A presidenta Dilma Rousseff reiterou hoje, em Porto Príncipe, a disposição do governo brasileiro de garantir o acesso, em condições de segurança, dos haitianos que escolham viver no Brasil. E ressaltou que a cooperação com o Haiti para elevar as condições de vida da população será mantida. O governo brasileiro, segundo ela, fará esforços pela segurança alimentar da população haitiana e apoiará a criação de um programa habitacional.
“Reiterei que continuaremos cooperando com vistas a criar para os haitianos condições de vida melhores no próprio Haiti. Deixei claro, no entanto, que, como é da natureza dos brasileiros, estamos abertos a receber os cidadão haitianos. Assinalei também que, nesse processo, devemos combater as redes criminosas de intermediários, os chamados coiotes, que se aproveitam da vulnerabilidade de trabalhadores e suas famílias”, disse.
Ao lado do presidente do Haiti, Michel Martelly, a presidenta Dilma lembrou que o governo brasileiro criou uma categoria de visto permanente exclusiva para haitianos cuja concessão não depende de demonstração de vínculo empregatício no Brasil por um prazo de cinco anos. Segundo ela, 1,2 mil famílias haitianos podem receber esse visto. As que já estão no Brasil serão legalizadas.
“O espírito que preside as relações Brasil e Haiti é de respeito à soberania haitiana, de cooperação com o desenvolvimento do Haiti, de amizade fraterna, com abertura ao diálogo e ao respeito mútuo. Tenho certeza que o Brasil e o Haiti demonstração sua capacidade de construir uma parceria em que os dois povos poderão se orgulhar.”
A presidenta anunciou ainda a redução do contingente de militares brasileiros que participam da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Segundo ela, 1,9 mil brasileiros continuarão na força de paz das Nações Unidas.
“Reafirmo o compromisso do Brasil com a continuidade da missão de paz de cooperação para o desenvolvimento do país e de amizade entre os nossos povos. Como sabemos, está em andamento um processo de redução do contingente brasileiro na Minustah em conformidade com a decisão tomada no âmbito da ONU que reflete a nova atitude de segurança e estabilidade do Haiti”, explicou a presidenta. Ela rendeu ainda homenagem aos soldados e diplomatas mortos no terremoto de 2010.
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Marcos Imperial