Para transformar seu projeto de partido numa legenda de fato, Gilberto Kassab precisa de 490 mil assinaturas de eleitores de pelo menos nove Estados.
Hoje, a despeito das versões em contrário, dispõe de menos da metade. Desprezada pelo prefeito, a cúpula do DEM saboreia o percalço.
Mas a turma de Kassab exala otimismo. Porta-se como o estatístico que vê uma população meio morta de fome como uma população meio alimentada.
É a velha teoria do copo. Estar meio cheio ou meio vazio depende apenas do ponto de vista.
Vão abaixo duas notas veiculadas na seção Painel, da Folha. Lendo-as, entende-se melhor a natureza da encrenca:
- Corrida do milhão: Vinte e quatro dias depois de Gilberto Kassab anunciar a coletade 1,2 milhão de assinaturas de apoio à criação do seu PSD, até ontem somente 238 mil teriam sido certificadas pelos cartórios do país.
O número representa menos da metade das 490 mil exigidas pela lei. Se não conseguir aval do TSE até 7 de outubro, o novo partido fica de fora das eleições de 2012.
O ex-deputado Saulo Queiroz afirma, contudo, que a expectativa é atingir o piso mínimo de assinaturas válidas no dia 22. Com isso, espera obter o registro até 10 de setembro.
Junte-se aos entraves cartoriais a "guerra jurídica" -por ora restrita ao campo das ameaças- prometida pelos adversários, DEM à frente, para tentar melar os planos do prefeito paulistano.
- Bússola: Seguindo a definição de não ser "de direita, esquerda ou centro", a bancada do PSD na Câmara vai liberar o voto de seus 45 componentes.
"Não faz sentido todos numa só direção", diz o recém-indicado líder Guilherme Campos (SP).
Blog do Josias
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Marcos Imperial