sábado, 7 de janeiro de 2012

Uma família ‘unida’ em defesa da doença e da morte

Crispiniano Neto - Jornal de Fato


O jogo de empurra que Mossoró assiste diante do caos a que chegou a saúde pública precisa ser melhor analisado. Já foi lembrado por milhares de vezes que há pouco mais de um ano todos os problemas da saúde de Mossoró eram debitados à governadora Wilma de Faria e, logo em seguida, ao governador Iberê Ferreira de Souza. 

O povo de Mossoró não entendia que existe uma gestão plena no SUS e que o Governo do Estado, tem grande responsabilidade no sistema, até porque Mossoró tem uma Regional de Saúde que tem o dever de cuidar de todo trabalho educativo e articula a atenção básica, mesmo sendo esta dos municípios, tem um Hemocentro, uma sucursal da Unicat que distribui remédios de alto custo, tem parte na responsabilidade do Samu, o Hospital Regional Tarcísio Maia e o Rafael Fernandes, que cuida de doenças infecto-contagiosas, além de administrar o principal hospital do Estado, o Walfredo Gurgel, que é cabeça de rede sendo o responsável pela regulação da média e alta complexidade. 

A gestão plena, porém, coloca nas mãos do poder público municipal mossoroense a responsabilidade pelo gerenciamento do sistema. A Maternidade Almeida Castro, Dix-sept Rosado ou Apamim, como queiram chamar, há tempos vem capengando. De um lado, por garroteamento do poder municipal que gere o SUS e de outro, por má gestão mesmo. 2010, porém, era um ano no qual não se podia falar nisso, pois Rosalba precisava dos votos da prima Sandra, que aliás, conseguiu, como o provam os mapas eleitorais, onde a governadora aparece com um percentual de votos maior que o somatório dos votos de Sandra e Betinho. Tudo eram flores. 

Rosalba queria os votos da prima Sandra e Sandra sonhava que depois da prima eleita teria seu apoio para eleger a filha prefeita, enquanto que o alter ego de Rosalba, o primo Rosado de Sandra, Carlos Augusto, maquinava a candidatura da cunhada Ruth, que é prima Escóssia de Sandra. Tudo ficou muito claro quando Rosalba ganhou a eleição e tomou posse no Governo do Estado. O município deixou de remeter qualquer culpa ou responsabilidade ao Governo do Estado. E um ano foi bastante para se instalar o caos. Hoje a política de saúde de Mossoró é a ambulancioterapia para Russas, onde um médico mossoroense tem uma casa de saúde que só se encontra aberta porque não está em Mossoró. 

Por aqui fecharam o Duarte Filho, a Santa Luzia e a Mather Dei, três maternidades, fechou o Pronto Atendimento da Unimed e a Uniped. A crise que hoje se abate sobre a Saúde Pública de Mossoró está nas mãos de uma única família. A família que administra as verbas municipais e as estaduais da Saúde e que, por dominarem município e Estado também têm sob seu tacão as verbas federais. 

Aliás, isto não é nenhuma novidade, pois vem de muito antes da existência do SUS. Desde quando a saúde passava pelo INSS. E ainda por cima, a mesma família domina a saúde privada da cidade e tem ramificações no terceiro setor. O que hoje acontece com a saúde de Mossoró é uma bandalheira. E toda esta bandalheira tem DNA. Um único DNA, o da família Rosado, que domina as cinco pernas desta mesa fúnebre da doença e da morte. Perna 1, município; perna 2, Estado; perna 3, verbas federais; Perna 4, saúde privada; Perna 5, terceiro setor, pois quem não lembra quanto de verba em passado próximo foi despejada na Fundação Vingt Rosado? 

Agora montaram um esquema para anestesiar a cidade condenando os anestesiologistas. Eles devem ter alguma parte na culpa, mas a culpa dos "Fixinas" é fichinha diante da imensa responsabilidade dos Rosados neste caos da doença e da morte que se abate sobre Mossoró.


Omissão
O Ministério Público está pecando por omissão de socorro neste caos da saúde.

Tá "Ruço"
As ambulâncias do Samu de Mossoró estão ocupadas carregando as buchudinhas daqui para parirem em Russas. Quem ligar para o 192 pode ouvir na outra ponta da linha: "A dor do parto é grande... Temos que partir!...

Malabarismo
Não dá para rir por que dá mesmo é para chorar, a desfaçatez com que se tenta tirar a culpa do Governo Rosalba e do Governo Fafá nesta avacalhação em que se transformou a política de saúde de Mossoró. O cidadão deve se queixar a quem? Ao bispo? Como? Se até ele se encontra na UTI...


Poesia
Diante do nome do Hospital da Divina Providência que está recebendo a ambulancioterapia mossoroense mandaram-me este mote, do qual mando três glosas ao benévolo leitor.

Morte
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
CAI NAS MÃOS DA DIVINA PROVIDÊNCIA!

Glosas
É Rosado a mandar na Prefeitura
É Rosado mandando no Estado,
Lá na Casa de Parto é só Rosado...
Se não é, mas parece ditadura,
Na cidade a saúde está sem cura,
As buchudas estão sem assistência
Quem quebrar uma perna, paciência,
Vai pra Russas pedir que tenham dó...
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
TÁ NAS MÃOS DA "DIVINA PROVIDÊNCIA"!

A vergonha aumentou a nossa dor,
Destruíram com força o nosso SUS
Todo mundo apelando pra JeSUS,
Que o poder desertou neste setor.
Falta maca, hospital, leito e doutor,
Falta acima de tudo, consciência,
Não existe ninguém com competência
Que desate o maldito deste nó
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
TÁ NAS MÃOS DA "DIVINA PROVIDÊNCIA"!

Se dizia que a culpa era do Estado, 
Um descuido de Wilma e Iberê,
Que Rosalba ganhando, eu e você
Ia ter hospital bem equipado
Ambulância a correr pra todo lado
Bons serviços de urgência e emergência
Mas a rosa o que trouxe foi falência
Sacudindo o SUS no rés do pó...
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
TÁ NAS MÃOS DA "DIVINA PROVIDÊNCIA"!

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Marcos Imperial

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