
Priscilla MendesDo G1, em Brasília.
A
presidente Dilma Rousseff afirmou nesta
quinta-feira (6) que, a partir do início de 2013, a conta de energia elétrica
terá redução média de 16,2% para o consumidor doméstico e de até 28% para a
indústria.
O anúncio foi feito em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão dedicado
ao Dia da Independência, celebrado nesta quinta, 7 de setembro (leia a íntegra ao
final deste texto).
As novas tarifas, segundo informou a
presidente, serão anunciadas na próxima terça-feira (11). "Esta é a maior
redução de energia elétrica já feita no país", afirmou Dilma.
“Vou
ter o prazer de anunciar a mais forte redução que se tem notícia neste país nas
tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos.”
Durante o pronunciamento, Dilma afirmou que a queda
do custo da energia elétrica “tornará o setor produtivo ainda mais
competitivo”.
Ela explicou o motivo pelo qual a redução para as
indústrias será maior do que para os consumidores domésticos.
“A medida vai entrar em vigor no início de 2013. A
partir daí, todos os consumidores terão sua tarifa de energia elétrica
reduzida, ou seja, sua conta de luz vai ficar mais barata. Os consumidores
residenciais terão uma redução média de 16,2%. A redução para o setor produtivo
vai chegar a 28% porque neste setor os custos de distribuição são menores, já
que opera na alta tensão”, afirmou a presidente.
Dilma afirmou que a redução da tarifa de energia
elétrica vai ajudar “de forma especial” as indústrias que estejam em
dificuldades, “evitando demissões de empregados”.
“Os ganhos, sem dúvida, serão usados tanto
para redução de preço para o consumidor brasileiro como para os produtos de
exportação, o que vai abrir mais mercados dentro
e fora do país”, disse.
Rodovias e ferrovias
A presidente aproveitou o pronunciamento para
explicar o plano de concessões do setor de transportes. A etapa do plano que
engloba rodovias e ferrovias foi lançada no mês passado pelo governo. De acordo
com a presidente, serão investidosR$ 113 bilhões em rodovias e ferrovias, que
vão permitir a recuperação de 10 mil km da malha ferroviária e de 8 mil km da
rodoviária.
“Acabamos de assinar um
conjunto de medidas que vai provocar no médio e no longo prazo uma verdadeira
revolução no setor de transporte”, declarou.
Dilma afirmou que a recém-criada Empresa de
Planejamento e Logística (EPL) vai fazer uma “completa reformulação no setor de
rodovias, ferrovias, portos e aeroportos”.
Ela criticou o modelo de privatizações de ferrovias
adotado no passado, o qual classificou de “questionável”.
“Esse plano [adotado pelo atual governo] significa
também um novo tipo de parceria entre o poder público e a iniciativa privada,
que trará benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo
brasileiro, ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de
ferrovias que torrou o patrimônio público para pagar dívida e ainda terminou por
gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência”, afirmou.
Esse plano [adotado pelo atual governo] significa
também um novo tipo de parceria entre o poder público e a iniciativa privada,
que trará benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo
brasileiro, ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de
ferrovias que torrou o patrimônio público para pagar dívida e ainda terminou
por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência."
Dilma Rousseff, presidente da República
Crise
De acordo com a presidente, no momento em que “o
mundo se debate em um mar de incertezas” em relação à economia, o Brasil criou
um modelo de desenvolvimento “inédito”, baseado, segundo disse, no crescimento
com estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de renda.
“Esse modelo produziu efeitos tão poderosos na
economia e na vida das pessoas que nem mesmo a maior crise financeira da
história conseguiu nos abalar fortemente”, afirmou.
Dilma justificou a redução do crescimento da
economia brasileira e afirmou que o país está pronto para dar um “salto
decisivo”.
“Como a maioria dos países, tivemos uma redução
temporária no índice de crescimento. Mas já temos as condições objetivas,
agora, para iniciar este novo e decisivo salto, cujos primeiro efeitos já serão
percebidos no próximo ano e que vão se ampliar fortemente nos anos seguintes”,
disse a presidente.
Juros
Dilma Rousseff disse que o país está conseguindo
uma “marcha inédita de redução constante e vigorosa dos juros”, mas criticou as
taxas cobradas pelos bancos e principalmente pelos cartões de crédito.
“Estamos conseguindo uma marcha inédita de redução
constante e vigorosa dos juros, que fez a Selic [taxa básica de juros] baixar
para cerca de 2% ao ano em termos reais e fez a taxa de juros de longo prazo
cair para menos de 1% ao ano também em termos reais. Isso me alegra, mas
confesso que ainda não estou satisfeita porque os bancos, as financeiras e, de
forma muito especial, os cartões de crédito podem reduzir ainda mais as taxas
cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados os seus
ganhos”, declarou a presidente.
