domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mais de 5 mil marcham em apoio a moradores do Pinheirinho

A marcha de solidariedade aos moradores expulsos foi decidida na assembléia de movimentos sociais no Fórum Social Temático, em Porto Alegre. A manifestação em São José, coordenada pelo MUST-Pinheirinho, movimento dos ex-moradores, e por sindicatos independentes locais, contou com a presença de movimentos de diversos estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina -, e recebeu solidariedade de entidades internacionais, como do Chile, Argentina, Alemanha e Espanha. 

Caio Mello Carta Maior.
Uma passeata com mais de 5 mil pessoas tomou ontem (2) as ruas centrais de São José dos Campos, em protesto contra a reintegração de posse do bairro de Pinheirinho, no dia 23 de janeiro, que desalojou 1600 famílias – cerca de 8 mil pessoas – de um terreno de 1 milhão de m2 em favor da massa falida do grupo Selecta S/A, de propriedade do ex-mega-especulador Naji Nahas. A violenta ação policial, seguida da destruição das moradias e pertences dos moradores, teve repercussão internacional. 

A marcha desolidariedade aos moradores expulsos foi decidida na assembléia de movimentos sociais no último dia do Fórum Social Temático, na semana passada, em Porto Alegre. A manifestação em São José, coordenada pelo MUST-Pinheirinho, movimento dos ex-moradores, e por sindicatos independentes locais, contou com a presença de movimentos de diversos estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina -, e recebeu solidariedade de entidades internacionais, como do Chile, Argentina, Alemanha e Espanha. A frase comum a todos foi: “Todos somos Pinheirinho”.
A concentração começou cedo na Praça Afonso Pena, e os manifestantes tomaram as ruas a partir das 11h30. As palavras de ordem, dirigidas aos governos municipal, estadual e federal, eram de apelo à desapropriação do terreno em favor dos ex-moradores, parte deles hoje amontoada, em condições precárias, nos acampamentos provisórios. Água e sanitários nunca são o suficiente: três banheiros masculinos e três femininos para atender cada acampamento.


Os manifestantes cobraram do governo federal mais do que a condenação da truculência policial em Pinheirinho, mas uma ação efetiva da presidenta Dilma Rousseff: não apenas a desapropriação do terreno, mas a construção de moradias para as famílias que tiveram suas casas e pertences destruídos.

O ato teve início na importante avenida do centro de São José dos Campos, a Quinze de Novembro, se estendeu até a Prefeitura, passando pela Câmara Municipal. Na passeata, além dos moradores expulsos de Pinheirinho, falaram líderes sindicais, de movimentos sociais e estudantis, como Sindicato Nacional dos Químicos, Unidos para Lutar, Ocupa Sampa e partidos políticos (PSTU, PSOL e PT).

Em todo percurso, moradores se solidarizaram com os manifestantes, dando-lhes água para enfrentar os 35 graus do meio-dia. Outros poucos ficaram intimidados com a quantidade mobilizada pelo ato e fecharam as portas de seus estabelecimentos enquanto passava a passeata, mas os próprios manifestantes os tranquilizavam. Organizado, o ato não deixou rastros de vandalismo, preocupação inicial para não enfraquecer o discurso. Os manifestantes andaram quase 5 km e não foi registrada nenhuma confusão ou conflito com a polícia.

A manifestação acabou na frente da Prefeitura Municipal, solicitando conversas com secretários do prefeito Eduardo Cury (PSDB), já que ele mesmo não se dispõe, segundo manifestantes, ao diálogo. Este, segundo o movimento , foi o primeiro dia de outras manifestações. 
Fotos: Caio Mello 

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Marcos Imperial

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