Temor do presidente da Fiern é "se o RN não se preparar" para viabilização do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
Diógenes Dantas - O senhor participou da audiência pública em São Gonçalo do Amarante com a bancada federal para discutir a obra do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, alguma novidade?
Flávio Azevedo – Novidade, praticamente, nenhuma. Mas há uma satisfação de ver a Comissão de Economia da Câmara Federal, que é presidida pelo deputado federal João Maia que é um norte-rio-grandense, preocupada em identificar as conseqüências que ocorrerão com essa construção do Aeroporto. Porém, esse aeroporto não faz milagre. Se o Rio Grande do Norte não se preparar ele pode se transformar num elefante branco. Na reunião identificamos vários problemas, nos diversos segmentos e, principalmente, na formação de recursos humanos. Em um aeroporto, até aquele funcionário que pega a mala para colocar numa esteira, tem que ter uma formação. Não é qualquer pessoa que pode entrar numa área de aeroporto, considerada de segurança. Então tem que haver um treinamento desde as funções consideradas “chão de fábrica”, até as mais graduadas.
Foto: Vlademir Alexandre
DD – Além dessa questão da qualificação de profissionais para atender a demanda do novo aeroporto, que tipo de problemas foram levantados neste seminário lá em São Gonçalo do Amarante?
FA – A questão de infraestrutura. A empresa que ganhar a licitação estará encarregada das obras internas do aeroporto, ou seja, da cerca para dentro. O aeroporto exige no seu entorno uma imensa infraestrutura. Estão previstos três acessos, a partir das três rodovias federais. É necessário que se coloque na porta do aeroporto um sistema de água, de esgoto, de abastecimento de energia porque se não tiver isso ele não funciona.
DD – Aliás, o modelo é de um aeroporto-cidade?
Foto: Vlademir Alexandre
DD – Quais as empresas que estão sendo cogitadas para concorrer a essa licitação?
FA – Até a semana passada existiam 25 empresas inscritas na licitação. A maioria sempre em consórcio, de um investidor nacional com um administrador aeroportuário estrangeiro.
DD – Existe alguma restrição de que um grupo genuinamente estrangeiro ganhe esta licitação?
FA – Existe. A própria legislação brasileira, estabelece limites para a operação de uma empresa estrangeira no país. É uma questão de segurança nacional, a empresa não pode ser majoritária. É assim no mundo inteiro.
Foto: Vlademir Alexandre
FA – O aeroporto de Natal, pelo fato de ser o primeiro, e isso causou muito atraso na definição do edital, é no momento, muito pequeno se você for comparar com esses outros grandes aeroportos do país. Mas tende a ser um grande aeroporto, não é sonho, acredite eu estou absolutamente convencido disso, por causa da posição estratégica do aeroporto com relação ao mundo. Com a Europa, a costa leste americana, o nordeste do Brasil – no caso especificamente Natal – esse aeroporto construído na região poderia ter sido em qualquer outro lugar como em João Pessoa, Recife, mas felizmente é em Natal. Ele é o ponto mais próximo da África, da Península Ibérica...então veja, um aeroporto desse com certeza servirá de modelo para as outras licitações, e isso talvez tenha assustado as grandes empresas que enxergavam Natal como um empreendimento insignificante, e tinham medo que o modelo de uma coisa pequena se estendesse para outro muito maior como os aeroportos que você citou. Mas agora ficou claro que este modelo independe do tamanho deste empreendimento. O Minuto.
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Marcos Imperial