quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sobre o CARNATAL: Nem uma palavra a menos!


Então é Carnatal. Tempo de voltar no tempo. De reviver a Idade Média. De urinar nas ruas. De violentar os sentidos uns dos outros, com gritos, fedores, empurrões. 

É tempo de ir à caça das fêmeas como faziam os neandertais. De agarrar-lhes à força, rasgar-lhes a roupa, forçar-lhes o beijo, mostrar-lhes quem manda, que esse negócio de feminismo é conversa fiada, um disfarce pra esconder quem ainda está no poder, quem ainda lhes tem como posse. 

É tempo de descansar as máscaras da moralidade. Deixar na gaveta, por três dias, o poder que nos prende. 

Ficar com um, dois, três na mesma noite, na mesma volta. Trair-se, e aos outros. Viver toda a canalhice e estultice que forçamos esconder durante os 362 dias restantes. 

É tempo, ainda, de materializar as barreiras, erguer os camarotes, cercar a alegria, pôr cordas entre as pessoas e pagar caro pelo prazer estrango de estar acima, de estar à parte. 

Carnatal é a celebração da barbárie, desagregação  da hipocrisia, da aniquilação ( momentânea que seja ) de todas as regras do bem viver. Não há uma gota de arte, uma nota de música. É uma festa para os empresários ficarem mais ricos e os pobres ficarem na mesma. 

Há não muito tempo, alguns jovens ocupavam as ruas de Natal por protesto - contra aumento de passagens no transporte público. A polícia lhes surrou. Hoje, um grupo diferente se prepara para ocupar o mesmo espaço por mais tempo, e sujar, e gritar, impedir. Estes serão protegidos.  É que é Carnatal: tempo de amar o vazio, de cantar o mesquinho e reformar o abadá. Por Léo Ventura via http://nossanatal.blogspot.com.br

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