Miguel do Rosário em seu O Cafezinho
Uma das características mais interessantes
do golpismo midiático é o endeusamento de bandidos. Desde que estes se prestem
a servir a “causa”, ganham ilimitado espaço nos grandes meios de comunicação.
Quem irá esquecer os oito minutos que o Jornal Nacional, às vésperas de uma
eleição presidencial, deu àquele bandidinho de segunda, que havia acabado de
sair da cadeia, Rubnei Quicoli, onde ele acusava a Casa Civil de lhe ajudar a
obter um empréstimo de R$8 bilhões junto ao BNDES?
Não há santos em política. Não é preciso
muita imaginação para supor a quantidade estonteante de chantagens, pressões
indevidas, tráficos de influência, subornos, caixa 2, ameaças, que acontecem
nos bastidores de Brasília. Se há poder envolvido, tem-se necessariamente um
jogo pesado.
Nem PT nem Lula escapam dessa lógica. Eles
não têm o poder mágico de remover a podridão humana, nem a alheia, nem a
própria.
Dito isto, qualquer acusação contra Lula
merece ser analisada com triplo cuidado, porque faz parte do jogo político,
desde priscas eras, acusar o adversário das piores felonias.
Na terça-feira, dia 11, o Estadão volta com uma acusação que
ele mesmo havia feito há alguns meses, mas acrescentando detalhes que
implicariam a pessoa do Lula.
A matéria informa que Valério diz que o
esquema pagou despesas pessoais de Lula, e que o presidente deu sinal verde aos
empréstimos que o publicitário fez em nome do PT. A acusação, porém, tem as
seguintes falhas:
● Como sempre faltam provas. E, segundo o próprio Valério, não há
provas de que o dinheiro se destinou a pagar despesas pessoais de Lula, visto
que não foi depositado na conta do ex-presidente.
● Lula já era presidente, a maior parte de suas contas poderia ser
paga, regularmente, por seu gabinete. Não tem sentido esperar dinheiro de
Marcos Valério. Se Valério falasse que depositou milhões para Lula em conta no
Exterior, haveria sentido, que era o enriquecimento ilícito. Mas pagar contas?
● Quanto ao aval sobre o empréstimo, aí é que não faz sentido
mesmo. Em primeiro lugar, foi um empréstimo, que o PT inclusive já quitou. O
STF criminalizou um empréstimo legal. Tentou-se, desde o início, pintar o PT
como um partido inadimplente e falido, o que é um contrassenso: o PT havia
acabado de sair vitorioso de uma eleição onde vencera em estados, além da
vitória maior, a presidência. Qualquer banco privado emprestaria ao PT por este
motivo.
● Marcos Valério, obviamente, está desesperado com a possibilidade
de ficar em cana por décadas. Isso é motivo para, no mínimo, se desconfiar de
suas intenções. Além do mais, todo bandido brasileiro da área política já
entendeu que basta dar umas cacetadas no PT e, sobretudo, em Lula, para receber
a solidariedade inconteste e definitiva da grande mídia.
● Quanto às “ameaças de morte” que teria
recebido de Paulo Okamoto, pode-se tratar de uma estratégia astuta para se
pintar como vítima.
Felizmente, o golpe em Lula, o milionésimo,
chegou tarde. O ex-presidente teve tempo de fazer o que tinha de fazer:
melhorar a vida do brasileiro, sobretudo o mais pobre. Para milhões de
brasileiros, liberdade de expressão não é apenas poder falar o que quiser, mas
também obter as proteínas e a dignidade necessárias para fazê-lo de cabeça
erguida. Via Blog Limpinho e Cheiroso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial