quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pacientes reservam macas para não perder internação

Emanuel AmaralOntem, 57 pacientes estavam internados nos corredores do HWGOntem, 57 pacientes estavam internados 
nos corredores do HWG.

Um corredor do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho não é mais suficiente para comportar a quantidade de pacientes internados na unidade médica em macas. Mesmo assim, a possibilidade da perda da vaga no hospital faz com que pacientes em tratamento externo, a maioria deles em hemodiálise, deixem recados na maca temporariamente vazia, como se delimitassem um território. Até a tarde de ontem, 57 pessoas aguardavam remoção de um dos três corredores do complexo, para hospitais públicos da capital ou do interior. 

Segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, a situação poderá melhorar nos próximos 45 dias, com a abertura de leitos de enfermaria e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais Monsenhor Walfredo Gurgel e Dr. Ruy Pereira. "É uma falta absoluta de leitos. Não há onde internar. Nem mesmo nos privados", ressaltou o secretário.

A lotação das alas de circulação de pacientes, acompanhantes e funcionários, não se resume mais aos acidentados que aguardam cirurgias eletivas de ortopedia. Além deles, existem cardiopatas, pacientes de neurologia e clínica médica à espera de atendimento.  Alguns, aguardam somente o encaminhamento para a realização de exames específicos, como endoscopia digestiva e eletroencefalograma. 

A dona de casa Maria Josefa Rocha e Silva, é uma delas. Há 21 dias, ela está internada em um dos corredores do Pronto-Socorro, enquanto não surgem vagas para a liberação do procedimentos médico. O exame pelo qual precisa passar é uma angiografia - que é a visualização por radiografia da anatomia do coração e vasos sanguíneos - feito no Hospital Estadual Ruy Pereira, referência na rede de Saúde Estadual para doenças circulatórias. "Só quem está aqui há dias, como eu, sabe o tamanho do sofrimento de quem passa dia e noite esperando somente uma guia de exame. É um suplício, um abandono total", lamentou a dona de casa. 

Segundo Domício Arruda, o maior problema dos hospitais é a falta de pessoal. Ele acredita que até o final de outubro, cerca de 55 novos leitos estejam em funcionamento. Para isto, aprovados no último concurso da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), estão em fase de convocação.

Dentre os leitos que serão disponibilizados à população em breve, seis serão de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mais 30 de enfermaria, no Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira. A unidade, inaugurada há quase um ano, ocupa o prédio no qual funcionou o Hospital Itorn. Atualmente, todos os 54 leitos estão ocupados. Mais vinte enfermarias também estão na programação da Sesap para serem abertas no Hospital Walfredo Gurgel.  

Questionado sobre a construção de uma nova unidade de Saúde Estadual, o titular da Sesap afirmou que ainda demorará um pouco. "Levará mais um ou dois anos para que a construção de um novo hospital estadual em Natal seja iniciada". O próximo complexo hospitalar está planejado para a zona Oeste, na Avenida Capitão Mor Gouveia. 

Superlotação dificulta limpeza do hospital

Com tantas macas alinhadas nos corredores do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, até mesmo a limpeza do prédio se torna uma tarefa difícil. Com somente dois banheiros para cerca de 30 pacientes internados, além dos acompanhantes instalados em uma das alas de circulação, nem sempre se respira um ar sem odor enquanto é preciso caminhar pelo hospital. "Existem pacientes que fazem necessidades na própria maca e o corredor fica com um cheiro insuportável", relatou Isabel Rodrigues, internada há uma semana. Ela disse, ainda, que uma das descargas dos banheiros está quebrada e não existe nenhuma placa indicando qual é o feminino e qual o masculino. 

No prédio do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, onde ficam pacientes internados em enfermarias, os relatos de servidores, pacientes e acompanhantes, é de que ratos perambulam pelos corredores durante à noite. "Eu já vi dois ratos no corredor. Quando tudo está mais tranquilo, eles aparecem", disse Luzimere da Silva, que acompanha a filha internada na ala pediátrica. O prédio do hospital é cercado por terrenos baldios que podem ser o criadouro dos roedores. A diretoria administrativa, através da assessoria de imprensa, afirmou que os serviços de desratização de todo o complexo foram realizados no dia 25 do mês passado. Tribuna do Norte.

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Marcos Imperial

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