Do Blog Balaio do Kotscho,
Derretendo de calor enquanto escrevo na varandinha do meu apartamento (não suporto ar-condicionado, nem tenho em casa), fico pensando o que está acontecendo com este nosso mundo, um mundo muito louco.
Que se passa? Temperaturas acima de 40 graus no Brasil e, no mesmo dia, os termômetros marcando até 50 graus negativos na Europa. Entre uma e outra região do mesmo mundo, dão 90 graus de diferença. Quem aguenta?
Não sei se em alguma outra época já aconteceu isso, mas o fato é que o nosso corpo não suporta tamanhas oscilações do tempo. Para uns, o mundo está aquecendo; para outros, esfriando, e nós no meio, sem saber para onde correr.
Me apavoro só de pensar que, daqui a uma semana, embarco numa excursão familiar para a Alemanha, terra dos meus antepassados maternos, onde não vou a passeio faz uns 20 anos. Vamos no Carnaval para aproveitar que os netos estarão sem aulas e para que eles conheçam a neve, algo raro nos nossos tórridos trópicos.
Só não podíamos imaginar que pegaríamos uma frente fria siberiana, o pior inverno dos últimos 100 anos, segundo as notícias alarmantes dos jornais. Voos atrasados e cancelados, estradas interditadas, mais de 400 mortos no frio, nevascas implacáveis que deixam as pessoas presas em suas casas _ o cenário que nos aguarda, digamos, não é muito animador.
Por toda parte há transtornos, a começar pelos congestionamentos a caminho do aeroporto e dentro do próprio. Filas monstruosas no check-in, filas nas alfândegas, filas no check-in e check-out dos hotéis, trens e aviões superlotados, praias e estações de esqui coalhadas de gente, filas nos restaurantes _ para onde você vai, tem gente demais, carros demais, confusão demais.
Fazer o que? Não sair mais de casa e ficar vendo pela televisão o mundo se derretendo ou congelando? Afinal, todo mundo tem direito a um lugar ao sol ou na neve. Só que há cada vez menos lugares para cada vez mais gente. Já somos 7 bilhões de terráqueos, temos mais de 7 milhões de carros circulando apenas aqui em São Paulo, os aviões disputam um lugar no céu e nas pistas dos aeroportos, os navios poluem os mares.
Alguma coisa não deu certo na louca corrida pelo progresso a que todos, pessoas e países, têm direito. Estas mudanças climáticas mais radicais registradas a cada ano são uma consequência desta nossa necessidade de querer e fazer sempre mais, tudo sempre mais, viajar mais, trabalhar mais, comprar, comer e beber mais, poluir mais o mundo.
Aí prédios desabam, ruas explodem, mares avançam sobre as cidades, policiais trocam de posição com bandidos, hospitais e necrotérios ficam superlotados, dinheiro público se transforma em privado, leis são aplicadas ao gosto do freguês, governos se desmancham.
Não quero parecer apocalíptico, nem assustar ninguém, mas não posso fechar os olhos para o mundo, deixar de ler e ver o noticiário, escrever sobre o que acontece, até porque vivo disso. O ofício de repórter é bom, eu gosto, mas tem este problema: somos obrigados a viver dentro da realidade que nos cerca e contar o que está acontecendo.
Do jeito que está o calor nestes últimos dias em São Paulo nem uma cerveja geladinha resolve. Dá vontade de entrar na geladeira e esperar que o mundo tome juízo. É mais ou menos o que vou fazer na semana que vem... Ou alguém ainda acha melhor passar o Carnaval na Bahia?
Hoje estou cheio de perguntas... Se os caros leitores do Balaio tiverem alguma ideia melhor, contem para nós, por favor. Ainda tem jeito ou a previsão do calendário maia é que está certa? Aguardo respostas.
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Marcos Imperial