O deputado estadual Nélter Lula de Queiroz, da ala do PMDB ligada ao
presidente da Câmara, Henrique Alves, recebeu do seu líder um “carão”, esta
semana, por ter apresentado um requerimento solicitando um título de Cidadão
Norte-Rio-Grandense para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente
nacional do PSB e pré-candidato a presidente da República, e para o ministro da
Integração Nacional, afilhado político de Campos, Fernando Bezerra Coelho
(PSB). Além disso, Henrique também censurou Nélter, pelas críticas que o
parlamentar estadual fez no plenário da Assembleia Legislativa à política de
desoneração do governo federal, que atinge a receita dos municípios.
Ao Jornal de
Hoje, Nélter rebateu as críticas de Henrique, reprovando o que considera uma
incoerência do líder do PMDB potiguar e atual presidente da Câmara dos
Deputados, que, ao lutar pelo governo Dilma Rousseff, defende no Rio Grande do
Norte a aliança do seu partido, o PMDB, com o DEM da governadora Rosalba
Ciarlini e do senador José Agripino Maia, presidente nacional dos Democratas,
partido que faz oposição programática ao governo do PT do ex-presidente Lula e
da atual presidente da República Dilma Rousseff.
“O que tenho a dizer ao
deputado Henrique é que ele me reclamou que eu estava fazendo críticas a Dilma
Rousseff. Aí, pergunto: como é que Henrique luta por Dilma Rousseff e,
incoerentemente, ele defende uma aliança de um partido contra Dilma Rousseff?
Como todo respeito a Henrique, acho isso complicado”, afirmou Nélter.
Segundo o peemedebista,
Henrique reclamou quando ele, democraticamente, estimulou a candidatura de
Eduardo Campos, como nordestino, e fez críticas ao governo Dilma Rousseff, que
está maltratando as Prefeituras na questão do Imposto Sobre Produtos
Industrializados (IPI), diminuindo a receita dos municípios, zerando o Fundo de
Participação (FPM), impactando negativamente em mais de 50% dos
municípios do Rio Grande do Norte.
“Fiz uma crítica
construtiva. Disse que ela (Dilma Rousseff) devia rever essa questão do IPI,
até dispensar, mas o que não podia era o município ser prejudicado com o FPM
zerado. Eu disse que o governo federal devia dar uma recompensa aos municípios
na questão do FPM. O governo federal dá desconto, mas não recompensa”, ajuntou
o peemedebista.
Sobre ter estimulado a
candidatura de Eduardo Campos, Nélter Lula de Queiroz assegura que o fez de
modo pessoal, jamais em nome do partido. “Estimulei a candidatura de Eduardo
Campo, não em nome do partido, mas no meu nome pessoal. O governador de
Pernambuco tem mais de 90% de aprovação popular. É importante estimular, até
para Dilma ter maior respeito com os municípios”.
Ainda segundo Nélter, “o
deputado Henrique me reclamou porque estimulei a candidatura. Acho que o
deputado está esquecendo que está querendo uma aliança com um partido que não
comunga com a aliança nacional do PMDB e o PT. Acho que é incoerência”.
Aliança com DEM
Rival do DEM no plano
nacional, no Rio Grande do Norte o PMDB é aliado do governo Rosalba Ciarlini,
que tem entre seus formuladores o senador José Agripino Maia, presidente
nacional do Democrata e arquirrival do presidente Lula e da presidenta Dilma
Rousseff. Para justificar a aliança local, Henrique afirma que, como presidente
da Câmara dos Deputados, é preferível ser aliado, “para ajudar o
desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, do que ser adversário. Como aliado,
ratifica Henrique, há como apressar convênios, repasses federais, projetos e
obras, de modo a beneficiar o Estado. Como adversário, o diálogo fica restrito
e isso poderia dificultar a consecução de benfeitorias para o Estado.
