A audiência pública sobre o “Papel do Estado na Saúde do Trabalhador” ocorreu nesta sexta-feira, 26, na Assembleia Legislativa e foi promovida pelo projeto Vidas Paralelas, com o apoio do Mandato do deputado Fernando Mineiro. A atividade foi uma referência ao Dia em Memória das Vítimas em Acidentes e Doenças do Trabalho (28/04).
Parte da mesa, o representante da Superintendência Regional do Trabalho,
Moises Martins, falou sobre os três paradigmas que põem em risco à saúde do
trabalhador. O primeiro deles é a ideia que o ambiente de trabalho não pode ser
modificado. A segunda trata-se do pensamento de que o acidente de trabalho se
dá majoritariamente por falha humana. “Não é verdade. A participação do erro
humano é mínima. A organização como um todo é que erra”, declara. O terceiro
paradigma, segundo Martins, é o de que a responsabilidade pela saúde do
trabalhador é do trabalhador e não da organização empregadora. “Temos uma
mentira instituída no Brasil em relação a isso. Por exemplo, dizer que
ginástica laboral funciona. Não funciona porque o problema é o excesso de
trabalho. Se fala da postura viciosa do trabalhador, mas quem dá a postura é o
ambiente de trabalho”, enfatiza.
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no RN, Rosivaldo
Cunha, afirma que é preciso ver a saúde do trabalhador como uma
responsabilidade também do SUS. Já Felipe Dantas, procurador federal da
Advocacia Geral da União, lembra que há dois lados nos acidentes e doenças do
trabalho. Os pequenos produtores, que não tem condições financeiras de oferecer
um ambiente adequado aos seus empregados e os grandes empresários, que não
deseja oferecer essas condições. “O Governo é responsável por auxiliar os
pequenos produtores e fiscalizar os grandes empresários”, lembra.
O Programa Trabalho Seguro no RN foi comentado pela gestores do projeto
e juíza do Trabalho, Simone Jalil. Segunda ela, são realizadas palestras em
obras e também dirigidas a engenheiros e técnicos, além de visitas a escolas
num total de 2.600 pessoas atingidas até agora. A intenção é mostrar a
importância de prevenir para empregados e empregadores. Simone ainda lembrou
que as doenças de trabalho geram muito mais mortes do que os acidentes.
Um dos assuntos citados por várias vezes na audiência foi a precariedade
do prédio da SESAP, sendo de comum acordo que os trabalhadores devem ser
retirados do local até que os reparos sejam feitos. “Desejamos que a SESAP
tenha uma atitude rápida e decisiva em relação ao prédio”, afirma Mineiro.
Segundo o representante do Secretário de Saúde do Estado, Carlos Pinto, a
gestão reconhece a situação e o primeiro e segundo andar do prédio já estão em
reforma.
Além dos citados, fizeram parte da mesa a representante do Secretária
Municipal de Saúde, Sidineide Ferreira de Souza; o representante da Reitoria da
UFRN, Jorge Tarcisio da Rocha Falcão e a coordenadora do Projeto Vidas
Paralelas, Geolipia Jacinto.
As reivindicações feitas na audiência pelos movimentos participantes
foram a instituição de fato da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora, de acordo com a Portaria nº1.823/2012; a instituição do Decreto
nº 7.602de 7 de novembro de 2011, que dispõe sobre a Política Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho; a implementação da vigilância em Saúde do
Trabalhador conforme Portaria MS nº3.120, de 1º de julho de 1998; que a Sesap
atualize o Código de Saúde do Trabalhador para o fortalecimento da Vigilância
em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a integração com os demais componentes da
Vigilância em Saúde; que a verba repassada pelo Fundo Nacional de Saúde
destinada ao CEREST seja utilizada exclusivamente para as ações da Saúde do
Trabalhador previstas na Portaria 1.823/2011; o aumento do número de fiscais e
do repasse de verbas destinadas ao Ministério do Trabalho e Emprego –TEM; a
inserção da Política de Saúde do Trabalhador na Constituição Estadual. Fonte:
Assessoria do Mandato do deputado Fernando Mineiro. Postado por marcos Imperial.
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