Erich Decat - Publicação: 26/01/2012 07:15 Atualização: Correio Braziliense.
Apesar dos indícios de um rombo de R$ 312 milhões nos cofres do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), apontados em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), integrantes da cúpula do PMDB insistirão que a palavra final — se houve ou não irregulariedades — deve ser dada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O partido é responsável pelas indicações dos nomes supostamente envolvidos no esquema de desvio. A estratégia peemedebista é tentar dar uma sobrevida ao atual diretor-geral do órgão, Elias Fernandes, acusado de favorecer o Rio Grande do Norte com repasse de verbas públicas e de ser o responsável pelos possíveis desvios ocorridos na gestão de pessoal e em contratações irregulares.
A estratégia foi montada em reunião realizada entre o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer; o ministro da Integração, Fernando Bezerra (PSB); e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), padrinho político de Fernandes. O encontro ocorreu na terça-feira, após a cerimônia de posse do ministro de Educação, Aloizio Mercadante. Na ocasião, Henrique levou alguns dados apresentados por Fernandes em sua defesa.
| Responsável pela indicação de Elias Fernandes, Henrique Eduardo Alves quer parecer do TCU sobre denúncias |
As informações apresentadas fazem parte da nota emitida pelo Dnocs no site oficial da entidade. No documento, Elias afirma que os R$ 160 milhões previstos para a Barragem de Congonhas, alvo das investigações da CGU, não chegaram a ser liberados em razão de a obra ter sido barrada por problemas ligados a licenças ambientais. Em relação ao complemento salarial dado a servidores — também apontado como irregular no relatório da CGU e que teve um impacto de R$ 119,7 milhões —, Fernandes diz ter seguido determinação de um decreto baixado pelo Ministério do Planejamento.
Indicação única
“Queremos o direito ao contraditório. A CGU não é a dona da verdade nem o Ministério da Integração. Quem vai mostrar o que está certo ou errado é o Tribunal de Contas da União”, defendeu Henrique Eduardo Alves. “A única indicação minha para um cargo do governo foi essa. Quero mostrar para o ex-presidente Lula e para a Dilma que não foi em vão”, acrescentou.
Apesar do apelo de Alves, o episódio, no entanto, chamou a atenção de setores do PMDB que o acusam de ter “esperneado” apenas quando foi atingido diretamente pelas denúncias. Para alguns peemedebistas, o líder da legenda na Câmara, ao tentar “esticar a corda” e manter Elias no cargo, leva o partido ao desconforto de se manter em um escândalo em pleno ano eleitoral. “Ele tem que sair dessas questões paroquiais, isso só prejudica o partido. Ele está perdendo o timing e o partido pode até vir a perder o cargo”, avalia um integrante do PMDB que não quis se identificar.
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Marcos Imperial