Democrata já garantiu 290 votos no colégio
eleitoral contra 200 do rival. Presidente vai para o 2º mandato após campanha
eleitoral disputada.
O democrata Barack Obama foi reeleito presidente dos Estados Unidos
nesta terça-feira (6), após uma campanha muito disputada contra o republicano
Mitt Romney. Obama conseguiu, até agora, 274 votos de um total de 538, contra 200 do
rival, segundo projeção da AP. A festa da vitória já acontece no McCormick
Place, em Chicago, onde Obama acompanhou a apuração.
"Isto aconteceu graças a vocês, obrigado. Mais quatro anos",
disse Obama - um pioneiro em utilizar politicamente as redes sociais - no
Twitter. O democrata foi para a cidade de Illinois, seu reduto eleitoral, já na
noite de segunda-feira (5). Durante a tarde desta terça, reservou espaço para
jogar basquete, seu passatempo favorito e também um "ritual" para o
líder nos dias de eleições.
As pesquisas de intenção de voto realizadas dias antes da eleição
apontavam um empate técnico entre os dois candidatos em âmbito nacional, mas
com ligeira vantagem para o presidente nos estados-chaves.
No complexo sistema eleitoral americano, é o resultado em cada estado é que importa.
Ao votar em um candidato, a população na verdade escolhe um colégio eleitoral
dentro de seu estado, composto por delegados, que só então elegerá o
presidente. Em todo o país, o colégio eleitoral reúne 538 delegados, de 50 estados e
do distrito de Columbia, onde fica a capital Washington.
Antes da eleição, os estados de Nevada (6 delegados), Colorado (9
delegados), Iowa (9 delegados), Wisconsin (10), Ohio (18), Pensilvânia (20),
Michigan (16), Virgínia (13), Carolina do Norte (15), New Hampshire (4) e
Flórida (29) eram considerados tecnicamente empatados, e oficialmente poderiam
ser ganhos por qualquer um dos candidatos. Obama já possuía ligeira vantagem na
maior parte deles, menos na Carolina do Norte e na Flórida. A vitória em Ohio e na Flórida acabou sendo crucial para determinar a
vitória de Obama, após um tenso processo de apuração.
Dia da eleição
Ainda durante o dia, antes do fim da votação, Obama, parabenizou o
adversário republicano pela disputa acirrada para a Casa Branca e expressou
confiança na reeleição.
"Quero dizer ao governador Romney: parabéns pela campanha animada.
Sei que os apoiadores dele estão tão engajados e tão entusiasmados e
trabalhando tanto quanto os nossos hoje", disse Obama, enquanto
voluntários faziam ligações telefônicas incentivando eleitores a votar. Ele
também ligou para voluntários no escritório de campanha para agradecer pelo
trabalho feito pela reeleição.
Presidente Barack Obama liga para voluntário de sua
campanha durante uma visita ao comitê de sua campanha em Chicago. (Foto: Jason
Reed/Reuters).
Incentivar o voto foi um movimento intensivo dessas eleições, já que a
escolha do presidente não é obrigatória nos Estados Unidos. Em suas
campanhas, os dois candidatos
movimentaram mais de US$ 2 bilhões, e boa parte de seus gastos
foram em propaganda.
Obama passou o dia em Chicago e não precisou ir a um local de votação
– ele já havia
depositado seu voto 12 dias antes, em 25 de outubro, na mesma
cidade. O gesto – o primeiro de um mandatário dos EUA na história – foi um modo
de incentivar o voto antecipado pelos eleitores, no qual esperava levar
vantagem. Segundo estimativas de institutos de pesquisa, cerca de 31 milhões de
americanos votaram antes desta terça.
No Quênia, moradores de Nyangoma-Kogelo (430 km a oeste de Nairóbionde
nasceu o pai do candidato e presidente dos EUA, Barack Obama, fizeram uma
votação simulada para a Presidência dos Estados Unidos. A avó paterna de Obama, Sarah Obama, deixou a reclusão de
sua casa, no povoado queniano de Kogelo, para falar por alguns minutos com a
imprensa.
"Eu rezo por ele, para que Deus o ajude", afirmou Sarah
durante a coletiva de imprensa improvisada no jardim de sua casa. "É uma
disputa dura, por isso tenho rezado por ele. Se for a vez dele (vencer), Deus o
deixará triunfar", acrescentou.
Sarah Hussein Obama, avó de Barack Obama, é
escontada por familiares até sua casa, depois de realizar orações especiais de
família, em Nyangoma-Kogelo, no Quênia (Foto: Thomas Mukoya / Reuters)
Avanços
Obama
apostou nos avanços conseguidos em seu governo para permanecer em um segundo
mandato. "Nós sabemos que a mudança não viria de maneira rápida ou fácil.
Nunca vem", disse ele em 2011 ao confirmar ser candidato à reeleição.
Os
slogans sobre "esperança" e "mudança", usados quando o
candidato se apresentou como um líder visionário para mudar o destino dos
Estados Unidos, sumiram. Sob o lema "América avança", no entanto, a
atual campanha de Obama buscou ecoar o mesmo entusiasmo do pleito anterior,
afirmando que o país "precisa proteger o progresso conquistado".
Mas o cenário atual é bem diferente. Apesar de
muitos problemas do país terem começado antes de sua presidência, Obama
tornou-se face da lenta recuperação econômica da nação. Durante a campanha, um
raio de esperança surgiu em forma de número: o desemprego caiu para menos de
8%, o menor índice desde janeiro de 2009. Nos quase quatro
anos de governo, Obama não conseguiu cumprir grandes promessas da campanha
anterior, como o fechamento da polêmica prisão de Guantánamo, em Cuba, onde
estão suspeitos de terrorismo. A reforma no sistema de saúde americano ainda
gera divisões. O presidente também é questionado por republicanos descontentes
com o posicionamento dos Estados Unidos diante da crise na Líbia – onde quatro
funcionários de um consulado americano foram mortos em ataque terrorista – e
nos países do Oriente Médio.
Em contrapartida, Obama tentou colocar em prática
sua luta por mudanças: além da reforma do sistema de saúde, promoveu mudanças
nas regras para o sistema financeiro, ordenou o fim da restrição que obrigava
homossexuais a esconder sua orientação sexual nas Forças Armadas, estimulou o
relaxamento de leis para jovens imigrantes ilegais, anunciou a retirada de
tropas do Iraque e ordenou a ação que resultou na morte do líder da rede
terrorista da Al-Qaeda, Osama Bin Laden.
Congresso dividido
Apesar da reeleição, Obama deve continuar
enfrentando problemas para aprovar suas medidas no Congresso, que manteve sua
divisão: Câmara controlada
pelos republicanos, e Senado, pelos democratas.
Isso dificulta o trabalho do presidente – ele
precisa usar sua base nas casas para que elas proponham e aprovem as leis e reformas
de seu interesse.
Na eleição de 2008, os democratas também ganharam
a maioria no Senado e na Câmara de Representantes. Nas eleições legislativas de
2010, entretanto, os republicanos recuperaram a maioria entre os deputados –
atualmente, são 241 republicanos e 194 democratas.G1.
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Marcos Imperial