Nesta manhã de domingo cinza, o ansioso blogueiro
conversava com amigo navegante sobre o valioso trabalho investigativo da Folha:
a Folha (*) descobriu que o Henrique Alves é o que sempre foi.
Formidável !
Quando precisava dar o Golpe no Lula e botar o tucano Marconi Perillo ( um
estadista !) na Presidência do Senado, o PiG (*) também descobriu que o Sarney
era o que sempre foi.
Foi um inestimável serviço prestado à construção da Moral e dos bons Costumes
tucanos.
Agora, o Globo desce ao sub-mundo da Avenida Brasil e, na pág. 11, como se
fosse uma dupla da Playboy, exibe “os estragos do furacão Mônica”, o “poder que
seduz”: “ex-amante de Renan Calheiros, jornalista conta em livro intimidade com
o senador …”
Calheiros, como se sabe, deve ser eleito presidente do Senado.
Como se sabe, no auge do “renangate”, o então Governador do Paraná, Roberto
Requião, perguntou aos jornalistas do Planalto por que não dedicavam o mesmo
fervor profissional à amante e mãe de um filho atribuído ao Presidente Fernando
Henrique ?
Divagávamos sobre esses temas de elevada importância, quando o amigo navegante
sugeriu re-publicar artigo do Paulo Moreira Leite, agora na revista IstoÉ (como
se sabe, ele saiu da Época, ou seja da Globo):
As denúncias contra o deputado Henrique Alves podem ser as mais importantes
deste século, mas ocorrem numa hora curiosa.
Com 41 anos de Congresso, Henrique Alves parece enquadrar-se na categoria de
parlamentar típico, que habita a fronteira daquela zona cinzenta das finanças
políticas, onde nem sempre é possível separar o legal do ilegal – mas é sempre
possível dizer que é tudo imoral e quase tudo é suspeito.
Nada se provou contra o parlamentar até agora, embora ele já tenha sido
denunciado há mais de uma década. Em 2002, sua ex-mulher denunciou que Henrique
Alves possuía um cartão de crédito milionário, que não poderia ser quitado com
o salário de deputado. Henrique Alves fora escolhido para ser companheiro de
José Serra na campanha presidencial daquele ano, mas perdeu a vaga.
A mais nova denuncia envolve uma possível empresa fantasma de um assessor, e
tem até um bode na sede, no Rio Grande do Norte, chamado Galeguinho. Também se
informa que Henrique Alves recebeu uma verba de campanha de R$ 10 000 do dono
de um posto de gasolina onde gastou R$ 50 000 para abastecer o carro oficial.
Tudo isso deve ser apurado e investigado.
Mas é sempre bom perguntar se não há um bode político nesta discussão. As
denuncias contra Henrique Alves não caíram do céu. Têm a impressão digital de
seus adversários internos no PMDB, que gostariam de ocupar sua vaga.
Convém advertir: são flores que exalam o mesmo perfume. Freqüentam os mesmos
ambientes e os mesmos coquetéis.
Candidato a presidente da Câmara de Deputados, até agora sem adversário real,
Henrique Alves tomou uma posição política importante, a respeito de um fato
decisivo da legislatura que se inicia em fevereiro.
Procurado para dizer o que pensava da ideia da Câmara decretar a perda de
mandato dos quatro parlamentares condenados pelo mensalão, sem passar pelo
ritual definido pelo artigo 55 da Constituição, Henrique Alves disse que em sua
opinião o Congresso não deveria abrir mão de suas prerrogativas.
(Leia em
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/01/04/alves-aos-desavisados-do-stf-quem-cassa-e-a-camara/
– PHA)
Ou seja: os deputados até poderiam perder o mandato, mas a Câmara não deveria
deixar de cumprir aquilo que define a Lei Maior. Isto quer dizer: levar o
debate para plenário e submeter a decisão a voto direto e secreto. A perda do
mandato, diz a Constituição, será definida por maioria absoluta. E quem tem a
palavra final são os parlamentares.
Pode até ser um “vexame,” como diz o professor Oscar Vilhena, da FGV, mas a
Constituição definiu assim.
Não conheço a biografia de Henrique Alves para fazer um balanço de suas
atitudes políticas. Tenho certeza, no entanto, que poucas vezes ele teve a
oportunidade de manifestar-se sobre um assunto tão relevante.
Do ponto de vista da separação de poderes e da preservação das garantias
democráticas, o deputado com o assessor do bode Galeguinho fez a coisa certa.
E por isso eu acho justo perguntar por que só agora, quando ele completa 40
anos de Congresso, é que todos se lembram de investigar o que se sabe e o que
se assopra a seu respeito.
Deve ser tudo coincidência, vamos combinar. O Galeguinho deve estar rindo de
tudo, concorda? Via Conversa Afiada, postado por Marcos Imperial.
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