segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Injusta Homenagem

Por Fábio Farias do Diário  Repórter. 
de repórter
Não é justa, como propagandeiam muitos dos moradores desta província, a homenagem a Aluisio Alves ao novo aeroporto, que está sendo construído em São Gonçalo do Amarante. O batismo, aliás, soa mais como uma forma de manter o Rio Grande do Norte sob o jugo histórico e cultural dos feudos familiares – Maias, Alves, Rosados – do que como algo que é efetivamente merecido.

Ao analisar a história do RN de forma pragmática, não há nenhum motivo – nem mesmo o suposto ‘caráter modernizador’ – que tragam a Aluísio Alves o merecimento de ser o patrono do novo aeroporto. Não há porque, à exceção da folclorização das carreatas e estrategemas das campanhas políticas potiguares, Aluísio não teve uma importância sequer para melhorar o RN. Só teve para a própria família e os babadores de plantão.

Deputado federal pela UDN e pelo Arena, Aluísio chegou a ser acusado de corrupção pelo regime militar. Mudou para o MDB nos anos 70. E, em pelo menos 40 anos de vida pública, foi incapaz de reduzir os problemas que o Rio Grande do Norte enfrenta até hoje: saúde falha, sistema educacional empodrecido e estado com uma economia que depende do petróleo, sal e turismo. Vale lembrar, Aluísio foi ministro do governo Sarney e do governo Itamar Franco.

Tivesse sido um modernizador, este aeroporto já teria sido construído há anos. Um novo porto de Natal, idem. Obras que, por mais que a obviedade nos mostre a importância e a necessidade delas, só estão saindo do papel por conta da liberação de recursos da Copa do Mundo de 2014. A maior parte da bancada federal – como Dilma muito bem frisou no seu discurso – só entrou na onda das obras depois que muita coisa já estava encaminhada.

A figura de Aluisio é ligada, também, à dominação política dos meios de comunicação. Foi político e, ao mesmo tempo, diretor de TV, rádios – algo proibido pela constituição de 1988 – e de jornal. Até hoje, o seu legado dominador dos meios de comunicação permanecem no Rio Grande do Norte. Aluísio é figura de um passado oligárquico e corrosivo que o estado tem que superar para, de fato, atingir um futuro melhor.

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Marcos Imperial

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