Ex-senadora que pleiteia a presidência da
República desmerece a democracia e a legitimidade popular ao tentar reverter
uma decisão da Câmara dos Deputados no gabinete de Joaquim Barbosa e não no
parlamento; pior: ela se presta à foto oficial em que o presidente do STF, como
de costume, se posta de pé, enquanto seus convidados, subservientes, ficam
sentados diante da autoridade suprema; com essa postura, ela merece a
presidência da República?
Via 247 - Marina Silva marcou ontem um gol
contra a democracia. Em sua ânsia para aprovar a criação do partido Rede
Sustentabilidade, que ainda está longe das 500 mil assinaturas necessárias para
sair do papel, ela se curvou ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa.
Derrotada na Câmara dos Deputados, Marina
foi ao STF acompanhada de um pequeno grupo de parlamentares, caracterizando, de
forma explícita, uma deformação do processo político brasileiro. Em vez de
tentar reverter, no Senado, a derrota sofrida na Câmara, a ex-senadora apelou
ao tapetão da política.
Com seu gesto, desmereceu a democracia
representativa e a própria soberania popular. Prevendo a derrota no Senado,
caso caia a liminar extravagante do ministro Gilmar Mendes, que impediu a
tramitação do projeto de lei no Congresso, ela já avisou até que entrará com
Ação Direta de Inconstitucionalidade. "Se for derrubada vai ser apreciada
pelo Congresso, e obviamente que ela tem inconstitucionalidade. Se não for, como
eu acho que no Senado as coisas podem ser reparadas, tenho essa expectativa de
que o erro cometido na Câmara dos Deputados, em que pese o esforço de alguns
deputados, mas se não for obviamente que vamos entrar com Ação Direta de
Inconstitucionalidade", disse a ex-senadora.
Joaquim Barbosa prometeu colocar o projeto
em votação pelo plenário do STF, assim que possível. Aguarda-se ainda um
parecer do procurador-geral Roberto Gurgel, inserido na crise por Gilmar
Mendes. Não se sabe qual é a posição de Barbosa, mas a tendência é que Gilmar
seja derrotado pelo plenário, uma vez que sua decisão não tem a mínima
consistência jurídica, conforme já demonstrado por jurista da USP (leia mais aqui).
No entanto, ainda que vote em favor das
prerrogativas do Congresso, Joaquim Barbosa aproveitou a oportunidade para,
mais uma vez, exercitar uma curioso comportamento. Sempre que abre as sessões
do STF para os fotógrafos, Barbosa, se coloca de pé, diante de seus convidados,
como se, dele, emanasse alguma superioridade. Foi assim no encontro com
representantes de associações de classe da magistratura e também assim com a
ex-senadora Marina e seus aliados. Barbosa a olhou de cima para baixo e ela,
ao se curvar, contribuiu para reduzir a democracia brasileira. Postado por Marcos Imperial.
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Marcos Imperial