quinta-feira, 23 de maio de 2013

RN vive sua maior crise na produção da apicultura

“A Situação da Apicultura no Rio Grande do Norte” foi o tema da audiência pública realizada nesta quarta, 22, no plenarinho da Assembleia Legislativa, com a presença de presença de técnicos, pesquisadores e produtores de mel de várias regiões do Estado. A iniciativa foi proposta pelo deputado Fernando Mineiro (PT), em parceria com a Câmara Técnica de Apicultura do RN.

Mineiro é autor da Lei Nº 9.313/2010, que criou o Programa Estadual para o Desenvolvimento da Apicultura no Rio Grande do Norte (PROAPIS-RN). O deputado destacou que é preciso, agora, agir para que a lei “saia do papel”. 
“Pelo que eu acompanho, a atividade chegou ao fundo do poço. É a maior crise que a apicultura passa no RN. Precisamos reerguer a atividade. Tem espaço, potencial, conhecimento teórico e gente disposta a fazer isso. Falta ação do governo para destinar recursos”, comentou.

“No programa RN Sustentável estão previstos R$ 11 milhões em quatro anos para a atividade de apicultura. Temos que trabalhar pra esses recursos chegarem à ponta [aos produtores de mel]”, completou. 

A engenheira agrônoma e professora da Escola Técnica de Jundiaí, Guthinéia Alves de Lira, apresentou um diagnóstico da apicultura no RN, chamando a atenção para os aspectos da viabilidade econômica, o resgate social (98% das pessoas que trabalham com apicultura no RN são oriundas da agricultura familiar) e a aptidão potiguar para o negócio. 

Apesar desses fatores favoráveis, a professora afirmou que “estamos praticamente sem produção” no Rio Grande do Norte. Ela disse que as chuvas que caíram em algumas regiões não foram suficientes para melhorar a produção. 

De acordo com a professora, há mais de cinco mil apicultores mapeados no Rio Grande do Norte, distribuídos em todas as regiões do Estado. Ela disse que em 2009 e 2010 haviam 54 mil colméias em atividade no RN, produzindo uma média de 23 kg/colméia por ano. 

O presidente do Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do RN (Cetapis), Lionel Segui Gonçalves, alertou para a perda de 60% das colméias do RN e para a situação atual das nossas exportações de mel, “praticamente zeradas e sem perspectivas”. Para efeito comparativo, de 2005 a 2011 foram exportadas mais de 1.500 toneladas de mel do RN. 

Ele citou elencou os principais problemas enfrentados pela apicultura no RN, entre os quais se destacam a falta de mecanização e apicultura migratória; falta de apoio às pesquisas; falta de incentivo ao associativismo apícola; o gradual desaparecimento das abelhas pelo uso inadequado de pesticidas, a restrição do mercado (muitos só podem vender o mel dentro do próprio Estado); e o baixo preço pago ao produtor. 

No final da audiência, os debatedores reafirmaram a importância de discutir o Plano Estadual da Apicultura, a legalização da atividade, a assistência técnica, o financiamento dos produtores e os recursos para os centros de pesquisa da Universidade Federal do Semiárido e da Escola Técnica de Jundiaí/UFRN. Postado por Marcos Imperial, via ADFM.

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Marcos Imperial

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