Ana Luiza diz que o cão-guia acaba com o rótulo de "coitadinho". Apenas 70 pessoas no Brasil utilizam cachorros treinados. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A.Press "Cauã me deu mais independência, com ele eu posso andar na rua com mais tranqüilidade, fazer percursos maiores. Antes eu usava bengala, mas com o Cauã eu me sinto mais segura", disse. Uma das maiores vantagens do cão-guia em relação à bengala, segundo Ana Luiza, é a possibilidade de desviar de objetos acima do chão. "Com a bengala a gente não consegue identificar um orelhão, por exemplo, e pode acabar batendo a cabeça. Ocão-guia nos livra desses acidentes", disse. Mas não é só isso. Para Ana Luiza, o cão-guia também ajuda a derrubar a imagem de coitadinho que a sociedade tem dos deficientes visuais. "A gente percebe que a reação das pessoas é outra quando vê um cego com cão guia. O cão-guia não rotula. Quando o cego usa a bengala as pessoas já pensam 'ah, coitadinho, é cego', com o cão-guia isso não acontece", explicou. Ana Luiza tem uma vida ativa. Para-atleta, ela lutava judô até o ano passado, mas precisou se afastar após perder totalmente a visão. A partir daí passou a treinar atletismo. Diariamente, trabalha em uma escola em São José do Mipibu e recentemente foi aprovada em um concurso para ser professora em Natal. "Levo uma vida normal, moro sozinha, faço minha comida, treino todos os dias. A gente aprende a conviver com as barreiras. Depois que eu perdi o pouco de visão que eu tinha estou encontrando algumas dificuldades, mas eu vou me acostumar", disse. A falta de conhecimento das pessoas sobre o cão-guia é um problema enfrentado por Ana Luiza no dia a dia. "Algumas pessoas se aproximam e querem brincar com o Cauã, mas ele é um cão guia, está trabalhando, por isso não pode ser distraído. Outras, ficam com medo, comentam quando eu entro em lugares como supermercado, shopping, mas ele pode entrar, é um direito garantido em lei", disse. A lei a que ela se refere é a lei federal 11.126, que dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia. Ana Luiza conta que nunca foi barrada em nenhum estabelecimento de Natal. "Uma vez em um shopping o segurança questionou a presença do Cauã, mas quando eu expliquei que se tratava de um cão-guia ele compreendeu e não tive problemas". Para ela, é preciso divulgar a importância do cão-guia, para que o preconceito e a falta de informação não prejudiquem a atuação do animal. "É preciso conscientizar a sociedade da importância do cão-guia para o deficiente visual", disse. Cauã foi treinado pela ONG Integra(Instituto de Integração Social e Promoção da Cidadania), de Brasília, e Ana Luíza tem a concessão do animal. "Ele não é meu, é da ONG, e eu tenho a concessão dele", disse Ana. O treinador e instrutor de cão-guia Franklin Amorim, explica que o cão-guia pode trabalhar até os oito anos de idade. "O Cauã, por exemplo, está com seis anos, e durante todo esse tempo vem passando por avaliações periódicas. Com oito anos o cachorro começa a perder a agilidade, os reflexos, e por isso não pode mais arcar com a responsabilidade de ser um cão-guia. Quando ele não puder mais servir a Ana como cão-guia ela poderá ficar com ele como animal de estimação", explicou. Diario de Natal |
domingo, 20 de março de 2011
Uma relação de confiança Olhos de quem não pode, Mais enxergar, o cão-guia é uma solução para devolver a independência a pessoas ativas que perderam a visão
Todo mundo já ouviu falar que o cachorro é o melhor amigo do homem, mas ele pode ser muito mais que isso. O cachorro pode ser os olhos do dono. É o caso de Cauã, um labrador treinado para ser um cão-guia, que acompanha a professora de educação física Ana Luiza Nonato de Faria há quatro anos. Ana Luiza tem um problema congênito e, até oito meses atrás, tinha 8% de visão no olho direito. "Eu tive glaucoma e acabei perdendo totalmente a visão no ano passado", explica. As barreiras e dificuldades do dia a dia são amenizadas com o auxílio do cão guia.
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Marcos Imperial