Dilma diz que fará “todo esforço possível” para ir a velório de crianças no Rio Embarque para a China, entretanto, pode inviabilizar presença da presidente

Dilma se disse chocada e consternada com tragédia no Rio

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (7) que fará “todo o esforço possível” para comparecer ao velório das crianças mortas por um atirador no Rio de Janeiro na manhã de hoje.

 

Após cerimônia com um movimento de mulheres atingidas por barragens de hidrelétricas no qual fez um discurso improvisado no Palácio do Planalto, ela afirmou que está em contato com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para saber detalhes de uma possível cerimônia a ser realizada nesta sexta-feira.

O Planalto, entretanto, ainda não confirma oficialmente a presença de Dilma, pois há dúvidas se daria tempo de a presidente ir ao Rio antes de ir para a China, para onde ela embarca nesta sexta.

Durante o discurso na cerimônia com as mulheres atingidas por barragem, Dilma voltou a falar da tragédia. Segundo a presidente, hoje é um dia “muito triste” para o Brasil.

- Este é um país que sempre teve uma relação de grande carinho cultural pelas crianças, é inadmissível violências em geral, mas a violência contra a criança é algo que coloca todos nós brasileiros e brasileiras numa situação de grande repúdio e numa situação de grande sentimento.

Mais cedo, a presidente cancelou um discurso em cerimônia de comemoração de formalização de pequenos empresários, também para falar sobre a tragédia no Rio.

- Não vou fazer discurso, porque hoje nós também temos o que lamentar, que é o fato que aconteceu em Realengo com crianças indefesas. Não era característica do país ocorrer este tipo de crime. Por isso, eu considero que todos aqui estamos unidos no repúdio àquele ato de violência, no repúdio a esse tipo de violência, sobretudo com crianças indefesas.

Emocionada, a presidente chorou ao pedir aos presentes um minuto de silêncio pela morte das crianças.

- Proponho um minuto de silêncio para que nós façamos nossa homenagem a esses brasileirinhos que foram retirados tão cedo da vida.

Deputados

Três deputados da Comissão de Segurança Pública da Câmara vão ao Rio acompanhar as investigações do assassinato. Com base no inquérito policial do caso, os deputados vão traçar um diagnóstico do crime e sugerir mudanças na legislação para evitar fatos como esse.

Os deputados indicados são Alessandro Molon (PT), Dr. Carlos Alberto (PMN) e Stepan Nercessian (PPS). A nomeação foi decidida  durante uma reunião de emergência dos membros da comissão, realizada após a divulgação da tragédia.

O caso

O secretário Estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, confirmou 11 mortos no ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio. Segundo ele, morreram nove meninas, um menino e o próprio atirador. Os estudantes têm entre 12 e 14 anos. Mais cedo, policiais militares e oficiais do Corpo de Bombeiros informaram que 12 crianças haviam morrido. Segundo informações preliminares, cerca de 22 pessoas foram feridas, quatro delas estão em estado grave.

O atirador, que foi identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, e que seria ex-aluno da escola, invadiu uma das salas de aula atirando. De acordo com Sérgio Côrtes, as crianças foram atingidas no tórax, abdômen e cabeça, áreas consideradas vitais, o que indica que o atirador tinha intenção de matar.

- Eu não esperava na minha vida um momento como esse. Médicos que não estavam de plantão vieram e estão no centro cirúrgico.

Wellington teria tentado fugir, mas foi interceptado por policias que faziam uma operação na região. Ele estaria com duas armas e teria se suicidado após fazer os disparos.