O brasileiro José Graziano da Silva, que irá dirigir
a FAO - órgão da ONU para alimentação e agricultura
O brasileiro José Graziano da Silva, 61, foi escolhido neste domingo (26) para ser o diretor-geral da FAO (o órgão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, da sigla em inglês), cujo maior desafio é o combate à fome no mundo. A informação foi confirmada pelo Itamaraty, em nota à imprensa.
Galeria de fotos: Veja a trajetória de Graziano
Ele recebeu 92 dos 180 votos válidos na disputa. A escolha aconteceu hoje em Roma (Itália), onde fica a sede do órgão, durante sua 37ª conferência. Graziano iniciará seu mandato no dia 1º de janeiro de 2012 e ficará no cargo até 31 de julho de 2015.
Á frente da FAO, Graziano chega, assim, ao cargo mais alto já ocupado por um brasileiro na estrutura da ONU - embora não seja o primeiro brasileiro a chefiar uma agência da organização. Segundo o Itamaraty, entre 1997 e 2002, a Opac (Organização para a Proibição de Armas Químicas), uma agência que trabalha associada à ONU (mesmo não sendo um órgão direto das Nações Unidas), foi chefiada pelo brasileiro José Maurício Bustani (atualmente embaixador do Brasil na França).
Idealizador do Fome Zero e ex-ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o brasileiro é especialista em segurança alimentar e já ocupava o cargo de subdiretor da FAO. Neste sábado (25), ele disse que o mundo precisa de uma FAO forte e eficaz, agora mais do que nunca.
- Houve um longo período de negligência na agricultura, pesca, florestas e desenvolvimento rural e segurança alimentar. A atual crise econômica global e a de alimentos é uma ligação para despertar. Para nos lembrar como estamos interligados, e é mais evidente na alimentação e na agricultura.
Para ele, uma nação só pode fazer muito para estimular sua agricultura e garantir seu acesso aos alimentos. Outros temas têm de ser tratados em grande escala, incluindo a segurança alimentar, doenças transnacionais, a conservação dos bancos de pesca nos oceanos e o impacto da mudança climática.
Graziano disse que membros da FAO chamaram a uma maior cooperação técnica em novas áreas. Antes de saber do resultado da eleição ele disse que, caso fosse eleito para a presidência da organização, tentaria aumentar a cooperação internacional.
- Estamos de acordo que a FAO tem muito por fazer para melhorar sua eficácia e livrar-se da burocracia. A organização deve descentralizar-se, mas não de modo que "em uma caibam todas". Estou feliz porque muitos governos, principalmente da América Latina, Ásia e África, tenham demonstrado interesse em aprofundar seus trabalhos com a FAO para melhorar a situação da mulher.
Prioridade
Graziano afirmou que a África tem de continuar sendo a maior prioridade da FAO. Aludiu ao novo conceito de "economia azul" para a conservação dos recursos marítimos e aos países que enfrentam a falta de água na Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África e que veem na FAO um papel fundamental para solucionar o problema.
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Marcos Imperial