Entrevista Fátima Bezerra "PSDB e o DEM são responsáveis pela situação que Natal vive hoje"
Apesar de apoiar a união dos partidos da base da presidenta Dilma Rousseff (PT) na composição das chapas de prefeito nos principais municípios do Rio Grande do Norte, a deputada federal Fátima Bezerra (PT) defendeu, em entrevista a'O Poti/Diário de Natal, que o grupo formado por PT, PSB, PDT, PCdoB e possivelmente PSD lance múltiplas candidaturas à Prefeitura de Natal, deixando a união para o segundo turno. Ela descartou qualquer possibilidade de ir para a disputa. Defendeu o nome do deputado estadual Fernando Mineiro (PT). Questionada sobre a possibilidade de disputar o Senado em 2014, a parlamentar se mostrou simpática à ideia, mas disse que a composição da chapa do próximo pleito estadual passará pelo resultado das eleições deste ano. Segundo Fátima, o bloco partidário do qual o PT faz parte precisa reconquistar Natal e ganhar em colégios eleitorais expressivos para se fortalecer. A deputada também avaliou o primeiro ano de gestão da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e falou sobre os principais projetos debatidos durante o ano de 2011 na Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal.
A senhora descarta a possibilidade de ser candidata a prefeita novamente?
Isso aí está descartado. O PT tem candidato, que é o deputado estadual Fernando Mineiro.
A senhora disputou a eleição de 2008 contra a prefeita Micarla de Sousa (PV). Em 2010, foi a deputada federal mais votada de Natal. Muitos atribuem isso à rejeição popular à gestão de Micarla. A senhora não acha que essa associação "anti-Micarla" que o eleitorado faz da senhora poderia credenciá-la a ser candidata nas eleições deste ano com chances reais de vitória?
Claro que a votação que tive em Natal foi extraordinária. Pelo que eu saiba, nenhum político conseguiu o percentual de aceitação que eu tive nessas eleições. Proporcionalmente, minha votação em Natal foi mais de 80 mil, o que corresponde a 23,75% dos votos válidos das eleições do ano passado. Essa é uma marca histórica, pois não se trata de eleiçõesmajoritárias, mas proporcionais. No entanto, não penso em candidatura [a prefeita de Natal]. Minha época de candidata passou. Desde 2010, já tinha tomado essa decisão, de que não iria disponibilizar meu nome para a disputa política de Natal. Essa decisão permanece. É irreversível.
Por qual motivo? A senhora ficou magoada com as quatro derrotas consecutivas?
Não. É porque eu acho que está na hora de o PT apresentar novas sugestões, novos nomes. Tem agora o deputado Fernando Mineiro, que é um excelente nome. Um homem preparado. Mas ele não tem a densidade eleitoral da senhora... Mas a eleição ainda está começando. Temos um percentual grande de indecisos pela frente. Respondendo sucintamente a vocês, acho que está na hora de o PT apresentar novos nomes. Mineiro é um ótimo nome para nos representar na disputa política eleitoral de Natal.
A senhora então planeja ser candidata ao Senado em 2014?
Veja bem, nós temos ainda uma passagem pelas eleições de 2012, para pensarmos no projeto político para 2014. Vamos primeiro cuidar de 2012. Até na condição de membro da Executiva nacional do PT, quero dizer que o partido está se preparando para colher importantes vitórias nas eleições do ano que vem. Para tanto, o partido está incentivando que os diretórios apresentem o maior número de candidatos a prefeito, vice-prefeito e também no legislativo. O PT vai participar da disputa também em parceria com os partidos da base aliada do governo Dilma. Evidentemente, temos nossos aliados preferenciais. Em Natal, são PSB, PDT, PCdoB... sem excluir os demais. Por exemplo, o PSD, do vice-governador Robinson Faria, deverá estar vindo para esse grupo, assim como outros partidos. O PT quer eleger o maior número de candidatos do partido e da base aliada, para fortalecer a sucessão da presidenta Dilma Rousseff no plano nacional e esse bloco de partidos de forças progressistas nas disputas estaduais.
