Na confraternização com os jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff manifestou otimismo em relação à capacidade do Brasil de enfrentar a crise econômica internacional. Segundo ela, o país tem “fôlego e capacidade de manobra” graças à percepção da equipe econômica do governo de que a crise seria de longo prazo, com “picos críticos”.
“Não é por razões de ofício que sou otimista em relação ao Brasil. Adotamos medidas de precaução diante de uma conjuntura que não estava muito clara. No início do ano, não se tinha noção do tamanho, da envergadura da crise europeia. Temos recursos próprios para enfrentar esse momento”, afirmou.
Segundo ela, “temos capacidade de investimento público e privado que temos explorar até as últimas consequências. A tendência da economia brasileira é expansiva. E temos uma oportunidade de acelerar nosso crescimento”, disse a presidenta, projetando para 2012 um crescimento econômico de 5%.
Ela ressaltou ainda a importância das relações do Brasil com a União Europeia, afetada com mais gravidade pela crise internacional. “Essa relação sempre foi de ajuda e solidariedade e, em nenhum momento, de soberba, até porque sabemos o que é um ajuste fiscal sem luz no fim do túnel.”
No campo da política externa, Dilma Rousseff afirmou que o Brasil precisa ter uma “visão multipolar”, mas defendeu o fortalecimento das relações com os países da América do Sul e do Brics. Segundo ela, a criação da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) significa a “consciência elevada da importância econômica da região”.
Clima
A presidenta Dilma também afirmou que pretende aproveitar a realização da Rio + 20 no Brasil, em 2012, para construir um novo paradigma para o desenvolvimento sustentável. Seu governo, afirmou, vai trabalhar incansavelmente para que as discussões sobre as mudanças climáticas não desapareçam do cenário internacional.
“É possível crescer e ter um compromisso forte com o meio ambiente. Existe uma ficção que meio ambiente é obstáculo ao crescimento”, disse a presidenta, elogiando a extensão do Protocolo de Quioto, acordada entre os países na Conferência do Clima, em Durban.
Tolerância zero
A presidenta Dilma Rousseff afirmou que não vai tolerar nenhuma irregularidade no governo, mas não pretende promover um clima de “caça às bruxas”. Reconhecendo a importância da governabilidade para o país, a presidenta ressalvou que a prestação de contas deve ser feita ao governo e não aos partidos.
“O governo não tem compromisso com práticas inadequadas, mal feitos ou corrupção. É tolerância zero. Eu tenho de preservar a integridade do governo e, ao mesmo tempo, não posso sair por aí apedrejando as pessoas, acabando com a honra das pessoas sem direito à defesa. Um país tem de preservar sua capacidade de não tolerar mal feitos e não criar uma caça às bruxas. Não acho condizente com um país que deu tantos passos em direção à democracia”, disse a presidenta.
Segundo ela, é do ofício tomar “medidas duras”, como substituir ministros, mas considera o troca de assessores um caso superado. “Eu lamento, porque, em alguns casos, eram ministros muito capazes. Mas o governo superou, sem problemas.”
Olhar feminino
No balanço do primeiro ano de governo, a presidenta avaliou que os planos Viver sem Limite e de enfrentamento das drogas são exemplos do olhar feminino sobre as ações do governo. “Não acho os homens tão ruins”, brincou a presidenta. “Mas o olhar feminino faz bem. É outra forma de abordagem. Uma visão mais analítica, diferente da visão dos homens, mais sintética”, explicou. Via E-mail do dilma.com.br para redação do Blog.
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Marcos Imperial