Coletiva de imprensa na sede da Procuradoria Geral de Justiça.
O empresário José Gilmar de Carvalho, o “Gilmar da Montana”, confirmou ao Ministério Público Estadual em oitiva nesta quinta-feira (24) que o ex-governador Iberê Ferreira de Souza foi beneficiado com recebimento de propina de R$ 1 milhão e promessa de 15% dos lucros da G. O. Empreendimentos, empresa de George Olímpio.
A mesma cota de participação foi prometida à ex-governadora Wilma de Faria, e o Ministério Público Estadual trabalha para confirmar semelhante promessa ao suplente de senador João Faustino. Todos estão sendo investigados, dentro da Operação Sinal Fechado.
As informações foram repassadas pelo promotor Eudo Rodrigues durante coletiva de imprensa na sede da Procuradoria Geral de Justiça, e na qual também foi confirmado o recebimento de propina mensal no valor de R$ 10 mil a Faustino e ao filho da ex-governadora Wilma de Faria, Lauro Maia.
As promessas feitas à ex-governadora Wilma de Faria datam de três anos atrás, o que não motivou pedido de busca e apreensão em sua residência. O MP entendeu que não haveria mais provas substanciais dado o tempo transcorrido.
Já as benesses prometidas ao ex-governador Iberê Ferreira de Souza não só são mais recentes como há indícios de sua existência. A prisão do ex-governador, contudo, não foi considerada pelo parquet estadual.
MP ainda não confirmou exatamente como eram feitos os
pagamentos das propinas.
O MP ainda não confirmou exatamente como eram feitos os pagamentos das propinas. As investigações até o momento indicam que George Olímpio transferia o montante da conta de sua empresa para a pessoal. Daí, sacava em cash e distribuía para um terceiro fazer o pagamento.
A avaliação patrimonial do homem apontado como mentor do esquema fraudulento ao Detran cresceu no período considerado. Em 2008, quando começaram as primeiras tratativas sobre inspeção veicular ambiental, Olímpio declarou patrimônio de R$ 81 mil. O inventário, contudo, cresceu: foi a R$ 989 mil em 2009; R$ 4 milhões em 2010 e quase R$ 11 milhões este ano.
A movimentação de dinheiro funcionava através do que o MP classificou de “legalizar o ilegal”. Foi através desta manobra que o grupo conseguiu implantar um sistema de taxação no registro de veículo nos Detran. Os custos chegavam a mais de R$ 800,00.
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Marcos Imperial