Rosalba Ciarline, do Dem - RN, chega à metade de sua gestão como
governadora do Rio Grande do Norte carregando um desgaste impensável para
quem, nas eleições de 2010, mobilizou a sociedade potiguar vendendo a ideia de
uma boa gestora. Com o slogan “Pra Fazer Acontecer”, se elegeu
logo no primeiro turno criando uma grande expectativa em relação à
sua gestão. Passados dois anos se constata que os feitos e os acontecidos não
são exatamente aqueles apregoados em praça pública.
Em termos de desenvolvimento, o estado do Rio Grande do Norte teve
dois anos perdidos, sem projetos e sem rumo. O governo Rosalba foi
incapaz de apresentar até agora sequer uma ideia -força que mobilize, envolva e
anime setores da sociedade na busca de sua implementação. Em 2011,
investiu não mais do que 12% do previsto e tudo indica que em 2012 não
será diferente. De janeiro a outubro deste ano, o investimento
liquidado foi da ordem de 12,96%, exatos R$164.383.115,96 dos R$1.268.373.358,11
previstos.
As obras de restauração e construção de cerca de 25 rodovias, já
licitadas e contratadas, estão paralisadas ou atrasadas. Entre elas, o
prolongamento da Av. Prudente de Morais, os acessos ao Aeroporto de São
Gonçalo, a Estrada do Melão em Mossoró e a RN- 087 (São Tomé), pra citar apenas
algumas. Em todo o estado, várias obras de saneamento ainda não saíram do
papel.
O turismo, setor fundamental para a economia do estado, nunca se sentiu
tão órfão. Até agora nada de destaque se fez acontecer na área e não se tem
notícias da aplicação dos 41 milhões de dólares disponíveis via Prodetur.
As obras - emergenciais e estruturantes - de
enfrentamento dos efeitos da seca estão, todas elas, de poços tubulares a
adutoras, com cronogramas atrasados a despeito dos recursos disponíveis.
As áreas de saúde, segurança, educação, cultura, assistência social e
agricultura sofrem com a falta de prioridades na destinação dos recursos.
A saúde é o retrato do caos. Os únicos resultados do estado de
calamidade pública decretado há quase seis meses foram as contratações de
serviços sem licitação, reforçando ainda mais o processo de privatização do
setor. A segurança é um dos serviços mais mal avaliados do governo
Rosalba, que sequer conseguiu concluir os concursos para contratação dos
efetivos necessários. A educação termina o ano com falta de professores em
algumas disciplinas, com reformas em apenas 49 das 760 escolas, sem uma
política continuada de formação de professores e sem um projeto pedagógico
definido. A cultura é confundida com evento, o fundo de cultura não saiu
do papel e a criação da secretaria foi um mecanismo para tão somente driblar a
lei do nepotismo.
A área de assistência social foi relegada à administração dos programas
federais. Esvaziada, a secretaria é tão somente uma repartição de replicagem
das ações federais, sem programas específicos depois do fim do Programa de
Desenvolvimento Solidário financiado pelo Banco Mundial. E ninguém sabe ninguém
viu nesta gestão as políticas voltadas para criança e adolescente, juventude,
gênero e igualdade racial. A agricultura e órgãos vinculados à área passam por
um processo de desmonte, paralisando as ações iniciadas nos últimos anos.
Há um longo período a área está acéfala.
Os servidores amargam o não cumprimento dos Planos de Cargos e Salários
até mesmo depois da Justiça determinar que fossem cumpridos.
E não se diga que a atual situação é reflexo apenas das
dificuldades que atingem todos os estados brasileiros. Com a arrecadação acima
do previsto neste 2012, o Rio Grande do Norte paga o preço de ser
vítima de um estilo de governo. Sem prioridades definidas à luz das
políticas públicas, o estado é administrado de forma extremamente centralizada,
de acordo com os humores e interesses do casal que dirige os destinos
deste Rio Grande sem sorte.
Até mesmo os aliados de primeira hora, excluídos que estão do núcleo
decisório, já expõem publicamente a suas insatisfações com os rumos do
governo.
Caso não abra mão do estilo centralizador e provinciano de administrar,
marcado pela falta de planejamento, de pouco adiantará ao #GovRosaDem
a perspectiva de empréstimos de cerca 1,5 bilhões destinados a
investimentos públicos. Entre ter a autorização para os empréstimos e,
principalmente, executar obras e ações que recuperem o tempo perdido existe uma
grande distância. Percorrer esta distância nos próximos dois anos é
o que livrará Rosalba do aprofundamento e consolidação da micarlização de seu
governo. Fernando Mineiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial