Deputado denunciou a bandidagem no Vale do Açu e teve sua morte contratada pelo vereador Odelmo de Rodrigues. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press // Ascom/DN/Divulgação.
Escondidos sob os panos da impunidade, da proteção
de autoridades e do silêncio da população, o grupo que seria chefiado pelo
presidente de Câmara Municipal de Assu, Odelmo de Moura Rodrigues (PSD), preso
na tarde de quinta-feira (30), ainda é investigado por inúmeros outros crimes
cometidos durante mais de 20 anos em toda região do Vale do Açu. Um deles é a
ameaça de morte ao deputado estadual Nelter Queiroz (PMDB). Interceptações
telefônicas realizadas pela Polícia Civil descobriram, no início de novembro do
ano passado, que Odelmo teria contratado Paulo Douglas Garcia Gomes, o Paulo
"Cabeleireiro" e Valdemar Ulisses de Souza, para matar o deputado. O
preço: R$ 50 mil.
As informações constam no processo que resultou na prisão do
vereador. Em contato a reportagem do Diário de Natal, o deputado disse que não
falaria sobre o assunto. De acordo com as investigações policiais, como os
pistoleiros não realizaram o serviço, foramexecutados três meses depois na
cidade de Assu. Paulo Cabeleireiro foi morto na noite do dia 9 de junho,
enquanto que Valdemar foi assassinado na madrugada de 25 de setembro. A ameaça
chegou até o deputado estadual por meio de uma extensa teia de crimes.
Em 2009, Nelter Queiroz usou as rádios da região do
Vale do Açu para cobrar uma solução para os crimes que seriam cometidos pelo
grupo chefiado por Odelmo Rodrigues, em especial a morte de Raimundo
"Oni" Galdino, amigo da família do deputado. Já em 25 de janeiro de
2010, Fábio de Lima, Teófilo Dantas Fonseca Filho, Francimar Paulino da Silva e
Francisco Josualisson Pimentel, apontados pela polícia como integrantes do
grupo que aterroriza o Vale do Açu, foram presos na zona rural de Assu. Através
de exames de balística, a polícia pôde comprovar que uma das armas apreendidas
com eles à época, um revólver calibre 39, foi utilizada em quatro homicídios
entre 2008 e 2010, incluindo a morte de Oni Galdino. Todos foram indiciados e
estão presos na cadeia pública de Caraúbas, região Oeste do RN.
Em depoimento prestado ao delegado Odilon Teodósio,
chefe da Divisão de Polícia do Oeste (Divipoe), em 13 de novembro de 2011,
Nelter Queiroz disse que seu maior medo era ser morto por um dos bandidos
"a mando de Odelmo". O depoimento está anexado à denúncia apresentada
pelos promotores Jovino Pereira Costa Sobrinho e Patrícia Antunes Martins no
último dia 21 de agosto, com pedido de prisão preventiva de Odelmo e Aureliano
Rodrigues. Além do episódio da contratação dos dois pistoleiros para matá-lo
por R$ 50 mil, o deputado ainda relatou ter informações de pessoas próximas a
ele de que estaria sendo vigiado a mando do grupo. Afirmou, também, que um dos
acusados presos em Caraúbas teria dito a um interlocutor que quem iria matar
Nelter seria ele, quando saísse da cadeia. Diario de Natal.
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Marcos Imperial