É ou não ou cúmulo da cara de pau? O
economista Maílson da Nóbrega, que comandou o Ministério da Fazenda no fim do
governo Sarney e entregou ao País uma hiperinflação, tem a pachorra de condenar
a atual política monetária e criticar a meta de inflação brasileira de 4,5% ao
ano, segundo ele, "já em si muito alta"; lobista do sistema
financeiro, Maílson pede a combinação de recessão, desemprego e juros altos; o
incrível é que este personagem tenha espaço para comentar a economia com ares
de guru.
Via 247 - O Brasil é um país surpreendente. Só
aqui um economista que foi ministro da Fazenda e entregou ao País uma
hiperinflação, com os preços subindo 80% ao mês (!!!), consegue se tornar
consultor de sucesso e conquistar espaço na mídia para falar sobre todos os assuntos,
com ares de guru. Este personagem se chama Maílson da Nóbrega, que conduziu a
economia brasileira no fim do governo Sarney. Dono da consultoria Tendências e
colunista de Veja, ele vinha pontificando sobre tudo, mas, talvez por pudor,
evitava comentar o tema inflação.
Nesta semana, no entanto, o assunto deixou
de ser tabu para Maílson e ele escreveu, em Veja, o artigo "A inflação de
Dilma", em que defende, com todas as letras, que o Brasil produza recessão
para combater uma inflação que deve fechar o ano em 5,7% ao ano, segundo
estimativas de analistas de mercado – e não em 80% ao mês. Eis o que diz
Maílson:
"Dilma parece prisioneira dessas
visões. Dá a entender que acredita ser possível vencer a inflação sem reduzir a
demanda. Além disso, em seu governo, o instrumento eficaz, a taxa de juros, se
transformou em bandeira política. Até a oposição a elogia pela decisão de impor
ao BC a queda da Selic. Por isso, ela resiste à ideia de aumentar a taxa de
juros e à sua natural consequência: a queda temporária do ritmo de crescimento
(...) Como em qualquer doença, adiar o tratamento pode exigir doses maiores do
remédio, que tendem a prostrar mais o doente do que quantidades menores em
momentos apropriados. Na verdade o que mata o doente é a ausência de tratamento
ou prescrições equivocadas. Tudo indica que a inflação do atual governo ficará
acima da meta de 4,5%, já em si muito alta. Sem o emprego da receita certa, ela
pode fugir do controle. Será que a presidente Dilma vai autorizar o BC a agir?"
Maílson "80% ao mês" da Nóbrega
apenas vocaliza o desejo de seus clientes por doses mais cavalares de juros. O
inacreditável é que tenha tanta cara de pau e espaço para vender suas receitas,
que, no momento em que pôde aplicá-las, não funcionaram. Postado por
Marcos Imperial.
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Marcos Imperial