Dilma disse saber que a negociação com os bancos
“não é uma luta fácil”. “Mas garanto a vocês que não descansarei enquanto não
vir isso se tornar realidade”, disse.
A presidente afirmou ainda que não descansará na
“busca de novas formas para diminuir impostos e tarifas sem causar
desequilíbrio nas contas públicas e sem trazer prejuízos a nossa política
social”.
Ela declarou estar “disposta a abrir um amplo
diálogo” com as forças políticas e produtivas para discutir o sistema
tributário do país.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento divulgada
pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República:
Queridas brasileiras e queridos
brasileiros,
Com especial alegria, escolhi esta
véspera do 7 de Setembro para dar uma excelente notícia a todos vocês. Estou
aqui esta noite para dizer que o Brasil, depois de conseguir retirar 40 milhões
de brasileiros da pobreza e se transformar na sexta maior economia do mundo,
prepara-se para dar um novo salto – e para crescer mais e melhor.
Não se surpreendam que esta nova
arrancada se dê no mesmo momento em que o mundo se debate em um mar de
incertezas. Isso não ocorre por acaso.
Ao contrário de outros países, o
Brasil criou, nos últimos anos, um modelo de desenvolvimento inédito, baseado
no crescimento com estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de
renda.
Este modelo produziu efeitos tão
poderosos na economia – e na vida das pessoas – que nem mesmo a maior crise
financeira da história conseguiu nos abalar fortemente.
Como a maioria dos países, tivemos
uma redução temporária no índice de crescimento. Mas já temos as condições
objetivas, agora, para iniciar este novo e decisivo salto, cujos primeiros
efeitos já serão percebidos no próximo ano e que vão se ampliar fortemente nos
anos seguintes.
Uma coincidência me deixa feliz: ser
justamente em setembro, mês da primavera e da Independência, o momento em que
estamos a plantar as novas bases desse ciclo de desenvolvimento. Porque ele vai
alargar bastante o caminho de afirmação e independência que nosso país vem
construindo, com muita garra, nos últimos dez anos.
Minhas amigas e meus amigos.
O nosso bem-sucedido modelo de
desenvolvimento tem se apoiado em três palavrinhas mágicas: estabilidade,
crescimento e inclusão.
Com elas, o Brasil tem conseguido
crescer e, ao mesmo tempo, distribuir renda. Tem conseguido, como poucos países
no mundo, reduzir a desigualdade entre as pessoas e entre as regiões.
Para tornar nosso modelo mais
vigoroso e abrir este novo ciclo de desenvolvimento, vamos, a partir de agora,
incorporar uma nova palavra a este tripé. A palavra é competitividade.
Na verdade, é mais que uma nova
palavra: é um novo conceito, uma nova atitude. Uma forma simples de definir
competitividade é dizer que ela significa baixar custos de produção e baixar
preços de produtos para gerar emprego e gerar renda.
Mas para chegar aí é preciso melhorar
a infraestrutura, avançar na produção de tecnologia e aprimorar os vários
níveis de educação, saber e conhecimento.
Portanto, para ser competitivo, um
país precisa de tudo isso.
É deste conjunto de atributos que o
Brasil necessita para aperfeiçoar e consolidar nosso modelo de desenvolvimento.
Por isso, estamos lançando um
conjunto de medidas que irão baixar o custo da nossa energia e do nosso
transporte, e reforçar, com vigor, a capacidade de investimento do nosso país.
De forma simultânea, criamos – e
estamos a ampliar – as condições para baixar juros, diminuir impostos e
equilibrar o câmbio.
Este novo ciclo que agora se inicia
não é fruto de nenhuma mágica. É a evolução dos bons resultados que conseguimos
até aqui e uma necessidade imperiosa para podermos continuar crescendo e
distribuindo renda.
Já somos o país que tem a melhor
tecnologia social do mundo e nossos instrumentos de política social são
copiados em dezenas de países.
Estamos, agora, lançando as bases
concretas para sermos, no médio e no longo prazo, um dos países com melhor
infraestrutura, com melhor tecnologia industrial, melhor eficiência produtiva e
menor custo de produção.
Minhas amigas e meus amigos,
Na próxima terça-feira vamos dar um
importante passo nesta direção. Vou ter o prazer de anunciar a mais forte
redução de que se tem notícia, neste país, nas tarifas de energia elétrica das
indústrias e dos consumidores domésticos. A medida vai entrar em vigor no
início de 2013.
