segundo o líder do PMDB na Câmara, só ocorrerá depois de a cúpula decidir os impasses no segundo. “Não resolvemos o segundo escalão, imagina o terceiro. Vamos aguardar. Se tiver paciência, cuidado, não haverá problema. Tem que ter respeito, cuidado e zelo.”
Fonte: Correio Braziliense

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Marcos Imperial