Porém, haveria também
justificativa política local para a aliança do PMDB com o DEM no Rio Grande do
Norte. Esta se pautaria na possibilidade de Henrique vir a ser candidato a
governador em 2014. Diante da impossibilidade de o DEM montar palanque para
Dilma Rousseff no Rio Grande do Norte, o PMDB em algum momento terá de romper
com o DEM. Até lá, entretanto, Henrique tentará se viabilizar como candidato a
governador. Se conseguir, será candidato com o apoio do PMDB e do PT,
provavelmente numa chapa com o PT, tendo a deputada federal Fátima Bezerra como
candidata ao Senado, numa aliança ainda com o PR que poderá ter o deputado federal
João Maia, presidente estadual do PR, como candidato a vice-governador.
Do contrário, caso não
se viabilize candidato a governador, o rompimento com o DEM poderá significar o
apoio do PMDB à candidatura do vice-governador Robinson Faria, presidente
estadual do PSD, partido que está cada vez mais comprometido com a candidatura
à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Neste caso, a chapa seria Robinson
candidato a governador, a deputada Fátima candidata ao Senado, com o PMDB
indicando o candidato a vice-governador, neste caso, provavelmente, o atual
líder do partido na Assembleia Legislativa, deputado estadual Walter Alves,
filho do ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB).
Gustavo: “O eleitor ficará confuso se PMDB não se
decidir em 2013”
O deputado estadual
Gustavo Fernandes (PMDB), primeiro secretário da Assembleia Legislativa, disse
que o eleitor do Rio Grande do Norte ficará “confuso” em relação ao PMDB, caso
o partido deixe apenas para 2014 a decisão em relação à candidatura do partido
a governador do Estado. Segundo ele, a decisão tem que ser antes de 2014.
“A definição tem que ser
antes de 2014, talvez, no máximo, no final desse ano já se tenha essa
definição, porque, se ficar muito em cima do pleito, vai deixar o eleitor e a
população confusos. E acho que 2013 é ano em que vem muito dinheiro para o
Estado, está prometendo muita obra. Se isso se transformar, para o governo do
Estado, em melhorias e aceitação popular, será um fato. Se não, então, em 2014,
o PMDB tem que estudar qual estratégia melhor para fortalecer o partido e o
grupo”, avaliou Fernandes.
Fernandes salienta que
“existe muita insatisfação com o governo estadual. O governo vem prometendo
melhoras, mas em alguns setores isso não vem acontecendo”. Por isso, o
peemedebista considera “normal” a defesa feita pelo líder do PMDB na Assembleia
Legislativa, deputado estadual Walter Alves, para que o PMDB tenha candidato a
governador e que este nome seja o do atual presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves. Para Gustavo Fernandes, “pela posição de Henrique, pela
força, pela experiência política de 40 anos de vida pública, toda essa
experiência e essa bagagem credencia ele a ser candidato a governador”.
“Claro que está muito
cedo ainda. A gente vem batendo nessa tecla há muito tempo. A eleição é próximo
ano”, pondera o parlamentar, destacando que “o ano de 2013 é de trabalho, e não
de eleição”. Contudo, afirma que até 2014, os líderes peemedebistas precisam se
definir quanto a que posição tomar. “Daqui para lá eu acho que se a base do
PMDB continuar insistindo e achando que o melhor nome deve ser do PMDB, sendo
Garibaldi ou Henrique, eu acho que nossos líderes teriam que olhar com outros
olhos e ser sensíveis ao clamor dos seus liderados e do povo”, afirmou. “Mas,
como eu digo, e repito: ainda está cedo para o pleito político de 2014″.
INSATISFAÇÃO
Neste momento, a
discussão sobre o lançamento de candidatura própria do PMDB a governador se
fortalece, segundo o deputado Gustavo Fernandes, porque “a insatisfação com o
governo do Estado é grande”. Ela afirma que vários prefeitos que seguem sua
liderança e votaram na governadora hoje estão insatisfeitos. “A insatisfação é
grande. Tenho vários prefeitos que têm ligação comigo e votaram na governadora
e que hoje ainda são insatisfeitos com uma falta de atenção, com uma falta de
diálogo, para com seus municípios. Esperamos que o governo reaja em relação a
isso, e tenha algumas ações. 2013 é o ano para isso. Se em 2013 isso não
acontecer, para 2014 a gente tem que discutir outros planos”. Por: Alex Viana do JH, postado por Marcos Imperial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial