Segundo Tatto, a oposição, ''capitaneada pelo
PSDB, DEM e PPS, conspira contra a medida e tenta espalhar o pânico como se
fosse se repetir o apagão tucano de 2001, que deixou o país nas trevas por mais
de um ano''. Ele lembra que a a proposta de Dilma significa fazer valer os
contratos, já que investimentos amortizados devem ser
expurgados da composição dos custos das contas de luz. O artigo, , intitulado
'' É preciso mexer, sim, nos lucros altíssimos'', pode ser lido na íntegra,
abaixo:
08/12/2012 - 03h30
Tendências/Debates: É
preciso mexer, sim, nos lucros altíssimos
JILMAR TATTO
A medida provisória 579, que reduz, a partir de 2013, a tarifa de
energia para consumidores e empresas na média de 20,2% é estratégica para
aumentar a competitividade do Brasil.
Tem prevalecido na mídia, porém, versões baseadas na ótica do
lobby do mercado de capitais e de interesses meramente privados, como se fosse
normal o Brasil cobrar a segunda tarifa mais alta do mundo mesmo tendo a
geração mais baixa do planeta.
A oposição, capitaneada pelo PSDB, DEM e PPS, conspira contra a
medida e tenta espalhar o pânico como se fosse se repetir o apagão tucano de
2001, que deixou o país nas trevas por mais de um ano.
Tenta-se passar à população e a investidores que o governo está
rompendo contratos, mas a presidenta Dilma defende é seu estrito cumprimento:
investimentos já amortizados devem ser expurgados da composição das planilhas.
Isso é respeito aos contratos.
Hidrelétricas e linhas de transmissão, em alguns casos, já foram
pagas duas vezes pelos consumidores. Manter a prática atual significa continuar
bancando altos lucros de empresas do setor, algumas passadas a preço de banana
à iniciativa privada no período FHC, que mudou regras e garantiu aumento
espetacular das tarifas. Se fosse uma política correta, o Brasil não teria o apagão
de 2001.
A proposta de Dilma se baseia no novo modelo para o setor,
formulado durante o governo Lula, e que tinha, entre os principais objetivos,
propiciar segurança no abastecimento e a modicidade tarifária. Corrigiram-se os
erros do modelo neoliberal tucano. Foram adotados novos paradigmas. Agora, um
novo passo para a consolidação do modelo.
Alega-se, com ares de vítima, que o valor das ações caiu, mas se
esquece de que estavam valorizadas artificialmente, devido a contratos que
venciam em 2015 e que geravam expectativa de que seriam prorrogados novamente,
pelos mesmos preços, exigindo o pagamento de usinas pela terceira vez.
Eis o "x" da questão: é preciso excluir da tarifa a
amortização de usinas e linhas de transmissão construídas há três décadas ou
mais.
Significa mexer, sim, com um mercado acostumado com lucros
altíssimos, acima da média.
Em 2011, por exemplo, pelo que consta, só a Cemig, pertencente ao
governo de Minas Gerais e a investidores privados, teve um lucro de R$ 2,4
bilhões. O lucro é saudável, é necessário, mas a sociedade não é obrigada a
mantê-los de forma artificial, exorbitantes, uma vez que os custos caem com a
amortização dos investimentos.
A proposta do governo federal é, a partir das renovações
contratuais, pagar as concessionárias e distribuidoras somente pela operação e
manutenção do sistema. O custo principal de uma usina é o investimento inicial
em construção. Isso amortizado, o custo de operação e manutenção é
relativamente baixo.
A legislação atual prevê que os ativos concedidos --a maioria já
amortizada-- voltam para a União para serem licitados ao fim da concessão. O
governo oferece a possibilidade de prorrogar a concessão de linhas e usinas que
deveriam retornar para a União a partir de 2015, se aceitas as condições de
remuneração e indenização propostas. As concessões que não forem prorrogadas
neste ano serão licitadas ao término do atual contrato.
O governo Dilma tem implementado várias medidas para estimular a
economia, reduzir custos das empresas e aumentar a competitividade de nossos
produtos no mercado internacional. A redução da tarifa de energia insere-se
neste cenário e cria bases para um crescimento econômico sustentável no longo
prazo.
JILMAR TATTO, 47, formado em história,
é deputado federal (PT-SP), líder do partido na Câmara e presidente da comissão
especial que analisa a MP 579
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Marcos Imperial