Calçadas e bodegas são
dois significativos equipamentos urbanos, sobretudo, se pensarmos nas cidades
do interior. Sempre tão ricos em fatos, narrativas e personagens, junte-se a
esses dois elementos matéria poética e tem-se à mão o livro do advogado Janduhi
Medeiros, Calçada de Bodega, repleto de poesias alusivas a essa atmosfera
interiorana.
Nascido em Ouro Branco e criado em Caicó, esse seridoense de coração e alma
escreve uma poesia com temática regional, sem perder de vista, claro, a
universalidade de quem escreve sobre coisas que são tangíveis à sensibilidade
literária.
Sou colecionador de calçadas/ E de sombras frescas. / Guardo com esmero/ As
prosas que nascem às tardinhas/ E os versos que correm livres/ E são colados no
caderno da lembrança/ Com o relento das brisas. Esse trecho do poema
“Bugigangas Sentimentais”, contido no seu mais recente livro, ilustra bem o
sentimento do poeta em traduzir suas lembranças e referências em poesia.
Indagado sobre se há a possibilidade de a poesia atravessar fronteiras, mesmo
sendo ela amarrada a temas do cotidiano seridoense, Janduhi Medeiros opina:
“Claro que a poesia atravessa fronteiras. Veja-se o exemplo do poema “Os
Lusíadas”, do poeta Luiz Vaz de Camões, considerada a poesia mais importante da
língua portuguesa, publicada em 1572, mas resistindo ao tempo e consagrando a
literatura lusitana. Podemos citar, ainda, como exemplo de resistência da obra
de Castro Alves, pela importância lírica e realista, em favor do povo brasileiro”.
A ligação com a poesia nasceu bem cedo e tem raízes no cordel. Ele conta que
quando criança era impelido a ler cordel para o pai e seus amigos, que ficavam
sentados em tamboretes atentos às histórias de Lampião. “Raramente se lia um
romance. Fui ter acesso aos romances no ensino médio, mas já estava dominado
pelo encanto da poesia. Estou tentando escrever um romance, mas a poesia fica
enciumada”, brinca ele.
Sobre a feitura de seus poemas, não há regras ou manias. “Tem dia que escrevo
dois poemas. Tem semana que não consigo escrever um, portanto, o ritmo é
descompassado. Agora, passear pelas veredas da madrugada é uma boa mania. O
rito é colher o pensamento e plantar numa folha de papel; depois, organizar”,
revela o autor, explicando que Calçada de Bodega é um livro que tenta resgatar
a importância desses dois elementos que funcionam como uma espécie de “centro
de comunhão” no interior, geralmente, fazendo nascer amizades, relacionamentos
de uma vida inteira. “Pelo menos eu percebo que, à medida que as bodegas e
calçadas vão se acabando, a violência aumenta”, observa.
O poeta Janduhi Medeiros preside atualmente a Academia de Letras de Parnamirim,
é casado, tem dois filhos, e já escreveu anteriormente dois livros de poesia,
Canaviais e Outros Poemas (2003) e Mensageiro das Oiticicas (2007). Postado por
Marcos Imperial.
Nascido em Ouro Branco e criado em Caicó, esse seridoense de coração e alma escreve uma poesia com temática regional, sem perder de vista, claro, a universalidade de quem escreve sobre coisas que são tangíveis à sensibilidade literária.
Sou colecionador de calçadas/ E de sombras frescas. / Guardo com esmero/ As prosas que nascem às tardinhas/ E os versos que correm livres/ E são colados no caderno da lembrança/ Com o relento das brisas. Esse trecho do poema “Bugigangas Sentimentais”, contido no seu mais recente livro, ilustra bem o sentimento do poeta em traduzir suas lembranças e referências em poesia. Indagado sobre se há a possibilidade de a poesia atravessar fronteiras, mesmo sendo ela amarrada a temas do cotidiano seridoense, Janduhi Medeiros opina: “Claro que a poesia atravessa fronteiras. Veja-se o exemplo do poema “Os Lusíadas”, do poeta Luiz Vaz de Camões, considerada a poesia mais importante da língua portuguesa, publicada em 1572, mas resistindo ao tempo e consagrando a literatura lusitana. Podemos citar, ainda, como exemplo de resistência da obra de Castro Alves, pela importância lírica e realista, em favor do povo brasileiro”.
A ligação com a poesia nasceu bem cedo e tem raízes no cordel. Ele conta que quando criança era impelido a ler cordel para o pai e seus amigos, que ficavam sentados em tamboretes atentos às histórias de Lampião. “Raramente se lia um romance. Fui ter acesso aos romances no ensino médio, mas já estava dominado pelo encanto da poesia. Estou tentando escrever um romance, mas a poesia fica enciumada”, brinca ele.
Sobre a feitura de seus poemas, não há regras ou manias. “Tem dia que escrevo dois poemas. Tem semana que não consigo escrever um, portanto, o ritmo é descompassado. Agora, passear pelas veredas da madrugada é uma boa mania. O rito é colher o pensamento e plantar numa folha de papel; depois, organizar”, revela o autor, explicando que Calçada de Bodega é um livro que tenta resgatar a importância desses dois elementos que funcionam como uma espécie de “centro de comunhão” no interior, geralmente, fazendo nascer amizades, relacionamentos de uma vida inteira. “Pelo menos eu percebo que, à medida que as bodegas e calçadas vão se acabando, a violência aumenta”, observa.
O poeta Janduhi Medeiros preside atualmente a Academia de Letras de Parnamirim, é casado, tem dois filhos, e já escreveu anteriormente dois livros de poesia, Canaviais e Outros Poemas (2003) e Mensageiro das Oiticicas (2007). Postado por Marcos Imperial.
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Marcos Imperial