Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, comandado por Marcus Vinícius Furtado Coelho,
repreende o presidente do Supremo Tribunal Federal; ontem Joaquim Barbosa
tentou passar um pito coletivo e filmado em representantes do Judiciário,
acusando-os de tramar, de forma "sorrateira", a criação de novos
tribunais; disse ainda que a medida serviria apenas para dar empregos para
juízes e advogados e que os fóruns seriam criados perto de resorts; advogados
reagiram e exigiram respeito (a propósito, quem gosta de resorts é o próprio
Barbosa, que passou férias em Trancoso e em Miami, onde buscou um imóvel de
veraneio).
Via 247 - Comandada por Marcus Vinícius Furtado Coelho, a Ordem dos
Advogados do Brasil já começa a adotar uma postura mais combativa, em defesa
das prerrogativas da classe, bem diferente da que prevalecia na gestão de Ophir
Cavalcanti. Ontem, diante de mais uma agressão do presidente do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, aos advogados, a OAB decidiu reagir com uma
dura nota.
Barbosa afirmou que a criação de novos
tribunais federais, uma proposta que tramita no Congresso desde 2002 e que teve
o voto transparente de 371 deputados federais, foi aprovada de forma
"sorrateira". Disse ainda que os novos tribunais servirão apenas para
dar emprego a juízes e advogados – e que serão construídos ao lado de resorts.
Detalhe: quem gosta de resorts é justamente Barbosa, que passou férias em
Trancoso e, recentemente, buscava um imóvel de veraneio em Miami para comprar.
Leia, abaixo, reportagem do Conjur sobre a
resposta da OAB a Joaquim Barbosa:
OAB
repudia declarações de Joaquim Barbosa sobre TRFs
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil aprovou, em sessão plenária na noite desta segunda-feira(8/4), feita
para eleger os nomes que devem representar a entidade no Conselho Nacional de
Justiça e no Conselho Nacional do Ministério Público, uma nota pública
“refutando e repudiando” as declarações feitas pelo presidente do Supremo Tribunal
Federal, ministro Joaquim Barbosa, durante encontro com representantes de três
associações de magistrados (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho, Associação dos Magistrados Brasileiros e Associação dos Juízes
Federais do Brasil).
Nesta segunda-feira, o presidente do STF
criticou a criação de novos tribunais regionais federais, aprovada na semana
anterior pelo Congresso Federal. “Pelo que eu vejo, vocês participaram de forma
sorrateira na aprovação”, disse o presidente do STF, quando, então, acabou
discutindo com o vice-presidente da Ajufe, Ivanir Ireno.
Barbosa criticou abertamente o que
classificou como intromissão de entidades de classe de juízes na aprovação do
texto da Proposta de Emenda Constitucional 544, que criou quatro novos
Tribunais Regionais Federais. O presidente do STF chegou a dizer que os TRFs
“vão servir para dar emprego para advogados (...) e vão ser criados em resorts,
em alguma praia”.
“Não faz sentido nem corresponde à
relevância do tema supor que a criação de novos Tribunais Regionais Federais
objetive de criar empregos, muito menos para os advogados. Em momento algum
cuidou-se de favorecimento à classe dos advogados ou de interesses que não
fossem os do aprimoramento da Justiça Federal no Brasil”, diz a nota pública
divulgada pela OAB.
Leia a
nota do Conselho Federal da OAB:
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil, durante sessão ordinária realizada nesta data (8/4), tomou
conhecimento de declarações do Sr. ministro Joaquim Barbosa, presidente do
Supremo Tribunal Federal, acerca da Proposta de Emenda Constitucional 544, do
ano de 2002, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional, que institui quatro
novos Tribunais Regionais Federais.
Tais declarações proferidas em reunião com
os presidentes de três associações de magistrados (AMB, Ajufe e Anamatra)
reiteram críticas exacerbadas do senhor ministro à criação dos referidos
Tribunais.
Causam espécie, notadamente, os seguintes
trechos de tal pronunciamento: “Os Tribunais vão servir para dar emprego para
advogados ...”; “e vão ser criados em resorts, em alguma grande
praia...”; “foi uma negociação na surdina, sorrateira”.
O Conselho Federal da OAB entende do seu
dever refutar e repudiar tais declarações, por inexatas, impertinentes e
ofensivas à valorosa classe dos advogados. A bem da verdade, a Emenda
Constitucional em questão tramita no Congresso Nacional desde o ano de 2002,
tendo observado o processo legislativo próprio, revestido da mais ampla
publicidade. Além disso, resultou de antiga e legítima aspiração dos
jurisdicionados em nosso país e contou com o apoio da Ordem dos Advogados do
Brasil.
Ao aprovar a PEC 544/2002, após a
realização de audiências públicas e intenso debate parlamentar, o Congresso
Nacional exerceu, com ponderáveis e justas razões, o poder constituinte
derivado, que lhe é exclusivo e indelegável.
Não faz sentido nem corresponde à
relevância do tema supor que a criação de novos Tribunais Regionais Federais
objetive de criar empregos, muito menos para os advogados. Em momento algum
cuidou-se de favorecimento à classe dos advogados ou de interesses que não
fossem os do aprimoramento da Justiça Federal no Brasil.
O assunto merece ser tratado em outros
termos, respeitando-se a independência dos poderes e a dignidade dos órgãos e
associações que pugnam pela melhor realização da Justiça no país.
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Marcos Imperial