Na avaliação da senhora, a base deve se unir em Natal já no primeiro turno das eleições, apoiando um candidato único ou lançar múltiplas candidaturas para compor no segundo momento das eleições?
Natal tem uma singularidade, que é a eleição em dois turnos. Não tenho absolutamente nenhuma dúvida de que, no segundo turno, estaremos todos encangados. O PT tem maturidade e responsabilidade política para contribuir com a união dos partidos que fazem oposição ao governo do DEM e à gestão da prefeita Micarla de Sousa, para reconquistar Natal no ano que vem. Para esse grupo formado por PT, PSB, PDT, PCdoB e outros vir com musculatura política para as eleições de 2014 é muito importante que tenhamos bons resultados eleitorais no ano que vem. Esse bloco tem que reconquistar Natal. Ganhar também em Parnamirim, onde nós temos uma aliança muito importante com o prefeito Maurício Marques (PDT). Podemos ganhar Mossoró, onde o PT tem um nome e o PSB também tem. Temos grandes chances lá. Falando em termo de bloco, temos candidaturas bem posicionadas nos principais municípios do estado. Tendo um bom resultado nas eleições do ano que vem, começando por Natal, nós iremos com mais calma e serenidade discutir a chapa majoritária que formaremos nas eleições de 2014.
Isso aí está descartado. O PT tem candidato, que é o deputado estadual Fernando Mineiro.
A senhora disputou a eleição de 2008 contra a prefeita Micarla de Sousa (PV). Em 2010, foi a deputada federal mais votada de Natal. Muitos atribuem isso à rejeição popular à gestão de Micarla. A senhora não acha que essa associação "anti-Micarla" que o eleitorado faz da senhora poderia credenciá-la a ser candidata nas eleições deste ano com chances reais de vitória?
Claro que a votação que tive em Natal foi extraordinária. Pelo que eu saiba, nenhum político conseguiu o percentual de aceitação que eu tive nessas eleições. Proporcionalmente, minha votação em Natal foi mais de 80 mil, o que corresponde a 23,75% dos votos válidos das eleições do ano passado. Essa é uma marca histórica, pois não se trata de eleiçõesmajoritárias, mas proporcionais. No entanto, não penso em candidatura [a prefeita de Natal]. Minha época de candidata passou. Desde 2010, já tinha tomado essa decisão, de que não iria disponibilizar meu nome para a disputa política de Natal. Essa decisão permanece. É irreversível.
Por qual motivo? A senhora ficou magoada com as quatro derrotas consecutivas?
Não. É porque eu acho que está na hora de o PT apresentar novas sugestões, novos nomes. Tem agora o deputado Fernando Mineiro, que é um excelente nome. Um homem preparado. Mas ele não tem a densidade eleitoral da senhora... Mas a eleição ainda está começando. Temos um percentual grande de indecisos pela frente. Respondendo sucintamente a vocês, acho que está na hora de o PT apresentar novos nomes. Mineiro é um ótimo nome para nos representar na disputa política eleitoral de Natal.
A senhora então planeja ser candidata ao Senado em 2014?
Veja bem, nós temos ainda uma passagem pelas eleições de 2012, para pensarmos no projeto político para 2014. Vamos primeiro cuidar de 2012. Até na condição de membro da Executiva nacional do PT, quero dizer que o partido está se preparando para colher importantes vitórias nas eleições do ano que vem. Para tanto, o partido está incentivando que os diretórios apresentem o maior número de candidatos a prefeito, vice-prefeito e também no legislativo. O PT vai participar da disputa também em parceria com os partidos da base aliada do governo Dilma. Evidentemente, temos nossos aliados preferenciais. Em Natal, são PSB, PDT, PCdoB... sem excluir os demais. Por exemplo, o PSD, do vice-governador Robinson Faria, deverá estar vindo para esse grupo, assim como outros partidos. O PT quer eleger o maior número de candidatos do partido e da base aliada, para fortalecer a sucessão da presidenta Dilma Rousseff no plano nacional e esse bloco de partidos de forças progressistas nas disputas estaduais.