A partir daí todos os consumidores
terão sua tarifa de energia elétrica reduzida, ou seja, sua conta de luz vai
ficar mais barata. Os consumidores residenciais terão uma redução média de
16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28%, porque neste setor os
custos de distribuição são menores, já que opera na alta tensão.
Esta queda no custo da energia
elétrica tornará o setor produtivo ainda mais competitivo.
Os ganhos, sem dúvida, serão usados
tanto para redução de preços para o consumidor brasileiro, como para os
produtos de exportação, o que vai abrir mais mercados, dentro e fora do país.
A redução da tarifa de energia
elétrica vai ajudar também, de forma especial, as indústrias que estejam em
dificuldades, evitando as demissões de empregados.
Minhas amigas e meus amigos,
A redução do custo da energia
elétrica não é a única importante decisão que estamos tomando para baixar o
custo de produção e, por consequência, aumentar o emprego e diminuir o preço
dos produtos brasileiros.
Também acabamos de assinar um
conjunto de medidas que vai provocar, no médio e no longo prazo, uma verdadeira
revolução no setor de transportes no nosso país.
Criamos a Empresa de Planejamento e
Logística que, em parceria com a iniciativa privada, vai promover uma completa
reformulação no setor de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Além de restabelecer a capacidade de
planejamento do sistema de transporte, o novo modelo vai promover a integração
e acelerar a construção e modernização de ferrovias, rodovias, portos e
aeroportos.
Para que vocês tenham uma ideia,
vamos investir 133 bilhões de reais em rodovias e ferrovias. Isso significa
ampliação e melhorias em 10 mil quilômetros de ferrovias e quase 8 mil
quilômetros de rodovias.
Este plano significa, também, um novo
tipo de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, que trará
benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo brasileiro.
Ao contrário do antigo e questionável
modelo de privatização de ferrovias, que torrou patrimônio público para pagar
dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e
baixa eficiência, o nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador
do Estado para garantir qualidade, acabar com os monopólios, e assegurar o mais
baixo custo de frete possível.
Queridas brasileiras e queridos
brasileiros,
Um novo ciclo de desenvolvimento só
se inicia com mudanças na economia e na forma de gestão, e fazendo avançar a
inclusão social. É isso que temos feito nos últimos tempos.
Revigoramos os fundamentos da nossa
política econômica exitosa, mas, ao mesmo tempo, iniciamos uma mudança
estrutural que tem, como sustentação, uma taxa de juros baixa, o câmbio
competitivo e a redução da carga tributária.
Estamos conseguindo, por exemplo, uma
marcha inédita de redução constante e vigorosa nos juros, que fez a Selic
baixar para cerca de 2% ao ano, em termos reais. E fez a taxa de juros de longo
prazo cair para menos de 1% ao ano, também em termos reais. Isso me alegra, mas
confesso que ainda não estou satisfeita. Porque os bancos, as financeiras e, de
forma muito especial, os cartões de crédito podem reduzir, ainda mais, as taxas
cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados seus ganhos.
Sei que não é uma luta fácil. Mas
garanto a vocês que não descansarei enquanto não vir isso se tornar realidade.
Como também não descansarei na busca de novas formas para diminuir impostos e
tarifas sem causar desequilíbrio às contas públicas, e, notadamente, sem trazer
prejuízos a nossa política social.
E quero ressaltar que estou disposta
a abrir um amplo diálogo com todas as forças políticas e produtivas para
aprimorarmos o nosso sistema tributário.
Queridas brasileiras e queridos
brasileiros,
O Brasil, mais que nunca, tem um
presente próspero e excelentes perspectivas para o futuro. Estamos conseguindo
isso graças ao talento, ao esforço e à coragem de todos vocês. Também porque o
governo tem agido certo e na hora certa.
O nosso governo está preocupado, mais
que nunca, com a garantia do emprego e o ganho salarial do trabalhador. A prova
disso é que, ao contrário da maioria dos países do mundo, aqui não houve
desemprego nem perda de direitos dos trabalhadores. E somos um dos países, um
dos poucos países do mundo, onde houve ganho real de salários.
Entre outras medidas, estamos
incentivando o emprego por meio da diminuição dos impostos sobre a folha de
pagamento das empresas.
Existe uma coisa mais importante que
tudo: aumentamos, a cada dia, a fé e o orgulho no nosso querido Brasil.
Somos, cada vez mais, um país que
olha para o presente e para o futuro com um mesmo olhar de alegria, conforto e
esperança.
Viva o Sete de Setembro!
Viva o Brasil!
Viva o povo brasileiro!
Obrigada e boa noite.
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Marcos Imperial