quinta-feira, 7 de abril de 2011

Policial que evitou tragédia maior vira herói no Rio Sargento estava em operação de repressão ao transporte irregular quando viu crianças sujas de sangue e correu para a escola

O terceiro sargento da Polícia Militar do Rio Márcio Alexandre Alves, lotado no Batalhão de Policiamento Rodoviário, hoje se transformou em herói. O militar, que trabalha na corporação há pelo menos 15 anos, contou ao iG que estava em uma operação policial para repressão ao transporte alternativo, as vans ilegais, quando avistou crianças sujas de sangue vindo em sua direção.



Foto: Anderson Ramos

O terceiro sargento da Polícia Militar do Rio, Márcio Alexandre Alves (E), estava em uma operação de transporte quando viu crianças sujas de sangue
Segundo o policial, as crianças choravam muito e pediam socorro. Ele, então, correu para o colégio e, na porta, ouviu tiros. Sozinho, o sargento Márcio Alves entrou na escola e se deparou com o atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, no corredor. Fardado, Alves efetuou disparos de pistola em direção ao tórax do artirador e pediu para ele largasse as armas.


“Acredito que o tiro tenha sido no abdômen (O governador Sérgio Cabral afirmou que o ferimento foi na perna). Ele caiu na escada, consegui impedir que chegasse ao terceiro andar (o prédio da escola tem quatro andares), e se suicidou com um tiro na cabeça. Ele veio com a arma apontada para mim, foi baleado, caiu na escada e cometeu suicídio”.



Logo após o confronto com Wellington, o sargento fez uma varredura na escola antes de tentar socorrer as crianças, pois havia um boato sobre a presença de outro atirador. Há 18 anos na Polícia Militar, Alves disse que a tristeza é grande, mas que também tem o sentimento de dever cumprido.
“Tristeza por essas crianças, tenho filhos, mas também tenho um sentimento de deve cumprido. A tristeza não vai sair fácil da nossa memória, mas cumpri a minha parte. Se eu tivesse chegado 5 minutos antes, talvez tivesse evitado muita coisa”, completou o policial.


Aplausos


Alves deixou a escola às 13h, sob uma salva de fortes aplausos dos alunos, funcionários e moradores da região, em Realengo.
A aposentada Giudete de Vasconcelos, de 67 anos, avó de três alunos do colégio, fez questão de cumprimentar Alves pessoalmente. “Em uma hora dessas, temos que dar valor a esses profissionais. O meu neto poderia ter sido atingido, mas ele está bem em casa. Ele é um herói”, disse Giudete, muito emocionada.
O comandante geral da PM do Rio, coronel Mário Sérgio, disse que o sargento Alves "fez o seu trabalho" e que, se não fosse por ele, "a tragédia seria muito pior".Ig

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Marcos Imperial

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