Na avaliação da senhora, a base deve se unir em Natal já no primeiro turno das eleições, apoiando um candidato único ou lançar múltiplas candidaturas para compor no segundo momento das eleições?
Natal tem uma singularidade, que é a eleição em dois turnos. Não tenho absolutamente nenhuma dúvida de que, no segundo turno, estaremos todos encangados. O PT tem maturidade e responsabilidade política para contribuir com a união dos partidos que fazem oposição ao governo do DEM e à gestão da prefeita Micarla de Sousa, para reconquistar Natal no ano que vem. Para esse grupo formado por PT, PSB, PDT, PCdoB e outros vir com musculatura política para as eleições de 2014 é muito importante que tenhamos bons resultados eleitorais no ano que vem. Esse bloco tem que reconquistar Natal. Ganhar também em Parnamirim, onde nós temos uma aliança muito importante com o prefeito Maurício Marques (PDT). Podemos ganhar Mossoró, onde o PT tem um nome e o PSB também tem. Temos grandes chances lá. Falando em termo de bloco, temos candidaturas bem posicionadas nos principais municípios do estado. Tendo um bom resultado nas eleições do ano que vem, começando por Natal, nós iremos com mais calma e serenidade discutir a chapa majoritária que formaremos nas eleições de 2014.
Quem será candidato a governador por esse grupo? Quem será o nome para o senado?
Hoje existem três nomes para o Senado, o seu, o da ex-governadora Wilma de Faria e o do vice-governador Robinson Faria (PSD). Na chapa majoritária tem as vagas para o Senado, para o governo e a de vice. A senhora defendeu múltiplas candidaturas no primeiro turno, mas, ao mesmo tempo, nas análises que fez, falou em bloco. A senhora não acha que o lançamento de mais de uma candidatura da base pode acabar dividindo o grupo, caso dois nomes do bloco que a senhora defende cheguem ao segundo turno das eleições?
Não. Acho que a eleição caminha para múltiplas candidaturas tanto no bloco da oposição quanto no bloco governista. Eu acho que a eleição vai ser polatizada. De um lado, as candidaturas vinculadas ao governo do DEM, com PSDB, o PMDB e o PV. Também o próprio DEM pode apresentar candidato. Do outro lado, as candidaturas de perfil oposicionista, o PT com Mineiro, o PSB com Wilma de Faria e o PDT com Carlos Eduardo.
"No segundo turno estaremos todos encangados"
Então a senhora acredita que as candidaturas de Wilma de Faria e Carlos Eduardo vão coexistir?
O PSB tem, até o presente momento, colocado que está no páreo. Tenho conversado com a ex-governadora. Ela não confirma ainda a candidatura, mas está em discussão.
Em 2008, todos esses partidos do bloco tinham pré-candidatos a prefeito e desistiram às vésperas da eleição para apoiar a senhora. Pode haver uma repetição?
Eu acho que caminha para o quadro de múltiplas candidaturas. A cidade vai ganhar com isso. Será um bom debate. Natal vive um momento muito delicado. A gestão do PV é um verdadeiro desastre. É a pior gestão que Natal já teve. Existem investimentos em curso, como as obras da Copa de 2014 e o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Estará mais do que nunca em jogo o futuro da infraestrutura urbana e social da cidade. Que projetos serão colocados para a cidade? Isso será colocado em debate. O deputado Fernando Mineiro, preparado como é, colocará claramente quem é quem nessa história. Mostrará os partidos que fazem oposição realmente a Micarla. O PSDB e o DEM são responsáveis pela situação que Natal vive hoje. E o PMDB não podemos responsabilizar pela ela eleição. O partido me apoiou, inclusive. Mas, depois foi participar da gestão. Esse é um debate que nós desse campo vamos fazer. Não sou candidata a prefeita, mas participarei intensamente da disputa política eleitoral de Natal.
