segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Dilma barateia energia, Fiesp volta apoiá-la e Aécio defende acionistas


Propaganda da Fiesp cobra atitude positiva em prol de energia mais barata no País.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) deu início, após um tempo em silêncio, à campanha publicitária nos meios de comunicação privados para cobrar apoio dos congressistas para que seja aprovada aMedida Provisória nº 579, de autoria da presidenta Dilma Rousseff, que tem por propósito diminuir a conta de luz — o preço das tarifas deenergia e dessa forma incrementar e fortalecer ainda mais a economia interna do País
 
 Porém, nem sempre o caminho está livre, e, consequentemente, os obstáculos tem de ser superados.  A pedra no caminho se chama Aécio Neves (PSDB), senador tucano, ex-governador de Minas Gerais e que representa os interesses dos acionistas privados das companhias deenergia. Aécio é o lobista mais importante que luta contra a redução da conta da luz, compromissado que é com aqueles que tem muitas ações na Cemig e não querem ter seus lucros diminuídos, mesmo se for em detrimento dos interesses da população brasileira e dos capitães da indústria, que há anos pedem tarifas de energia mais baratas. Tucanos,os que venderam o Brasil, realmente trabalham pelo capital — o privado— é claro. Não tem jeito. São viciados.

     A campanha publicitária para baixar o preço da energia iniciou após a presidenta trabalhista Dilma Rousseff chamar às falas a Fiesp e seu presidente, deputado Paulo Skaf (PSB/SP), além de ter questionadotambém o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio deJaneiro (Firjan), Eugênio Gouvêa Vieira. Os empresários reclamavam que o custo da energia elétrica no Brasil estava a prejudicar a competitividade da indústria nacional. Só que os dois capitães da indústria, de forma estranha, calaram-se por vários dias.
Skaf: discurso não é coerente com sua conduta. Silêncio e depois apoio ao decreto de Dilma.
    Dilma, então, assinou a MP 579, que estabelece novas regras para o setor elétrico brasileiro e estima uma redução média de 20,2%. A MPtrata da renovação antecipada da concessão das usinas hidrelétricas que estão prestes a vencer, o que propiciará a redução das tarifas de energia. Entretanto, para sua surpresa, a presidenta passou a enfrentar resistência de parlamentares de oposição e até mesmo de alguns da base do Governo que são ligados às empresas geradoras de eletricidade, a maioria empresas estatais sob a administração de governadores do PSDB, conduta de típicos tucanos neoliberais que não causa nenhuma surpresa.

     Os empresários da indústria, os que mais abriam a boca por causas dos custos da energia e os maiores beneficiados pelo marco regulatório do governo, malandramente ficaram quietos, diferente do que fizeram na época da CPMF, quando foram até a Praça da Sé e montaram um circo para que o Congresso não a prorrogasse, o que causou sérios prejuízosno que  é concernente à arrecadação do SUS. 

     Com a pressão da presidenta trabalhista, eles resolveram se mexer, porque ficariam muito mal na fita perante a categoria empresarial, o povo brasileiro, além de terem sido duramente questionados pelo Governo.Contudo, nada a estranhar, grandes empresários formam uma classe corporativa, de perfil neoliberal, e nem sempre o que apregoam reflete a verdade de suas intenções.

Gouveia reclamava do preço da energia, calou-se e agora apoia o Governo.
     Skaf é deputado pelo PSB, mas, evidentemente, tal homem de negócios não é socialista. Está no PSB por questões de espaço ou porque achou charmoso ser um grande empresário e ser filiado a um partido cuja sigla tem a palavra "socialista". Quando Paulo Skaf foi candidato ao governo de São Paulo em 2010, ele apresentou a seguinte proposta digna de um neoliberal: cobrança de mensalidade nas universidades públicas, além de outras propostas que nem vale à pena citar.

      Não sei até que ponto e os motivos pelos quais os dois principais dirigentes da poderosa indústria brasileira quase recuaram. Os acionistas das companhias transmissoras de energia elétrica são poderosos, muito ricos, estrangeiros e brasileiros, que não tem compromisso com o Brasil por serem rentistas. A mesma coisa acontece com a telefonia e a banda larga. 

       A verdade é que os governos tucanos de FHC — o Neoliberal — jamais deveriam alienar bens públicos e estratégicos para o País, como o fizeram com a Telebras e a Vale do Rio Doce. Deu no que deu: tarifas altíssimas, decumprimento de contratos, liderança de reclamações nos Procons e a negativa de disseminar a telefonia e a banda larga por todos os rincões do Brasil.

Dilma quer fortalecer a economia do País. Aécio defende o bolso de acionistas.
          Por seu turno, os presidentes da Fiesp e da Firjan resolveram aderir as ações do Governo Federal, bem como já deram início à campanha para que os preços de energia caem, tanto no âmbito doméstico quanto no empresarial — industrial. É por intermédio da observação atenta que passamos a conhecer aqueles que são lobos e usam peles de ovelhas. Pelo menos eles reformulam suas ações até então muito questionadas. Antes tarde do que nunca. É isso aí.

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Marcos Imperial

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