Jovens tomaram as ruas da Cidade Alta, Ribeira, Petrópolis e Tirol gritando palavras de ordem e protesto. Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press.
A população de Natal assistiu ontem à tarde a uma
das maiores manifestações estudantis contra o poder público já realizadas na
cidade. Cerca de duas mil pessoas protestaram, a maioria jovens, contra o
aumento da tarifas dos transportes urbanos, que passou de R$ 2,20 para R$ 2,40
- a segunda maior do Nordeste. Faixas, cartazes, camisetas e palavras de ordem
contra a prefeita Micarla de Sousa (PV) deram o tom de um manifesto que impediu
profissionais da imprensa de trabalharem e quase terminou em conflito com a
polícia.
Frases como "Mãos ao alto, esse aumento é um assalto!"
e " Ei Micarla vá..." foram duas das frases mais ouvidas pelos jovens
ativistas, que protestaram também contra a mídia. Depois dos manifestantes
terem se concentrado a partir das 14h na Praça 7 de setembro, Cidade Alta, e
percorrido a avenida Rio Branco, na Ribeira, quase houve um confronto com
policiais militares na rua Esplanada Silva Jardim, Ribeira. Os estudantes se
deslocaram para a frente da sede da Sindicatos das Empresa de Transportes
Urbanos (Seturn).
Exigiam a revogação da tarifa para um valor abaixo
dos R$ 2,40. "O nosso movimento vai continuar enquanto a tarifa não for
abaixada", disse a estudante Jéssica Regis que portava um megafone e
ditava frases contra a prefeitura. Os manifestantes interromperam o trânsito da
rua, picharam e subiram em cima de um dos ônibus. Os policiais avançaram em
posição. Alguns estudantes jogaram pedras.
Tudo foi contornado por alguns integrantes que
pediram calma à multidão. "Precisamos entender que este é movimento
heterogêneo, composto por estudantes de faixas diferentes. As vezes ocorrem
alguns excessos, mas são casos isolados", explicou o professor Wanderlan
Porto, que exercia uma espécie de liderança sobre os participantes do ato.
O movimento seguiu pela Ribeira em direção ao bairro
do Tirol. Na esquina da Avenida Duque de Caxias com Tavares de Lira um pneu foi
queimado entre os carros que trafegavam. Em frente à estação da CBTU, nova
interrupção do trânsito e ofensas contra a prefeita.
"Este é um momento histórico que colocou a
juventude natalense nas ruas, que confere consciência e cidadania, que luta
contra o roubo. É a reposta da população contra quem rouba nossos bolsos",
comemorava a estudante Alana Kaline. Houve novos distúrbios na Rua Juvino
Barreto, quando os vidros de outro ônibus foram quebrados.
A passeata seguiu pela Rua Potengi e causou um
engarrafamento gigantesco na Hermes da Fonseca quando os manifestantes
caminharam pelas duas vias da avenida. "Nós abrimos passagem para duas
ambulância", alertou um participante que liderava o movimento.
O caos gerou reclamações dos motoristas que
trafegavam nos dois sentidos. "O que nós temos a ver com isso?",
protestou o motorista Alfredo Nunes. Mas também houve quem aderisse ao ato.
"Estou trabalhando, mas se eu pudesse estaria nessa marcha", disse a
lojista Melissa Pinheiro.
O Midway Mall foi o destino da passeata dos novos
cara pintadas natalenses. Lá eles esperavam pela reação da Polícia Militar, tal
qual como ocorreu na última quarta-feira também na Salgado Filho. Mas não houve
a repressão esperada. Os manifestantes interromperam novamente o trânsito por
volta das 18h30, sentaram-se no chão e gritaram novas palavras de ordem contra
o poder público, os empresários e a imprensa.
Parte da imprensa foi impedida de trabalhar. Em
frente ao Midway uma equipe da InterTV Cabugi foi obrigada a se retirar do
local pelo manifestantes que gritavam palavras de ordem contra a Rede
Globo. Diario de Natal.
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Marcos Imperial