A senhora acredita na candidatura do deputado estadual Hermano Morais?
Perguntem ao PMDB. É um partido importante. Faz muito tempo que não lança uma candidatura própria. O direito é mais do que legítimo.
Ao mesmo tempo em que o PMDB faz parte do governo Dilma Rousseff (PT), é aliado da gestão da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) aqui no Rio Grande do Norte. Como a senhora vê esse posicionamento do partido?
No plano nacional, é um aliado importante para nós. É o partido do vice-presidente da República. Tem a segunda maior bancada do Congresso Nacional. Dentro do sistema que a gente vive, que é um governo de coalizão, não sobreviveríamos sem uma forte base de sustentação parlamentar. Então, o PMDB cumpre seu papel neste sentido. É um parceiro importante. Agora, o PMDB é um partido que virou uma federação de tendências, de grupos pelo país afora. Mas, quero deixar claro que no plano nacional é um parceiro importante para a governabilidade. No plano local, o mais adequado seria que tivéssemos um PMDB alinhado com a mesma posição que tem em nível nacional. No plano nacional nós estamos juntos. Em nível local, do ponto de vista do governo do estado estamos separados. Pois, o DEM que governa o Rio Grande do Norte é aliado do PMDB no estado. Mas, esse é o mesmo DEM que, em Brasília, continua fazendo oposição sistemática ao governo nacional, que não é só governo do PT. É também do PMDB e dos partidos aliados. A posição do PMDB é essa. É um direito que ele tem e cabe à população avaliar. Que é esquisito, é. Pois, o DEM, quando faz oposição lá não é só à presidenta Dilma, mas ao governo do qual o PMDB faz parte.
O RioGrande do Norte é hoje o quarto pior estado em infraestrutura do Brasil. A que a senhora atribui essa posição?
A situação do estado é muito delicada. O governo do DEM completou um ano. Foi um ano de promessas não realizadas. Enquanto a presidenta Dilma Rousseff (PT) tem aceitação popular acima de 70%, aqui ocorre justamente ao contrário. Um ano de governo e já há quase 60% de rejeição. Isso não é usual. Ficou comprovado que o governo do DEM não tinha projeto, não tinha uma proposta consistente para o estado. Sem contar a postura autoritária que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) adotou diante dos servidores, o que culminou com a lambança que foi o decreto comparado ao "AI-5" da ditadura, felizmente revogado. Hoje, o que existe de projeto importante para o nosso estado tem o DNA do governo federal. Todos. Eu pergunto qual foi o projeto novo que esse governo trouxe para o Rio Grande do Norte. Nada.
Mas a senhora acha que esse resultado pode ser atribuído somente ao governo Rosalba, que, como a senhora mesmofrisou, tem apenas um ano?
Não. Claro que também temos que levar em consideração que esse índice reflete políticas que foram implementadas no passado. Mas, quero comentar o governo de agora. Pois quem está lá sentado é o DEM, que na época da campanha criticou tanto, bateu tanto, prometeu o céu e a terra. Então, o governo completa um ano sem nenhum projeto novo. Desde o aeroporto, passando pela energia eólica e pelos investimentos na estrutura hídrica nas estradas, são tudo do governo federal. Não há nada de novo do governo do estado.
Como presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, qual a avaliação que a senhora faz dos trabalhos desenvolvidos no ano de 2011?
