Saiu no Vi o
mundo:
MARCOS COIMBRA: NA POLÍTICA, “VAMOS PRECISAR DE ESTÔMAGO FORTE” EM 2013.
2013 VAI SER DIFÍCIL
por Marcos Coimbra, via Julio Cesar Macedo Amorim
Carta Capital n˚ 727
Um espectro ronda a política brasileira. O fantasma
da próxima eleição presidencial.
Este ano já foi marcado por ele.
Ou alguém acredita que é genuína a inspiração ética
por trás da recente onda moralista, que são sinceras as manchetes a saudar “o
julgamento do século”? Que essas coisas são mais que capítulos da luta política
cujo desfecho ocorrerá em outubro de 2014?
A história dos últimos 10 anos foi marcada por três
apostas equivocadas que as elites brasileiras, seus intelectuais e porta-vozes
fizeram. A primeira aconteceu em 2002, quando imaginaram que Lula não venceria
e que, se vencesse, seria incapaz de fazer um bom governo.
Estavam convencidos de que o povo se recusaria a votar
em alguém como ele, tão parecido com as pessoas comuns. Que terminaria a
eleição com os 30% de petistas existentes. E que, por isso, o adversário de
Lula naquela eleição, quem quer que fosse, ganharia.
O cálculo deu errado, mas não porque ele acabou por
contrariar o prognóstico. No fundo, todos sabiam que a rejeição de Fernando
Henrique Cardoso não era impossível que José Serra perdesse.
A verdadeira aposta era outra: Lula seria um
fracasso como presidente. Sua vitória seria um remédio amargo que o Brasil
precisaria tomar. Para nunca mais querer repeti-lo.
Quando veio o “mensalão”, raciocinaram que bastaria
aproveitar o episódio. Estava para se cumprir a profecia de que o PT não
ultrapassaria 2006. Só que Lula venceu outra vez e a segunda aposta também deu
errado. E ele fez um novo governo melhor que o primeiro, aos olhos da quase
totalidade da opinião pública. Em todos os quesitos relevantes, as pessoas o
compararam positivamente aos de seus antecessores, em especial aos oito anos
tucanos.
A terceira aposta foi a de que o PT perderia a
eleição de 2010, pois não tinha um nome para derrotar o PSDB. Que ali
terminaria a exageradamente longa hegemonia petista na política nacional. De
fato não tinha, mas havia Lula e seu tirocínio. Ele percebeu que, Com Dilma
Rousseff, poderia vencer.
O PT ultrapassou as barreiras de 2002, 2006 e 2010.
Estamos em marcha batida para 2014 e as oposições,
especialmente seu núcleo duro empresarial e midiático, se convenceram de que
não podem se dar ao luxo de uma quarta aposta errada. Que o PT não vai perder,
por incompetência ou falta de nomes, a próxima eleição. Terão de derrotá-lo.
Mas elas se tornaram cada vez mais descretes da
eficácia de uma estratégia apenas positiva. Desconfiam que não têm uma
candidatura capaz de entusiasmar o eleitorado e não sabem o que dizer ao País.
Perderam tempo com Serra, Geraldo Alckmin mostrou-se excessivamente regional e
Aécio Neves é quase desconhecido pela parte do eleitorado que conta, pois
decide a eleição.
Como mostram as pesquisas, tampouco conseguiram
persuadir o País de que “as coisas vão mal”. Por mais que o noticiário da
grande mídia e seus “formadores de opinião”insistam em pintar quadros
catastróficos, falando sem parar em crises e problemas, a maioria acha que
estamos bem. Sensação que é o fundamento da ideia de continuidade.
As oposições perceberam que não leva a nada repetir
chavões como “o País até que avançou, mas poderia estar melhor”, “Tudo de
positivo que houve nas administrações petistas foi herança de FHC”, “Lula só
deu certo porque é sortudo” e “Dilma é limitada e má administradora”. A
população não acredita nessa conversa. Faltam nomes e argumentos às oposições.
Estão sem diagnóstico e sem propostas para o Brasil, melhores e mais
convincentes que aquelas do PT.
Nem por isso vão criuzar os braços e aguardar
passivamente uma nova derrota. Se não dá certo por bem, que seja por mal. Se
não vai na boa, que seja no tranco.
Fazer política negativa é legítimo, ainda que
desagradável. Denúncias, boatos, hipocrisias, encenações, tudo isso é arma
usada mundo afora na briga política.
A retórica anticorrupção é o bastião que resta ao
antilulopetismo. Mas precisa ser turbinada e amplificada. Fundamentalmente,
porque a maioria das pessoas considera os políticos oposicionistas tão corruptos
– ou mais – que os petistas.
O que fazer? Aumentar o tom, falar alto, criar a
imagem de que vivemos a época dos piores escandalos de todos os tempos.
Produzir uma denúncia, uma intriga, uma acusação atrás da outra.
Pelo andar da carruagem, é o que veremos na mídia e
no discurso oposicionista ao longo de 2013. Já começou. Vamos precisar de estômago forte.
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Marcos Imperial