Veja mais uma vez cria embuste [leia aqui e aqui os últimos embustes] para, sete
anos depois, tentar levar Lula para o centro do mensalão e atacar o PT, como
sempre ocorre a cada dois, entre agosto e outubro. Não é coincidência.
Desta vez o semanário dos Civita estampou na capa
uma suposta afirmação de Marcos Valério sobre não ter dito nada de Lula sobre a
crise de 2005, ainda.
Ocorre que o advogado de Marcos Valério afirmou
ainda que seu cliente "não confirma" as informações divulgadas pela
Veja, "O Marcos Valério não dá entrevistas desde 2005 e confirmou para mim
hoje que não deu entrevista para a Veja e também não confirma o conteúdo da
matéria".
A revista alega que fez matéria baseada em
depoimentos de amigos e familiares de Valério.
O que impressiona é a qualidade do lixo
jornalístico que esta revista se propõe a comercializar, paga por assinantes,
poucos compradores nas bancas e sustentada, fortemente, por publicidade
governamental, como do governo tucano de São Paulo.
A tragédia de Hillsborough e a farsa montada pela
polícia e pelo The Sun
Em 1989, a Grã-Bretanha assistiu em choque às
imagens angustiantes de torcedores jovens esmagados contra as grades de metal,
corpos deitados no campo e espectadores usando painéis publicitários de madeira
como macas improvisadas em uma tarde quente de primavera.
O relatório, divulgado após uma investigação de
dois anos sobre as mortes, apontou que a polícia havia tentado culpar os
torcedores do Liverpool, retratando-os como agressivos, bêbados e sem
ingressos, e tentando encher um estádio já lotado.
Alguns jornais, assim como David Cameron, primeiro ministro
britânico, se desculparam com o povo sobre a farsa montada pela polícia e
corroborada pela imprensa.
Em 1990 foi publicado o Taylor Report, o relatório
oficial do governo aos acontecimentos que resultaram na tragédia. Nele se leu
que os torcedores do Liverpool eram os culpados, devido ao uso abusivo de
álcool que teriam provocado tal violência.
Durante anos os torcedores do clube protestaram e
rejeitaram o relatório.
À época, o tablóide The Sun fizera, com o título ‘A
Verdade’, a capa da sua edição que mostrou as conclusões do relatório
manipulado.
E só em 2009, um outro, elaborado por um painel
independente, refutou aquelas conclusões, alegando que o primeiro relatório foi
adulterado pelo governo – então liderado por Margaret Tatcher -, para imputar a
culpa para a torcida do Liverpool presente naquela ocasião.
O Daily Telegraph resumiu o que o mais recente
relatório desmentiu acerca do primeiro: a polícia pesquisou os registos
criminais das vítimas para impugnar a sua reputação; que 116 dos 164 relatórios
de agentes foram alterados para remover comentários desfavoráveis e que nunca
houve provas de que os adeptos do Liverpool estariam sob a influência de
bebidas alcoólicas.
O diário The Sun demorou 23 anos para se pronunciar
sobre o fato e pedir desculpas ao povo de Liverpool, apesar de em 2009 já haver
fortes indícios da manipulação. O fato é que naquela região de Londres onde
ocorreu a tragédia o jornal sofreu boicotes por parte dos leitores e viu sua
venda despencar de cerca de 200 mil exemplares diários para cerca de 20 mil!
Veja é ainda pior que The Sun...
O que se pode observar em ambos os casos é a
predisposição de setores ultraconservadores da imprensa, tanto aqui, liderados
por Veja, quanto em Londres, para manipular e vender seus exemplares contendo
factóides e leviandades como suprema verdade ou opinião publicada.
Durante o julgamento do mensalão Luiz Gushiken foi
inocentado de todas as acusações que pesavam contra ele. Mas não se viu nenhuma
chamada que apresentasse o personagem político redimido e justiçado pela sua
inocência. O que ficou foram dezenas de matérias negativas quanto a sua imagem
e que o marcaram desde então.
Além da má fé e da prática do jornalismo como arma
política de intimidação e difamação, a Veja, há bastante tempo, engana seus
leitores e causa prejuízo aos seus assinantes ao estampar mentiras e fatos que
não se comprovam, construindo uma realidade muito peculiar dos fatos.
Quanto custa a sociedade sustentar
uma publicação que distorce a história e entrega aos jovens pensamentos
ultraconservadores e os apresenta como valores progressivos? COM INFORMAÇÕES: http://www.palavrasdiversas.com
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Marcos Imperial