Muito positivo. Eu assumi a presidência da Comissão num ano importante, que foi o ano do Pronatec e do Plano Nacional da Educação (PNE), dois projetos que eu diria preponderantes para o desenvolvimento da educação do país. Concluímos a aprovação do Pronatec em seis meses, tempo recorde. O programa vai colocar 18 milhões de vagas para educação profissional nos próximos 10 anos. O PNE ainda não conseguimos aprovar. Mas, fizemos um debate profundo. O primeiro relatório foi apresentado. Conseguimos avançar quanto a discussão da valorização do magistério. Aprovamos uma emenda para igualar os salários dos profissionais do magistério aos dos demais que possuem curso superior. O PNE também traz avanços para aumentar o índice de escolarização. O plano tem metas ousadas para atingir. Por isso, precisamos ousar também no debate do financiamento. A sociedade civil está se mobilizando pelos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação. O governo insistiu nos 7%. Nós, da bancada do PT, conseguimos em negociação com o governo chegar a 8%. Esperamos aprovar até o ano que vem. Diario de Natal
Hoje existem três nomes para o Senado, o seu, o da ex-governadora Wilma de Faria e o do vice-governador Robinson Faria (PSD). Na chapa majoritária tem as vagas para o Senado, para o governo e a de vice. A senhora defendeu múltiplas candidaturas no primeiro turno, mas, ao mesmo tempo, nas análises que fez, falou em bloco. A senhora não acha que o lançamento de mais de uma candidatura da base pode acabar dividindo o grupo, caso dois nomes do bloco que a senhora defende cheguem ao segundo turno das eleições?
Não. Acho que a eleição caminha para múltiplas candidaturas tanto no bloco da oposição quanto no bloco governista. Eu acho que a eleição vai ser polatizada. De um lado, as candidaturas vinculadas ao governo do DEM, com PSDB, o PMDB e o PV. Também o próprio DEM pode apresentar candidato. Do outro lado, as candidaturas de perfil oposicionista, o PT com Mineiro, o PSB com Wilma de Faria e o PDT com Carlos Eduardo.
"No segundo turno estaremos todos encangados"
Então a senhora acredita que as candidaturas de Wilma de Faria e Carlos Eduardo vão coexistir?
O PSB tem, até o presente momento, colocado que está no páreo. Tenho conversado com a ex-governadora. Ela não confirma ainda a candidatura, mas está em discussão.
Em 2008, todos esses partidos do bloco tinham pré-candidatos a prefeito e desistiram às vésperas da eleição para apoiar a senhora. Pode haver uma repetição?
Eu acho que caminha para o quadro de múltiplas candidaturas. A cidade vai ganhar com isso. Será um bom debate. Natal vive um momento muito delicado. A gestão do PV é um verdadeiro desastre. É a pior gestão que Natal já teve. Existem investimentos em curso, como as obras da Copa de 2014 e o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Estará mais do que nunca em jogo o futuro da infraestrutura urbana e social da cidade. Que projetos serão colocados para a cidade? Isso será colocado em debate. O deputado Fernando Mineiro, preparado como é, colocará claramente quem é quem nessa história. Mostrará os partidos que fazem oposição realmente a Micarla. O PSDB e o DEM são responsáveis pela situação que Natal vive hoje. E o PMDB não podemos responsabilizar pela ela eleição. O partido me apoiou, inclusive. Mas, depois foi participar da gestão. Esse é um debate que nós desse campo vamos fazer. Não sou candidata a prefeita, mas participarei intensamente da disputa política eleitoral de Natal.
A senhora acredita na candidatura do deputado estadual Hermano Morais?
Perguntem ao PMDB. É um partido importante. Faz muito tempo que não lança uma candidatura própria. O direito é mais do que legítimo.
Ao mesmo tempo em que o PMDB faz parte do governo Dilma Rousseff (PT), é aliado da gestão da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) aqui no Rio Grande do Norte. Como a senhora vê esse posicionamento do partido?
