“A Situação da Apicultura no Rio Grande do Norte” foi o tema da
audiência pública realizada nesta quarta, 22, no plenarinho da Assembleia
Legislativa, com a presença de presença de técnicos, pesquisadores e produtores
de mel de várias regiões do Estado. A iniciativa foi proposta pelo deputado
Fernando Mineiro (PT), em parceria com a Câmara Técnica de Apicultura do RN.
Mineiro é autor da Lei Nº 9.313/2010, que criou o Programa Estadual para
o Desenvolvimento da Apicultura no Rio Grande do Norte (PROAPIS-RN). O deputado
destacou que é preciso, agora, agir para que a lei “saia do papel”.
“Pelo que eu acompanho, a atividade chegou ao fundo do poço. É a maior
crise que a apicultura passa no RN. Precisamos reerguer a atividade. Tem
espaço, potencial, conhecimento teórico e gente disposta a fazer isso. Falta
ação do governo para destinar recursos”, comentou.
“No programa RN Sustentável estão previstos R$ 11 milhões em quatro anos
para a atividade de apicultura. Temos que trabalhar pra esses recursos chegarem
à ponta [aos produtores de mel]”, completou.
A engenheira agrônoma e professora da Escola Técnica de Jundiaí, Guthinéia
Alves de Lira, apresentou um diagnóstico da apicultura no RN, chamando a
atenção para os aspectos da viabilidade econômica, o resgate social (98% das
pessoas que trabalham com apicultura no RN são oriundas da agricultura
familiar) e a aptidão potiguar para o negócio.
Apesar desses fatores favoráveis, a professora afirmou que “estamos
praticamente sem produção” no Rio Grande do Norte. Ela disse que as chuvas que
caíram em algumas regiões não foram suficientes para melhorar a produção.
De acordo com a professora, há mais de cinco mil apicultores mapeados no
Rio Grande do Norte, distribuídos em todas as regiões do Estado. Ela disse que
em 2009 e 2010 haviam 54 mil colméias em atividade no RN, produzindo uma média
de 23 kg/colméia por ano.
O presidente do Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do RN
(Cetapis), Lionel Segui Gonçalves, alertou para a perda de 60% das colméias do
RN e para a situação atual das nossas exportações de mel, “praticamente zeradas
e sem perspectivas”. Para efeito comparativo, de 2005 a 2011 foram exportadas
mais de 1.500 toneladas de mel do RN.
Ele citou elencou os principais problemas enfrentados pela apicultura no
RN, entre os quais se destacam a falta de mecanização e apicultura migratória;
falta de apoio às pesquisas; falta de incentivo ao associativismo apícola; o
gradual desaparecimento das abelhas pelo uso inadequado de pesticidas, a
restrição do mercado (muitos só podem vender o mel dentro do próprio Estado); e
o baixo preço pago ao produtor.
No final da audiência, os debatedores reafirmaram a importância de
discutir o Plano Estadual da Apicultura, a legalização da atividade, a
assistência técnica, o financiamento dos produtores e os recursos para os
centros de pesquisa da Universidade Federal do Semiárido e da Escola Técnica de
Jundiaí/UFRN. Postado por Marcos Imperial, via ADFM.
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