Segundo o bem informado Blog da Cidadania,
de Eduardo Guimarães, presidente do STF já confidencia a amigos seu plano de
bater de frente com o novo presidente da Câmara, Henrique Alves; descumprimento
de ordem do Supremo para cassar mandato de José Genoino desencadearia reação
jurídica pesada; crise institucional marcada para explodir após o Carnaval.
Via 247 – O temperatura vai subir, ainda
mais, nas relações entre o Supremo e o Congresso. Em Brasília, já circula o
rumor de que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, está disposto a abrir
processo por "desobediência" contra o presidente da Cãmara dos
Deputados, Henrique Alves, caso ele sustente a posição de que é prerrogativa
dos parlamentares, e não dos juízes, cassar mandatos eletivos. A posição de
Alves ficou clara em seu discurso de posse, no qual frisou que todos, na
Câmara, tem o aval popular. Preparando-se para o provável enfrentamento,
Barbosa despejaria sobre ele uma pesada artilharia jurídica, procurando
emparedar Alves pelo receio da perda de seu próprio mandato.
Filho do ex-governador Aluizio Alves,
famoso por sua disposição na luta política, Henrique Alves não tem o
perfil de quem recua ao primeiro sinal de encrenca. Ao contrário, ele mesmo
deixou claro que sua família "foi a mais cassada do Brasil", no que
foi interpretado como indicativo de que ele não vai aceitar que isso ocorra
novamente.
As informações sobre a disposição de Barbosa foram divulgadas pelo bem
informado Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães, colunista de 247.
Abaixo, a íntegra do texto no qual a possibilidade de uma forte crise
institucional após o Carnaval fica bem visível:
Blog da Cidadania _ Ainda não está sendo
bem mensurado fato político que, após o Carnaval, deve convulsionar o país: com
a postura do Congresso de enfrentar a tentativa de setor do Supremo Tribunal
Federal de querer usurpar a competência constitucional da Câmara dos Deputados
para deliberar sobre perda de mandato de membros da Casa, a crise institucional
deve se instalar.
A possibilidade de os Poderes Legislativo
e Judiciário chegarem a um acordo se torna menor devido a um terceiro jogador
que entrará em campo: a imprensa partidarizada do eixo São Paulo – Rio, que
deve pôr lenha na fogueira por não estar se conformando em não ter conseguido
impedir o Legislativo de eleger os presidentes da Câmara e do Senado que quis.
Com efeito, esse setor da imprensa
nacional sofreu uma derrota homérica. As votações acachapantes com que se
sagraram Renan Calheiros e Henrique Alves constituíram-se em uma verdadeira
bofetada em barões da mídia que acham normal que a imprensa determine quem deve
ou não comandar um dos três Poderes da República.
A ousadia midiática, porém, não é
gratuita, pois esses impérios de comunicação já mostraram que têm verdadeiros
despachantes instalados em postos-chave do Ministério Público e do Judiciário,
tais como o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e, além do
presidente do STF, vários membros daquela Corte que ainda são maioria – e digo
"ainda" porque essa situação pode mudar...
Os presidentes das duas Casas do
Congresso, pelo lado deles, tampouco devem ceder – e, para tanto, como
demonstraram as votações acachapantes com que se elegeram, contam com o apoio
de expressiva maioria do Poder Legislativo.
Um passarinho, no entanto, cantou-me ao
telefone que o novo presidente do STF – que, por seu comportamento radical
durante o julgamento da Ação Penal 470, vulgo "julgamento do
mensalão", deixou ver que está disposto a qualquer coisa para se manter em
evidência e sob as graças midiáticas – pode desencadear uma crise muito maior
do que se imagina.
O ministro Joaquim Barbosa anda
"confidenciando" – de forma bem pouco discreta – que, para afirmar o
poder discricionário de que se crê detentor, pode impor
"conseqüências" à "desobediência" do Legislativo
particularizando a questão na pessoa do deputado Henrique Alves, novo
presidente da Câmara.
Para ser mais objetivo: Barbosa pode
indiciar Alves por desobedecer a determinação do STF.
Enquanto isso, caberá ao braço midiático
do conclave institucional de oposição ao governo Dilma Rousseff, ao partido do
governo e aos partidos aliados fustigar, além do próprio Alves e de Renan
Calheiros, a mesa diretora da Câmara – serão feitas seguidas denúncias, como em
recente matéria do Jornal gaúcho Zero Hora que acusa membros da nova
Mesa Diretora da Câmara de estarem sofrendo investigações.
Se esse script for encenado, pelo lado do
Congresso poderão ser postas em votação medidas de retaliação ao STF, como
pedido de impeachment de ministros daquela Corte, o que é competência do
Senado. Resta saber até onde haveria união parlamentar no sentido de defender a
independência do Legislativo em relação a outros poderes.
Se for realmente procedente a informação
que o Blog recebeu, os brasileiros só terão a lamentar que a mais alta Corte de
Justiça do país esteja infestada por despachantes de grupos políticos e
econômicos e, o que é pior, sendo presidida por um homem que parece cada vez
mais incansável em sua busca por uma "popularidade" de viés
nitidamente político. Postado por Marcos Imperial.
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