No plano nacional, é um aliado importante para nós. É o partido do vice-presidente da República. Tem a segunda maior bancada do Congresso Nacional. Dentro do sistema que a gente vive, que é um governo de coalizão, não sobreviveríamos sem uma forte base de sustentação parlamentar. Então, o PMDB cumpre seu papel neste sentido. É um parceiro importante. Agora, o PMDB é um partido que virou uma federação de tendências, de grupos pelo país afora. Mas, quero deixar claro que no plano nacional é um parceiro importante para a governabilidade. No plano local, o mais adequado seria que tivéssemos um PMDB alinhado com a mesma posição que tem em nível nacional. No plano nacional nós estamos juntos. Em nível local, do ponto de vista do governo do estado estamos separados. Pois, o DEM que governa o Rio Grande do Norte é aliado do PMDB no estado. Mas, esse é o mesmo DEM que, em Brasília, continua fazendo oposição sistemática ao governo nacional, que não é só governo do PT. É também do PMDB e dos partidos aliados. A posição do PMDB é essa. É um direito que ele tem e cabe à população avaliar. Que é esquisito, é. Pois, o DEM, quando faz oposição lá não é só à presidenta Dilma, mas ao governo do qual o PMDB faz parte.
O RioGrande do Norte é hoje o quarto pior estado em infraestrutura do Brasil. A que a senhora atribui essa posição?
A situação do estado é muito delicada. O governo do DEM completou um ano. Foi um ano de promessas não realizadas. Enquanto a presidenta Dilma Rousseff (PT) tem aceitação popular acima de 70%, aqui ocorre justamente ao contrário. Um ano de governo e já há quase 60% de rejeição. Isso não é usual. Ficou comprovado que o governo do DEM não tinha projeto, não tinha uma proposta consistente para o estado. Sem contar a postura autoritária que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) adotou diante dos servidores, o que culminou com a lambança que foi o decreto comparado ao "AI-5" da ditadura, felizmente revogado. Hoje, o que existe de projeto importante para o nosso estado tem o DNA do governo federal. Todos. Eu pergunto qual foi o projeto novo que esse governo trouxe para o Rio Grande do Norte. Nada.
Mas a senhora acha que esse resultado pode ser atribuído somente ao governo Rosalba, que, como a senhora mesmofrisou, tem apenas um ano?
Não. Claro que também temos que levar em consideração que esse índice reflete políticas que foram implementadas no passado. Mas, quero comentar o governo de agora. Pois quem está lá sentado é o DEM, que na época da campanha criticou tanto, bateu tanto, prometeu o céu e a terra. Então, o governo completa um ano sem nenhum projeto novo. Desde o aeroporto, passando pela energia eólica e pelos investimentos na estrutura hídrica nas estradas, são tudo do governo federal. Não há nada de novo do governo do estado.
Como presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, qual a avaliação que a senhora faz dos trabalhos desenvolvidos no ano de 2011?
Muito positivo. Eu assumi a presidência da Comissão num ano importante, que foi o ano do Pronatec e do Plano Nacional da Educação (PNE), dois projetos que eu diria preponderantes para o desenvolvimento da educação do país. Concluímos a aprovação do Pronatec em seis meses, tempo recorde. O programa vai colocar 18 milhões de vagas para educação profissional nos próximos 10 anos. O PNE ainda não conseguimos aprovar. Mas, fizemos um debate profundo. O primeiro relatório foi apresentado. Conseguimos avançar quanto a discussão da valorização do magistério. Aprovamos uma emenda para igualar os salários dos profissionais do magistério aos dos demais que possuem curso superior. O PNE também traz avanços para aumentar o índice de escolarização. O plano tem metas ousadas para atingir. Por isso, precisamos ousar também no debate do financiamento. A sociedade civil está se mobilizando pelos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação. O governo insistiu nos 7%. Nós, da bancada do PT, conseguimos em negociação com o governo chegar a 8%. Esperamos aprovar até o ano que vem. Diario de Natal
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Marcos Imperial