O sofá novo foi comprado com o dinheiro da venda das hortaliças e
não teve consulta ao marido. “Juntei [o dinheiro] das verduras que colhi na
roça... Fico orgulhosa de ter o dinheirinho”, comemora Edite Lopes do Carmo, 56
anos, agricultora familiar na Comunidade Indaiá II, área rural a 50 km de
Luziânia (GO). O móvel, além de beneficiar toda a família, representa a
conquista da autonomia da mulher no campo.
A agricultora familiar, que estudou até a
2ª série do ensino fundamental, faz parte da Associação de Mulheres Exercendo a
Cidadania (Amec) que vende a produção excedente de alimentos frescos ao
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA).
A Amec é uma
das organizações beneficiadas pela resolução do Grupo Gestor do PAA, de 2011,
que destina 5%, no mínimo, do orçamento anual do programa às organizações
compostas por pelo menos 30 ou 40% de mulheres conforme a modalidade de compra.
Todos os associados são mulheres, 110 no total, que plantam alimentos e
produzem artesanato, queijos, doces e biscoitos.
“As mulheres conseguiram a sua
independência, melhoraram a autoestima e algumas trouxeram os maridos [de
volta] para a produção da agricultura familiar”, diz Evanilde da Costa Meireles
Paula, presidente da Amec. Ela explica que a maioria dos homens deixa suas
terras para trabalhar em outros serviços.
Mas, as conquistas femininas não são
apenas vitórias apenas no campo. Do outro lado, na cidade de Planaltina (GO), a
dona de casa Eliete Teixeira da Cruz, 28 anos, divorciada, mãe de dois meninos,
conta com o apoio da família e com a proteção social garantida por lei pela
União, estados e municípios.
Um dos filhos estuda numa escola
pública à tarde e o outro passa a manhã numa creche conveniada com a
prefeitura, uma das ações do Brasil Carinhoso. Enquanto procura emprego, ela
corre atrás do crédito do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), do
Ministério da Educação, para cursar pedagogia à noite.
As dificuldades não diminuem seus
sonhos nem a vontade de crescer. Há três meses sem trabalho, retornou ao Centro
de Referência de Assistência Social (Cras), em fevereiro, e conseguiu o
benefício do Bolsa Família de volta. Ela é uma das beneficiadas pelo
desligamento voluntário e retorno imediato ao programa desde que o Plano Brasil
Sem Miséria foi implantado. “Eu estava trabalhando e pedi para dar baixa”,
explica.
O dinheiro do benefício volta a ser
recebido neste mês de março e já tem destino certo: para as despesas da casa e
para a conta de energia elétrica. A preferência da titularidade do Bolsa
Família é das mulheres. Hoje, quase 93% dos cartões de pagamento estão no nome
delas. “Se põe na mão da mulher é melhor porque ela pensa mais na família, tem
mais responsabilidade com os filhos e com a alimentação”, conclui Eliete.
Ações para as mulheres – O Plano
Brasil Sem Miséria tem diversas ações em seus eixos de atuação que beneficiam
diretamente as mulheres. “A gente sabe que as mulheres sofrem discriminação,
que têm dupla jornada e que é muito mais intenso o sofrimento das mulheres que
vivem em extrema pobreza. Pensando nisso, o Brasil Sem Miséria tem uma série de
iniciativas dentro dos programas que o compõem para lidar com a questão
feminina”, destaca a diretora de Relações Institucionais do MDS, Patrícia
Vieira da Costa.
Com o último anúncio da presidenta
Dilma Rousseff, em fevereiro, todos os integrantes das famílias do Bolsa
Família superarão a renda mínima de R$ 70 por mês. O benefício foi ampliado
para que, independente da composição familiar, todos alcancem a renda mínima
para sair da condição de miséria. Nos últimos dois anos, o Brasil Sem Miséria
tirou 22 milhões de pessoas da situação de extrema pobreza.
Por meio da ação Brasil Carinhoso,
que envolve iniciativas voltadas à primeira infância, 381,5 mil crianças do
Bolsa Família foram beneficiadas em 22,8 mil creches que já recebem mais
recursos do MDS para a manutenção delas. Na área da Saúde, mais de 1,4 milhão
de crianças receberam suplementação de sulfato ferroso e quase 3 milhões
receberam megadoses de Vitamina A.
Nos cursos do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), 66% dos alunos são mulheres,
inclusive, sendo capacitadas em cursos considerados do universo masculino, como
os da construção civil. Mais de 70% dos empreendedores do microcrédito
produtivo orientado são mulheres. E o programa Mulheres Mil, do MEC, já
capacitou e elevou a escolaridade a 21 mil pessoas até o final do ano passado.
No campo, o MDA incentiva que 30%
das atividades de assistência técnica sejam executada por mulheres e ainda que
30% dos beneficiários sejam as agricultoras. As mulheres são as responsáveis
por receber o fomento a fundo perdido de R$ 2,4 mil, do Plano Brasil Sem
Miséria, para a compra de insumos, equipamentos e pagamento da mão de obra. E
elas também são as responsáveis por receber o Bolsa Verde, que repassa, por
meio do cartão do Bolsa Família, R$ 300 trimestrais para atividades de
conservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Postado por Marcos
Imperial via Ascom/MDS
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