Hugo Chávez, o líder que mudou a história da Venezuela.
Hugo Chávez subiu ao poder em 1998 para
liderar o movimento bolivariano pela América latina.Presidente venezuelano lutava contra um câncer na região pélvica desde
meados de 2011.
O presidente venezuelano Hugo Chávez, de
58 anos, que lutava contra uma severa infecção respiratória após ter passado
por uma delicada quarta cirurgia contra um câncer, não resistiu e morreu nesta
terça-feira (5) em Caracas. A morte do polêmico e midiático
líder lança uma nuvem de incertezas na política do país, já que Chávez não
chegou a ser empossado para seu quarto mandato presidencial, que começou em
janeiro deste ano. O país deverá convocar novas eleições em um mês.
Chávez esteve à frente do governo
venezuelano por quase 14 anos, período em que reduziu as desigualdades sociais
no país, com uma forte política assistencialista, baseada nas maiores reservas
de petróleo do mundo. Por outro lado, deixa um país com
violência e inflação em alta, além de uma sociedade radicalmente dividida entre
militantes apaixonados e opositores enfurecidos.
Hugo Rafael Chávez Frías nasceu em 28 de
julho de 1954, no Estado interiorano de Barinas. O jovem ativista entrou
para a carreira militar em 1971 e, em 1975, formou-se na Academia Militar da
Venezuela como subtenente, especialista em comunicações, além de ter estudado
ciências políticas na Universidade Simón Bolívar. Em 1982, ele criou o Exército Bolivariano
200, que, em 1989, passou a se chamar MBR-200. Em 1990, chegou à patente de
tenente-coronel.
O MBR-200 esteve à frente da tentativa de
golpe de Estado realizada em 4 de fevereiro de 1992, na chamada
Operação Zamora. O golpe não foi bem-sucedido e Chávez foi preso. Mais de uma vez Chávez declarou em público
que o período na cadeia foi fundamental para a formação do chamado movimento
bolivariano.
Em 1994, o presidente da Venezuela à
época, Rafael Caldera, concedeu perdão a Chávez, mas proibiu este e outros
participantes do MBR-200 de voltarem ao Exército. Era uma tentativa de
impedir que o grupo organizasse outro golpe.
Presidência
Chávez se engajou na vida política e saiu
pela América Latina para angariar apoio político. Em 1997 fundou o partido
Movimento 5ª República, a fim de disputar a eleição presidencial em 1998.
Ele assumiu o poder em 2 de fevereiro de
1999 para seu primeiro mandato, encerrando o chamado Pacto de Punto Fijo, em
que dois partidos venezuelanos dominaram a cena local por cerca de 40 anos.
Logo ao assumir, Chávez levou ao Congresso
a proposta de um referendo para uma reforma constitucional. Entre as principais
alterações estavam o aumento do mandato de presidente de cinco para seis
anos; a limitação a dois mandatos; e a mudança do sistema legislativo, de duas
casas (Senado e Câmara dos Deputados) para uma única (a Assembleia Nacional). A
nova carta magna destaca ainda mais poderes ao Estado, além de direitos a povos
indígenas.
A elite do país — com destaque para
empresários e acadêmicos — sentiu que o novo governo, a partir da nova
Constituição, tirava dela o poder que exercia. Chávez foi acusado de tentar
concentrar o poder. Apesar disso, Chávez é eleito novamente em 2000 para seu
primeiro mandato, segundo o novo texto constitucional, com mandato de seis anos
e apenas uma reeleição.
Reeleição
Nesse governo, as forças de oposição
ganharam expressão, com o empresário Pedro Carmona à frente. O governo começa a enfrentar uma série de
greves, em especial do setor petrolífero, nas mãos de empresas privadas. Em 2002, o governo de Chávez sofre um
golpe: entre 11 e 13 de abril, o líder foi tirado do poder e levado para uma
ilha militar.
Enquanto Carmona assume a Presidência, uma
revolta de militares conduz Chávez novamente ao poder no dia 14, restabelecendo
a ordem democrática no país.
O golpe de 2002 foi um marco na história
política da Venezuela, com enfrentamentos e mortes nas ruas, acirrando de vez
os conflitos entre chavistas e opositores.
Chávez então passa a enfrentar greves pelo
país, em um processo que culminou com um referendo em agosto de 2004 para
definir a permanência, ou não, do presidente.
