sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Classe média movimenta R$ 1 trilhão


A classe média brasileira deve movimentar neste ano R$ 1 trilhão, segundo estimativas do governo. São 104 milhões de brasileiros, ou 53% da população total do país. Há dez anos, eram 38%.

Se esse contingente de pessoas formasse um país isolado, ocuparia o 18° lugar no ranking das 20 nações com maior consumo do mundo - o "G20 do consumo", segundo dados do Banco Mundial.

Em 2011, o PIB brasileiro foi de R$ 4,1 trilhões em valores correntes.

Quando considerado o critério de países mais populosos do mundo, o Brasil aparece como o quinto maior.

"Se a classe média brasileira isoladamente fosse um país, seria o 12º mais populoso do mundo, após o México", diz o ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.

"A adversidade é grande nesse grupo, por isso a meta é entender essa faixa de renda para desenvolver políticas públicas customizadas, econômicas e sociais."

Os dados serão apresentados hoje em Brasília durante o lançamento do projeto Vozes da Classe Média, da secretaria, em parceria com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

A cada dois meses serão divulgados estudos para discutir políticas públicas para a nova classe média do país.

A SAE levou quase um ano para definir critérios para classificar a população por faixa de renda. Pertencem à classe média famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019. Essa classe foi dividida em três subgrupos: a baixa classe média (renda per capita de R$ 291 a R$ 441), a média (de R$ R$ 441 a R$ 641 por pessoa) e a alta classe média (de R$ 641 a R$ 1.019).

Na estimativa de que a classe média deve movimentar R$ 1 trilhão no ano, os técnicos consideram projeções feitas partir das contas nacionais divulgadas pelo IBGE.

O cálculo considera produtos e serviços consumidos, além do crédito disponível para essa faixa de renda.

A maior parte da renda da classe média (46,1%) está no Sudeste. Dados do instituto Data Popular, que participa do projeto, mostram que o Nordeste representa 22,2%.

O Sul com 16,4%; o Centro-Oeste, 8,4%, e o Norte, 6,9%.

Renato Meirelles, sócio e diretor do instituto, chama a atenção para o fato de 71% da classe média informar em pesquisas que "não vê grandes problemas" em pagar seus parcelamentos.

A leitura é ambígua. "As pessoas podem não ter a cultura financeira de lidar com crédito. Ou, como fazem bicos e consideram essa fonte de renda em suas previsões, sabem que não vão se enforcar", diz Meirelles.

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Marcos Imperial

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