júnior santos
Na praça central de Angicos, os fiéis se reúnem para a celebração do dia de São José. As sombrinhas protegem do sol forte do Sertão
Devotos de Angicos e de municípios vizinhos, acompanhados de suas famílias, lotaram a Igreja matriz logo a partir das 6h para assistir a celebração da primeira missa. Na praça São José de Angicos, onde foi realizada a missa das 9h, sombrinhas e guarda-chuvas foram abertos para abrigar os romeiros do calor, dando ao cenário um colorido especial. A programação religiosa se encerrou com a missa após a tradicional procissão, às 17 horas, pelos bairros da cidade. A estimativa de público, segundo o padre Severino da Silva Neto, é que cerca de 15 mil pessoas participaram das festividades religiosas ao longo do dia.Em agradecimento por graças atendidas, os devotos trajavam batinas ou roupas amarelas. Como foi o caso do aposentado Valdemiro Ferreira da Silva, 79, que às 5h já estava na praça com a mulher Clarice Ribeiro Silva. Há oito anos, mesmo depois que perdeu a visão, ele cumpre o ritual de vestir-se com as cores do santo e assistir a todas as missas nesse dia, como agradecimento por não ter amputado um pé diabético. “Jesus me deu a graça porque o pai dele aqui na terra, quem pediu por mim”.
As gêmeas Ana Letícia e Ana Beatriz, de 4 meses de vida, também estavam entre os pagadores de promessa. Nascidas prematuras e com algumas complicações, a mãe Micarla Macedo recorreu a fé no santo para pedir pela saúde das filhas.
Há 60 dos 76 anos de vida, a batina amarela compõe o guarda-roupa da aposentada Maria Pereira Rodrigues, durante a novena ao “paizinho perfeito’. “São tantas as bençãos que Deus me concede, por meio dele, que só posso ser grata”.
Os fiéis foram convidados a reflexão sobre a campanha de fraternidade de 2011, durante a missa celebrada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Matias Patrício de Macedo e pelo pároco de Angicos, padre Severino da Silva Neto. Durante a homília, Dom Matias ressaltou a importância de refletir sobre as virtudes do padroeiro, aclamado pela Igreja Católica como o homem justo, excelente pai de família atento a vontade de Deus e ainda operário. Características que aproximam ainda mais padroeiro e fiéis. “São José é o patrono universal da Igreja e tem com o sertanejo uma relação de intimidade, por ser a última esperança de que enviará chuvas e melhorará a vida do povo de Angicos”, disse o arcebispo. Dom Matias nasceu em Santana do Matos, mas se considera angicano, por ter aprendido aqui desde o Beabá até a época de seminário.
O pároco Severivo lembra que este ano se comemora os 175 anos de criação da paróquia, sob o tema “175 anos de vida e fé sob o olhar de São José”. “ A festa se reveste de muita alegria. São José é muito presente na vida do nosso povo, que recorre a proteção paternal”, frisa o padre.
À parte o rito religioso, há quem aproveite a movimentação na cidade para melhorar a renda. Como a ambulante Maria Aparecida Josias, 56, que negociava entre os participantes o “fortalecimento” de fé. “A gente junta a devoção com a obrigação e São José abençoa”, afirma.
Pela primeira vez o ministro Garibaldi Alves, deixou de comparecer a festa do santo de devoção e foi representado pelo filho, deputado Walter Alves. O senador Hosé Agripino, o deputado federal Felipe Maia, o prefeito de Angicos Ronaldo Oliveira e prefeitos de outros municípios participaram da celebração.
Emparn prevê bom inverno este ano
O sol forte e o céu sem nuvens na manhã de ontem, em Angicos, confirmaram as previsões da Emparn. As poucas chuvas e de forma isolada no Estado, explica Gilmar Bristot, são decorrentes de uma massa quente na atmosfera que abrange parte do território do Ceará e passa pela Paraíba e Rio Grande do Norte. “Existe uma alta pressão atmosférica que impede a formação de nuvens”, acrescentou. Entretanto, adverte o meteorologista, o estio não contraria as previsões de inverno na média ou acima da média até abril ou maio.
E o sertanejo permanece otimista. O agricultor Aldo Luiz bezerra, 52, não desanimou porque não choveu no dia de São José. “O açude já sangrou. Sabemos que São José não vai falhar esse ano. Não teremos a perda do ano passado”, afirma. Em 2010, Aldo viu o gado morrer e disse que por pouco não passou fome. “Não deu nem para comer o que se plantou”. O terreno está preparado para o corte de terra, onde serão cultivados feijão e sorgo.
A chegada das chuvas também melhora o problema de falta de água. A zona rural de Angicos é assistida pelo programa do governo federal, em parceria com o Município, para o abastecimento por carros pipas. Cabe a Prefeitura, o custeio com a água e o transporte é feito pelas forças armadas. “O exército traz uma vez por mês. Mas as vezes, falta antes deles voltarem”, conta o agricultor Francisco das Chagas Silva, 42, que raciona o uso do recurso escasso. A cisterna ao lado da casa tem capacidade para 16 mil litros de água.
O prefeito Ronaldo Oliveira Teixeira também tem confiança no santo e nas previsões meteorológicas. “Com a chegada das chuvas temos boas perspectivas para agropecuária, que deve apresentar um crescimento este ano”. Segundo ele, a Prefeitura realizou a aragem das terras de pequenos agricultores da região e recebe diariamente, por meio do programa do Leite, cerca de 20 mil litros de leite de vaca e outros cinco mil litros de leite de cabra.
histórico
São José é um dos santos mais populares da Igreja católica, tendo sido proclamado “protetor da Igreja católica romana”; por seu ofício, “padroeiro dos trabalhadores” e, pela fidelidade a sua esposa, como “padroeiro das famílias”, sendo também padroeiro de muitas igrejas e lugares do mundo.
Segundo a tradição, José foi designado por Deus para se casar com a jovem Maria, mãe de Jesus, que era uma das consagradas do templo de Jerusalém, e passou a morar com ela e sua família em Nazaré, uma localidade da Galiléia. Segundo a Bíblia, era carpinteiro de profissão, ofício que teria ensinado a seu filho. Tribuna do Norte.
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Marcos Imperial