A exemplo do que ocorreu no ano passado em Natal,
os(as) jovens que ontem protestaram contra o aumento das passagens dos ônibus
foram alvo de uma violenta repressão policial. Um exagero, pra dizer o mínimo,
o uso da força bruta para dispersar com balas de borracha e bombas de gás uma
manifestação pacífica. Quem se der trabalho de olhar fotos e vídeos do conflito
disponíveis na rede constatará o absurdo da ação policial. Nada justifica a
violência.
Da mesma forma, a exemplo do que ocorreu no passado,
mais uma vez a sociedade se depara com o aumento das tarifas dos ônibus sem
qualquer explicação por parte da administração municipal.
Como antes, o aumento das tarifas acontece sem debate
mais aprofundado e sem vinculação às contra-partidas relacionadas às melhorias
na oferta dos serviços.
Lógico que as empresas privadas que operam o sistema
de transporte público precisam ter a remuneração adequada à prestação
desses serviços. Lógico, também, que a população receba os serviços em
quantidade e qualidade que atendam às suas necessidades básicas de
acessibilidade.
Lamentavelmente, o tema transporte público só entra na
agenda quando ocorrem protestos devido a aumentos de passagens. Depois,
passados os justos clamores, voltamos todos ao nosso engarrafamento cotidiano.
Engarrafamento, inclusive, de iniciativas e ações governamentais.
É preciso exigir da atual administração municipal a
abertura do processo de elaboração de uma política para o transporte público em
nossa cidade. Neste contexto, temos que cobrar a tão prometida licitação para
contratação das empresas. O setor se transformou em um negócio totalmente fora
da regulação pública. Essa regulação, baseada em regras claras pactuadas entre
os gestores e os setores privados, dará garantias e tranquilidade àqueles que
querem trabalhar e prestar seus serviços corretamente.
Sem um plano articulado de mobilidade urbana, definido
a partir de um debate democrático com a sociedade, assistiremos no presente à
repetição de práticas que se mostraram contrárias à garantia do direito básico
ao deslocamento, à acessibilidade aos bens e serviços que a sociedade moderna
nos oferece.
Que o atual movimento contra o aumento das passagens
dos transportes coletivos nos tire da indiferença e do imobilismo frente a este
que é um dos graves problemas de nossa cidade e da região metropolitana: a
mobilidade urbana.
No mais, parabéns aos estudantes que, ontem, deram uma
nova lição de democracia indo às ruas manifestar seu descontentamento com a
atual situação. Assim como fizeram as gerações passadas, esses(as) moços(as)
repetiram a ousadia, a coragem e o sonho daqueles(as) que acreditam na força da
mobilização social para transformar a realidade. Via mandato DEFM (PT),
postado por Marcos Imperial.
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Marcos Imperial