sábado, 28 de abril de 2012

Trabalhadores no país têm 63,9% das carteiras assinadas


Expansão da formalidade aconteceu em todas as cinco regiões do país, atingiu-se 72,1% dos empregos do Sul em 2010 e 47,3% das vagas do Norte

Na última década, o mercado de trabalho deu um salto de formalização revela dados do Censo de 2010 divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 2000 para 2010, os profissionais com carteira de trabalho assinada — que somam 39,1 milhões de trabalhadores — aumentaram sua participação no contingente de empregados do país: saem de 54,8% para 63,9%. Já os sem carteira — 17,4 milhões — recuaram de 36,8% para 28,5%. Para especialistas, a maior formalização do emprego vem em resposta ao crescimento econômico do país nos últimos anos.

“De 2000 a 2010, houve crescimento do nível da ocupação, com mais absorção das pessoas no mercado de trabalho. E isso veio acompanhado de uma melhora na situação econômica das famílias” comentou Wandeli Guerra, consultora do IBGE.

A expansão da formalidade aconteceu em todas as cinco regiões do país. Atingiu 72,1% dos empregos do Sul em 2010 e, no outro extremo, 47,3% das vagas do Norte.

“O crescimento dos empregados com carteira causa a retração de outras categorias, como os que trabalham por conta própria e os empregadores. Quanto mais organizada a economia, maior a participação dos empregados” acrescentou Wandeli, em referência ao incremento real da renda média dos trabalhadores em 5,5% na última década (de R$ 1.275 para R$ 1.345 em dez anos).

O reflexo dessa maior formalização se espalhou por outros indicadores do mercado de trabalho. Isso fica evidente, por exemplo, na jornada de trabalho. Houve aumento na parcela de ocupados que trabalham entre 40 e 44 horas semanais, de 34% para 46% — exatamente a jornada de trabalho do emprego formal. Nas jornadas maiores, houve redução, assim como nas menores.
“É nessa faixa que se concentra o emprego formal” resumiu Wandeli.

Renda salarial
A diferença salarial entre homens e mulheres caiu — e muito — na década. De acordo com dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira (29), o rendimento médio mensal de todos os trabalhos ficou em R$ 1.344,70, alta de 5,5% de 2000 para 2010. Contudo, o incremento para as mulheres (13,5%) foi maior do que o dos homens (4,1%), reduzindo a distância entre as remunerações. Em 2000, a remuneração delas representava 67,7% da deles. Em 2010, sobe para 73,8%. Aumento da escolaridade feminina e maior presença no mercado de trabalho ajudam a explicar os avanços, segundo especialistas.

Dos 80 milhões de ocupados em 2010 com rendimento, 46,9 milhões eram homens, que recebiam, em média, R$ 1.509,62. Já as 33,7 milhões mulheres tinham ganhos médios mensais de R$ 1.115,20. Novo Jornal.

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Marcos Imperial

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