A vitória no referendo confere ainda mais
poder ao presidente, que fica ainda mais popular e, em 2006, fatura a reeleição
para mais um mandato de seis anos.
Chávez toma posse em janeiro de 2007,
contando com uma Assembleia sem oposição, já que, um ano antes, os opositores
haviam abandonado as eleições legislativas acusando o processo de fraudulento —
o que não ficou provado.
Com um congresso sem resistência, Chávez
consegue aprovar grande parte de seus projetos, além de controversas leis, como
a Habilitante, que outorgava ao presidente o poder de governar por decreto.
Sua tentativa de mudar a Constituição da
Venezuela no final de 2007 e permitir a reeleição indefinida não é aprovada em
referendo popular. Mas o assunto voltou à pauta em 2008, sendo aprovado em
novo referendo.
Política
externa
Nos últimos anos, Chávez expulsou da
Venezuela o embaixador de Israel, rompeu relações com os Estados Unidos, se
alinhou ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e se aproximou da
Coreia de Norte e da China. O presidente americano George W. Bush (2001-2008)
incluiu o venezuelano no chamado "Eixo do Mal" — nome dado ao grupo
de países que traziam risco à política externa norte-namericana.
Na América Latina, Chávez se tornou uma
voz forte. Rafael Correa, no Equador, Evo Morales, na Bolívia, Cristina
Kirchner, na Argentina, Daniel Ortega, na Nicarágua, além do ex-presidente
paraguaio Fernando Lugo e dos irmãos Castro em Cuba, se alinharam a suas
posições ideológicas.
Durante o seu governo, a
Venezuela passou por uma crise diplomática com a Colômbia por causa das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e os dois países quase
entraram em guerra. Os militantes colombianos estariam se abrigando na
Venezuela sob a tutela do governo, ato condenado pelos colombianos.
Hugo Chávez e o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tiveram boas relações durante seus mandatos. Alguns meses depois
de Dilma Rousseff tomar posse, Chávez veio ao Brasil e disse que queria ter com
a presidente a mesma amizade que teve com Lula.
Doença
Depois de uma viagem ao Brasil em junho de
2011, Chávez foi ao Equador e a Cuba para uma visita oficial. No entanto, no
dia 11 de junho daquele ano, o então ministro das Relações Exteriores e hoje
vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o líder venezuelano
havia sido operado na véspera com urgência por causa de um abscesso pélvico, um
acúmulo de secreção na parte inferior do abdômen.
Maduro leu um comunicado que foi
transmitido pela emissora estatal VTV, no qual explicou que o presidente estava
se recuperando. A intervenção cirúrgica foi realizada em
Havana e obteve "resultados satisfatórios para a saúde do comandante",
que já se encontrava em processo de recuperação "em companhia de seus
familiares, equipe médica e parte da equipe de governo".
O governo venezuelano confirmou que a
doença era um cãncer, mas nunca detalhou a exata localização e gravidade do
tumor. Com isso, vários boatos surgiram desde que
o líder começou o tratamento contra a doença. Desde então, Chávez viajou diversas vezes
a Cuba para realizar o tratamento. Em dezembro de 2011, o líder declarou que
estava livre do câncer.
No entanto, em fevereiro de 2012, Chávez
retorna a Cuba para duas novas cirurgias para retirada de lesões na mesma
região do tumor. No meio do ano passado e em meio ao
processo eleitoral, o presidente venezuelano mais uma vez anuncia estar livre
do câncer. Mostrando o vigor habitual, Chávez sobe ao
palanques para enfrentar o mais duro opositor até então, Henrique Capriles
Radonski, governador do Estado de Miranda, o mais populoso do país.
Chávez vence as eleições em 7 de outubro
para seu terceiro mandato de seis.
Mas, em 10 de dezembro, Chávez anuncia que
terá de retornar a Cuba para uma quarta cirurgia na região pélvica. A gravidade
é tamanha que o presidente indica o vice Nicolás Maduro como o sucessor de seu
movimento bolivariano.
Após a complicada cirurgia, Chávez passou
mais de dois meses se recuperando em Havana, e, em 18 de fevereiro, foi
transferido para a Venezuela. O presidente não resistiu a uma nova e severa
infecção e morreu em um hospital em Caracas. Via R7, postado por Marcos Imperial.
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Marcos Imperial